CORTAR O MAL PELA RAÍZ

Hélder Leal
Como é sabido, a fim de cortar com a despesa orçamental, o nosso governo optou por suprimir gastos, em várias áreas da nossa estrutura social, entre os quais, saúde, cultura, desporto, educação, entre muitas outras, é sensato acreditar que sim, que de facto há onde poupar uns milhões…mas não se poderá cortar onde realmente se deve?... isso seria outra conversa, fazendo me entender.

As políticas adoptadas são extremamente objectivas, chegando a pontos de poderem considerar desumanas, particularmente na área da Saúde.

Estes cortes, fazem parecer o estado social uma miragem de outrora, uma visão do passado.

A expressão “cortar o mal pela raiz”, é sempre conotada de forma positiva no nosso país, mas na realidade, não é bem assim, esta expressão nada tem de positivo, ou seja, enquanto se cortam raízes, o país não cresce, tal e qual uma planta que ao cortarmos a sua raiz ela automaticamente não cresce, logo, morre, salvo milagre, que é exactamente o que o nosso governo parece estar à espera…de um autêntico milagre!

Ora, no caso da educação, a irresponsabilidade deste governo é vergonhosa, se a educação não é o bem mais precioso de uma qualquer sociedade desenvolvida, ela fica bem próxima disso.
Tal como dizia, o saudoso Fialho de Almeida que “Instruir, Salubrizar, Enriquecer,…nenhuma obra de governo forte pode assentar sobre aquisições que não sejam as derivadas próximas destes postulados máximos extremos”

A própria História sempre ditou que para um país crescer e evoluir são precisas elites preparadas, instruídas, motivadas, e é exactamente o contrário que tem acontecido! Com isto, não se pense, que um diploma de fim de curso basta! Não! As pessoas necessitam de uma injecção de educação social e moral! Quantas vezes ouvimos na comunicação social que fulano tal desviou uns milhões, e de seguida ouvimos um comentário de alguém dizendo, “ai e tal, o tipo é esperto pah”…ao ouvirmos isto não depreendemos logo das suas palavras que ele no lugar do gatuno faria exactamente o mesmo?...mais uma vez evoco aqui  Fialho que no séc. XIX disse um dia que quanto mais se faz na lei e se espargue nas instituições a democracia, mais os homens procuram exceder as condições do seu nível e sotopor a modéstia real da sua existência a uma ilusão de grandezas, ou seja, ascende-se na escala, e cada vez são mais vivas as desproporções entre as exigência das sumptuária exterior e os desmazelos íntimos da vida, entre os recursos e os gastos, entre o haver e o dever.

O que eu observo é que este país continua a ser um paraíso de burgueses! O lema da burguesia do séc. XIX consistia na expressão “mais do que ser, é preciso parecer” e este continua a ser o lema do bom português, reflectido por exemplo no tão adorado “culto da gravata”…para mim mais vale sê-lo do que tê-lo!

Os problemas da nossa sociedade sempre foram, a má gestão, falta de empenho, corrupção (…) e qual a única solução para estas doenças? É a educação, claro!
Não há outro remédio! Só nos resta educar os jovens para que este país possa evoluir, limpando assim desta forma a nossa sociedade, mas para que isso possa acontecer é preciso facilitar a vida ao jovem/menos jovem, que quer estudar/evoluir, o problema é que nos dias que correm, estudar em Portugal tornou-se um luxo! Uma licenciatura, mestrado, doutoramento podem custar 5, 8, 10 mil € … estas só estão ao alcance de alguns privilegiados e porquê? Porque por exemplo no caso das bolsas sociais de estudo, (que quando aprovadas, casos cada vez mais raros, e quando o são já vêm tarde) acontece que, caso o agregado familiar do estudante tenha algum tipo de divida ao estado, a bolsa é logo recusada, ora então, “paga o justo pelo pecador” , salvo isto e muito mais, as bolsas só cobrem o valor das propinas, ou seja, para o estado o estudante não tem despesas de deslocação, estadia, alimentação, gastos com material didáctico,…, enfim, tudo isto se reflecte na taxa de abandono no ensino superior que bate recordes.

O nosso país, nunca antes, investiu tão pouco na educação desde o 25 de Abril (3,8 % do P.I.B), somos assim, o país que menos investe na educação a nível europeu, “ai estamos na cauda da Europa?” deve ser coincidência!

