Mário Nogueira (FENPROF) já faz manifs na era Passos Coelho?

Se há alguém neste país que não tem autoridade moral para atacar a política deste governo para a educação é Mário Nogueira, faz mais sentido pedir a aopinião ao cavalo da estátua equestre de D. José Primeiro no Terreiro do Paço.

Mário Nogueira organizou centenas de esperas a José Sócrates e à ministra da Educação para os vaiar, promoveu manifestações a torto e a direito, inventou invasões policiais de sindicatos, fez tudo o que estava ao seu alcance para derrubar o governo do PS, seguindo as instruções do seu partido, onde é membro do comité central.

Mário Nogueira sabia o que esta direita queria, conhecia o seu projecto constitucional, sabia o que estes liberais pretendiam, mesmo assim não esmoreceu no seu apoio à direita, gesto que ficou celebrizado pela sua ida à Madeira para ajudar o governador local. Não escondeu a sua alegria com o novo governo, ninguém se esquece da quase vénia que fez a Passos Coelho. No início apoiou todas as medidas que condenou, aceitou a avaliação tal como estava, elogiou o encerramento de escolas, não se opôs às mexidas curriculares, era só sorriso e diálogo.

Agora que é evidente o objectivo do governo o líder da FENPROF e do PCP não sabe o que fazer, ajudou de forma activa ao despedimento de milhares e milhares de professores, os contratados foram a sua tropa de choque e agora não tem outro remédio senão verter lágrimas de crocodilo pelo seu despedimento em massa. Mas esquece que tudo o que fez conduziu a este resultado, Mário Nogueira vai ser o autor moral do despedimento colectivo de professores.

Desorientado e perdido tenta agora colar-se aos médicos, mas tem um problema, os sindicatos dos médicos são sindicatos, não estão a mando dos Mários Nogueiras e outros profissionais do sindicalismo para quem as mordomias sindicais estão acima do interesse dos professores e quando as perderam não hesitaram em ajudar a direita mesmo que isso resultasse no despedimento de milhares de colegas. A língua portuguesa tem uma palavra para designar este tipo de gente, canalhas.
  
«Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, acusou ontem o Governo de preparar o maior despedimento colectivo da história, atirando para o desemprego quase todos os contratados. "Desempregados vão ficar praticamente todos os contratados, entre 15 mil a 20 mil professores", disse, em conferência de imprensa no Porto, estimando ainda que "entre sete a oito mil professores dos quadros ficarão com horário zero".
  
Segundo os dados do Ministério da Educação e Ciência, em 2010/11 havia 36 mil docentes a contrato. N ano lectivo transacto, o número terá diminuído mas dificilmente chegará aos 20 mil a que alude Nogueira.
  
Confrontado pelo CM com esta disparidade de números, o líder sindical afirmou estar apenas a referir-se aos cerca de 20 mil professores que foram reconduzidos e contratados no ano lectivo passado, a maioria com horários completos. Nas contas do responsável sindical não entram assim os contratados via bolsa de recrutamento e oferta de escola. Segundo o dirigente, medidas como a criação de 150 mega-agrupamentos, o aumento para 30 do número máximo de alunos por turma e a revisão da estrutura curricular vão "retirar 25 mil horários de trabalho das escolas". Mário Nogueira apelou por isso à participação na manifestação de professores de amanhã, em Lisboa, para "mostrar indignação contra o que está a acontecer". O protesto está agendado para as 14h30, do Rossio até à Assembleia da República.» [CM]

in: Jumento