Um dos relatórios da OCDE refere que o sistema de ensino está obcecado com os resultados e não está como deveria, focado no aluno! Mas contra isto vem o nosso ministro que pensa o contrário, que havia excesso nas ciências da educação, e que tínhamos uma escola demasiadamente centrada no aluno, ele lá sabe…ou não!?

É imperativo que se motive o aluno e o professor, mas o que acontece é precisamente o contrário, está a alimentar e gerar um sentimento de revolta e um outro, antagónico, o da desmotivação!

Aumentam-se o número de alunos por turma, reduz-se o número de profissionais de educação, auxiliares, professores, diminuem-se os seus vencimentos, obrigam-nos a deslocações absurdas, tipo povo nómadas,…,tudo isto resulta num aumento de retenções dos alunos e na exclusão social dos docentes!

Um professor tem o direito de se sentir estável e recompensado, pelo seu esforço diário, só assim, conseguirá fazer o seu trabalho de forma competente. Caso contrário não pode nem consegue transmitir o mínimo grau de força de vontade aos seus alunos. A motivação, este precioso ingrediente, que é o maior e mais importante factor necessário a incutir aos jovens!

Outra medida adoptada, foi o de acabar com o dispositivo de reconhecimento, validação, e certificação de competências (RVCC) após, em Dezembro do ano transacto, ter suprimido dezenas de centros de novas oportunidades, e despedido centenas de técnicos.

Os Rvcc, têm impactos inequívocos no processo de aprendizagem e evolução do formando, procurando vocaciona-lo para a área que mais se adapta ás suas características, oferecendo-lhe uma visão mais apurada da sociedade, formando-o como cidadão, dando-lhe competências e acompanhamento no seu processo evolutivo de outra forma impossíveis de adquirir.

A justificação para o fim dos Rvcc por parte do governo, prende-se no facto, de que, existem estudos que mostram que estes não foram reflexo de empregabilidade, justificando assim, o fim deste processo. Ora, é mais que certo e sabido, e não seria espectável que este fosse sinónimo de emprego garantido, tal como, outro qualquer tipo de formação, mesmo, uma licenciatura, mestrado, ou doutoramento não dão empregos automáticos a ninguém.
O que gera emprego é a dinâmica socio económica do país, dinamização esta, na qual, o governo menos tem investido.
Conclusão, ou se mudam mentalidades, em que a única forma de a alcançar será através da educação, com professores preparados, alunos motivados e os governantes deste país percebem de uma vez a gravidade dos erros cometidos, e o quanto fazem desta forma o país recuar, ou continuaremos a ser um país de estagnado e mal formado, para depois acusarem o povo de ser lamechas e de não querer trabalhar, tal como disse um dia Ramalho Ortigão: ”…admiram-se de que ele seja grosseiro, mandrião, invejoso, desordeiro, mau trabalhador, mau marido, mau pai? Ele é simples e unicamente ignorante”. Estas palavras diziam e continuam a dizer muito!

Finalizando com um modesto conselho…que se comece a servir doses ricas em nutrientes de filantropia, moral e respeito ao almoço nas nossas escolas, assim talvez um dia saía de lá alguém com moral suficiente para governar e decidir bem os destinos deste país!

“A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo” Nelson Mandela.

Hélder Leal
JS Lousada
in: TVS

Isto está a ficar um nadinha mais claro, está

Falando de coisas importantes: quando e por quem é que terá sido produzido o dossier das secretas sobre Ricardo Costa, que hoje foi revelado? Não terá sido aí por alturas da publicação pelo Expresso das cartas de Cavaco e filha a Oliveira e Costa dando “ordem de venda” das acções da SLN?


E o famoso dossier sobre Rui Paulo Figueiredo? Não terá vindo na mesma época da mesma fonte, Silva Carvalho, o amiguinho que trata por tu o Relvas e lhe dá palpites para as chefias do SIS?


Já não sabem quem é o Rui Paulo Figueiredo? Cito o famoso email de Alvarez para Tolentino, que pôs a nu a inventona cavaquina-limiana das escutas de Belém:

“Depois [Fernando Lima] entregou-me um dossier sobre um Rui Paulo da Silva Figueiredo que é adjunto jurídico do PM [José Sócrates], trabalha para o MAI, já passou pelos gabinetes de diversos ministros e, segundo o Fernando Lima, terá tentado entrar para o SIS mas chumbou.”


Já agora, quem terá chumbado o Figueiredo e porquê? Silva Carvalho deve saber.

Muito mais importante: qual terá sido o papel de Silva Carvalho nas campanhas de assassinato de Sócrates?


Hoje sabemos, por causa duma vulgar viagem de George W Bush ao México em 2007, que Silva Carvalho já “trabalhava” para Relvas (e para Belém?) bem antes da inventona das escutas.


Isto está a ficar um nadinha mais claro, está. Esperemos os desenvolvimentos.
 

Sem comentários possíveis

Demissão do Presidente da JSD Madeira.


Quase que Relvas dizia a verdade

Ahhhhhhh... Quase que Relvas dizia a verdade na primeira audição do parlamento.

Afinal, o ministro adjunto e dos assuntos parlamentares, não se encontrou com Silva Carvalho apenas em locais públicos, e informou isso mesmo apenas na 2ª sessão parlamentar que, por obra do acaso quis que fosse realizada no mesmo dia, em que mais uma vez por acaso, a Revista Visão revelava que ele se tinha encontrado na sede de Ongoing com o dito cujo (haverá sitio mais público que a sede da Ongoing???)

Realmente é curioso como esta notícia da Visão, foi publicada às 16.04h do dia de ontem, e Relvas às 17.30h estava na comissão parlamentar a informar os deputados de algo que já sabiam e que assim, todos tiveram a noção que Relvas mentiu ao parlamento.

O que é certo é que o Sr Ministro não deve ter a coragem para se demitir, apesar do próprio Passos Coelho (pouca gente reparou) ter aberto essa porta, dizendo que confia nele para a privatização da RTP excepto se entretanto, apresentar por livre vontade a sua demissão. 

O povo não dorme.

"António Borges não era bom no que fazia"

Triste sina a nossa.

Já nos bastava o pessoal do BPN que depois de ter conduzido o banco à falência tivemos que assistir às suas nomeações para cargos do Estado e ainda temos que saber que o nº 1 para a privatização de empresas do Estado, não é bom no que faz.


O jornalista financeiro e autor do livro "O Banco - como o Goldman Sachs dirige o mundo" avisa que António Borges, nomeado pelo Governo para gerir o programa de privatizações, tem de explicar que tarefas tinha no banco norte-americano e não poderá entregar o mandato de privatizar as empresas públicas portuguesas ao Goldman Sachs. Na Última Hora, Marc Roche garantiu ainda que António Borges saiu da instituição porque não era bom no que fazia.

Tirem-se as conclusões e responsabilizem-se os culpados!


 

O que Cavaco vai fazer?

"Se fosse no tempo de José Sócrates:

  • Mal chegasse a Lisboa chamaria a jornalista e a editora a Belém para se queixarem em viva voz do ministro.
  • Chamaria Pinto Balsemão para este lhe contar sobre o que sabe a propósito da promiscuidade entre o governo, a Ongoing e a célula clandestina deste grupo na secreta.
  • Reuniria com o PGR para avaliar se há situações de crime.
  • Mandaria uns recados ao primeiro-ministro e não parava de mandar bocas enquanto o ministro não fosse demitido.

Como o governo não é o de Sócrates não fará nada a não ser que perceba que tal é inevitável para proteger a sua própria imagem."

in: Jumento

Aplaudam o Professor Silva

É com espanto que se vê um devoto Salazarista tão promitente de pancada ignorar que, num ano, o desemprego dos professores aumentou 136%.
Esse, o dito, nos termos do emigrado, raro era o dia em que não se mostrava descontente, brandindo amorfos tocos de madeira velha ante a tomada de medidas do pouco saudoso emigrado.
E agora, se aí estivesse a invernia e fosse tempo de recolher, esconde-se por detrás de balelas salazaristas tão estúpidas que nem o mais refinado sarcasmo pode deixar de revelar. 
Estranho é não se desdizer, pois já houve quem o fizesse por menos e, afinal, a coragem de assumir um erro é normalmente mais valorada que a energúmena vaidade de não se retratar.
Mas enfim, há quem assim o prefira ser e, por isso, aplausos não hão-de faltar nem sequer à cena publicitada de pancadaria, ofertada por gentinha tão educada e gentil.

Uma pouca vergonha.



Comunicados vergonhosos destes:

Comunicado da JSD-Madeira insulta dirigentes da JS


Resultam nisto:

Líder da JSD-Madeira demite-se

Entrevista Cristina Moreira ao TVS

Cristina Moreira
Cristina Moreira, vereadora com os pelouros do Turismo, Artesanato, Ação Social, Juventude, Saúde, Atividades Económicas e Desenvolvimento Local, nesta sua primeira grande entrevista concedida ao nosso jornal, diz-se preparada para assumir uma candidatura à Câmara de Lousada se esse for o entendimento dos militantes e da estrutura concelhia do PS.
A autarca escalpeliza alguns dos projetos que marcaram os últimos anos da sua vereação nomeadamente no combate ao abandono e insucesso escolar e na área da ação social.
Cristina Moreira destaca, ainda, a aposta no projeto "Movimentos Seniores" iniciativa dirigida a todos os munícipes com mais de 50 anos e que acabou por fomentar a confraternização e diversão para um conjunto significativo de pessoas. No domínio do turismo destaca, os projetos, “Rota do Românico” e "Rotas Gourmet", que de acordo com a autarca, são um magnífico cartão-de-visita do concelho. 
No plano das atividades económicas salienta, por outro lado, que o executivo municipal tem encetado diligências de apoio ao desenvolvimento concelhio, em particular, ao investimento e à criação de emprego.

TVS: Que balanço faz do seu mandato na Câmara de Lousada enquanto vereadora do Turismo, Artesanato e Ação Social?
Cristina Moreira: São pelouros que, embora muito diferentes, me merecem a maior atenção e dedicação, pelo que o trabalho tem sido muito compensador e o balanço é positivo.

TVS: Das várias iniciativas e projetos que implementou quais as que mais a marcaram, seja pelo seu impacto ou adesão?
CM: A Ação Social foi sem dúvida uma grande aposta, principalmente na dinamização da Rede Social, onde o trabalho com os parceiros assumiu-se como um grande desafio que permitiu uma dinâmica do tecido social do concelho. Assim, perante os sucessivos diagnósticos do nosso território, foram elaborados os Planos de Desenvolvimento Social (PDS), com objetivos e ações capazes de controlar e resolver alguns dos problemas sociais de Lousada. As crianças, as famílias e os seniores foram eleitos às prioridades na intervenção social.
Como projetos marcantes, realço o combate ao abandono e insucesso escolar, através da implementação do Programa DICAS (Diversidade, Inclusão, Complexidade, Autonomia e Solidariedade), onde o trabalho realizado pelo pessoal técnico da autarquia em estreita articulação com os agrupamentos de escola traduziu-se numa redução drástica dos valores. Lousada regista taxas residuais de abandono e insucesso, fruto do trabalho desenvolvido em colaboração com a comunidade escolar local.
A implementação do Modelo Estratégico de Intervenção Social Integrado assume-se, também, como um projeto inovador que aumentou a rentabilidade e funcionalidade das respostas sociais, uma vez que todas as instituições trabalham em conjunto, ao mesmo tempo que, aumentou o número de famílias com acompanhamento pessoal e direto.
O projeto "Movimentos Seniores" revela-se, igualmente, de grande valor ao criar locais de convívio, confraternização e diversão para um conjunto significativo de pessoas que, apesar da idade, ainda conservam um espírito jovem e com imensa vontade de viver. Assim destaco a colaboração das juntas de freguesia, das instituições de solidariedade e de centenas de voluntários locais que lideram estes espaços.
Na área do Turismo e Artesanato, o projeto da Rota do Românico é, sem dúvida, a maior oportunidade para o desenvolvimento socioeconómico da nossa região, uma vez que já possui financiamento comunitário garantido.
Ao nível local, a iniciativa "Rotas Gourmet", que alia a visita ao património e às casas senhoriais com a degustação da nossa excelente gastronomia são, cada vez mais, um magnífico cartão-de-visita do nosso concelho, pois atraem centenas de visitantes. Sinto que, num futuro muito próximo, a inauguração do hotel rural, a requalificação de mais alojamentos, assim como, o trabalho de parceria com a Entidade de Turismo Porto e Norte vai permitir que o turismo seja a área económica emergente no nosso concelho.

“Se este for a escolha do partido, Pedro Machado, será o meu candidato!”

TVS: Pedro Machado tem condições para assumir uma candidatura ao executivo municipal?
CM: Pedro Machado tem muitas e boas condições para ser candidato. É uma pessoa inteligente, muito trabalhadora, honesta e com um objetivo muito claro de total dedicação por Lousada. Se este for a escolha do partido, Pedro Machado, será o meu candidato!

TVS: Leonel Vieira tem condições para assumir uma candidatura à autarquia?
CM: Esta questão deve ser colocada aos militantes do PSD Lousada.

TVS: Alguma vez foi sondada pelo PS para encabeçar uma candidatura à autarquia? Aceitaria esse convite?
CM: A relação entre os militantes do PS de Lousada é tão transparente e objetiva, que me permite dizer que estou preparada para o que a estrutura concelhia achar melhor. Preocupo-me principalmente em dar o meu melhor e contribuir para o desenvolvimento do concelho melhorando a qualidade de vida de todos os Lousadenses.
Estou disponível, apesar de haver muitas pessoas, dentro do partido, com muito potencial.

TVS: Está confiante numa vitória do PS?
CM: Estou certa do bom trabalho que Jorge Magalhães e as suas equipas realizaram, ao longo dos seus mandatos. Os lousadenses sempre demonstraram uma excelente capacidade em discernir e avaliar corretamente o trabalho desenvolvido ao nível autárquico.

TVS: Sempre se mostrou uma acérrima defensora da aposta na educação e formação ao longo da vida. Continua a defender o objetivo de aumentar o número de pessoas que têm acesso a estas atividades em todos os ciclos da vida?
CM: Sim, luto para que todos percebam que o conhecimento é a arma mais valiosa que temos na vida. A iniciativa, Novas Oportunidades, foi sem dúvida uma das mais importantes medidas tomadas, pois permite a todos que, por razões diversas não puderam concluir a sua escolaridade, o façam durante o seu percurso de vida.

TVS: Como é que encara o facto de o Governo ter anunciado a pretensão de extinguir os CNO?
CM: O que o Governo está a fazer é, realmente, acabar com as oportunidades de um povo, que ainda está longe dos níveis de escolaridade dos restantes parceiros europeus.

“A violência doméstica em Lousada tem algum impacto estatístico”

TVS: Segundo a APAV os casos de violência doméstica estão a aumentar em Portugal. E em Lousada, qual o retrato deste fenómeno e qual a resposta da autarquia?
CM: A violência doméstica em Lousada tem algum impacto estatístico e, desde 2008, com a criação de um serviço de apoio às famílias e vítimas, designado, Flor de Lis, mais de uma centena de situações foram alvo de um acompanhamento direto e pessoal. Este ano já recorreram ao serviço, cerca de 10 vítimas que foram acompanhadas e encaminhadas. Estas situações, que merecem acompanhamento do Flor de Lis, são as mais graves e as que necessitam de encaminhamento para o Ministério Público e GNR, uma vez que as restantes são tratadas ao nível da ação social concelhia e da CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em risco).
Para melhorar a resposta a prestar foi adotado o Modelo Institucional de Suporte, em parceria com o Gabinete Janela Aberta, de Penafiel, e o Serviço de Psicologia da Câmara de Paredes, que nos permite ter um bom modelo de atendimento, encaminhamento e acompanhamento das vítimas.
De realçar o trabalho de prevenção, que tem sido feito ao longo destes quatro anos, direcionado para os jovens, junto dos agrupamentos de escola e escola secundária, e para as famílias.

Rendimento Social de Inserção

TVS: Concorda com os cortes sociais, anunciados pelo Governo, no que toca ao rendimento social de inserção?
CM: No que diz respeito ao RSI (Rendimento Social de Inserção) não posso concordar com "cortes cegos", pois este é um apoio que dignifica o nosso país por se tratar de uma medida onde o Estado providencia e presta um apoio temporário mediante o compromisso de inserção socioprofissional dos beneficiários. Este processo seria mais transparente e correto se houvesse técnicos suficientes para acompanhar as situações.
Em Lousada, cerca de 550 utentes, que na sua maior parte pertencem a famílias onde pelo menos um dos elementos trabalha, recebem uma prestação reduzida de apoio.
O valor dos rendimentos a partir do qual existe apoio é muito baixo, 388 euros, existindo situações em que as famílias têm que optar entre pagar a renda da casa ou comer. Estes agregados são acompanhados pela autarquia que, no âmbito do MEISI (Modelo Estratégico de Intervenção Social Integrado) presta apoio alimentar, em medicação, na habitação social, em especial a idosos, adultos dependentes, grávidas adolescentes, toxicodependentes, alcoólicos em tratamento, famílias numerosas entre outras.
Assim, os utentes e as famílias são acompanhados dando-lhes condições de autonomia e dignidade de forma a permitir uma reintegração social e profissional

TVS: No domínio das atividades económicas, a oposição tem acusado o executivo municipal de não conseguir fomentar o investimento e potenciar a criação de emprego. Que leitura faz destas críticas?
CM: Em primeiro lugar, julgo que o fomento do investimento e a criação de emprego devem ser metas do Governo, pelos mecanismos técnicos e financeiro que dispõe.
Entretanto, a Câmara de Lousada tem encetado diligências e esforços de apoio ao desenvolvimento concelhio, em particular, ao investimento e a criação de emprego. Assim, após o Plano de Desenvolvimento Social, trianual, ter identificado o combate ao desemprego como uma das prioridades, são várias as iniciativas e os apoios em curso. O Gabinete de Apoio ao Investidor presta um papel fulcral de apoio e aconselhamento a todos os potenciais investidores no concelho, ao mesmo tempo que, estabelece o contacto direto com os empresários locais.
Por outro lado, o Gabinete de Inserção Profissional, que tem como principais destinatários os desempregados, presta um serviço de aconselhamento e apoio na procura ativa de trabalho e de formação potenciando uma inserção no mercado laboral.

Desemprego no concelho

TVS: De acordo com os últimos indicadores o desemprego jovem tem vindo a aumentar. Que proporções este fenómeno está a atingir no concelho e que medidas o executivo municipal tem tomado no sentido de inverter este quadro?
CM: Para lutar contra este flagelo global, a Câmara de Lousada associou-se às 11 autarquias da NUT-III Tâmega, que formam a Comunidade Intermunicipal na criação da agenda para a Empregabilidade do Tâmega e Sousa. A principal preocupação é diminuir o desemprego, fazendo com que a oferta de emprego coincida com a procura, baseado numa oferta formativa, quer para jovens, quer para adultos. O trabalho implica a colaboração de muitos parceiros, desde escolas, centro de emprego, empresas, desempregados, entre outros, pelo que a resolução não ocorre a curto ou médio prazo.
No que concerne à taxa de desemprego jovem, Lousada regista um dos valores mais baixos, apesar de sermos um dos concelhos com mais jovens. O incentivo à criação do próprio emprego é muitas vezes lançado aos mais jovens pelo Gabinete de Inserção Profissional e algumas iniciativas desenvolvidas com alunos do secundário, como o projeto "Empresa", pretender dotar os jovens de conhecimentos suficientes para serem empreendedores e inovadores no mercado de trabalho.

TVS: Na área do comércio, muitos comerciantes continuam a dizer-se lesados pelo número exagerado de superfícies comerciais que existem na vila. De que forma é que os pequenos comerciantes podem fazer face a esta situação?
CM: Acho que considerar que o número de superfícies comerciais é exagerado revela-se numa falsa questão se tivermos em conta o elevado número de consumidores de outros concelhos que se deslocam a Lousada para efetuar as suas compras. Por outro lado, o elevado número de empregos que foram criados são outro fator a ter em conta.
O comércio tradicional tem que ver isto não como um problema mas antes como uma oportunidade tendo consciência que deve prestar um serviço diferenciado com recurso a novas estratégias com horários adaptados, estudos de consumidor, técnicas de venda e apresentação de produtos inovadores, entre outros.
Assim, a autarquia está a trabalhar em conjunto com os comerciantes locais tendo iniciado reuniões de trabalho, abertas a todos os interessados, estando já em execução o Plano de Atividades comum que foi traçado para este ano. Concursos de montras, sorteios, animação de rua, desfiles, Hora H, Montras Vivas são algumas das iniciativas em desenvolvimento que se traduzem num aumento de clientes e de vendas.
Sob o lema "Comércio Positivo" defendemos um comércio local diferenciado com preços apetecíveis, artigos diferentes que têm como finalidade atrair as famílias para que façam as suas compras em Lousada, contribuindo para o desenvolvimento económico da sua terra.

Autor: Miguel Ângelo (TVS)

Afinal, eles bem sabiam o que vinha a caminho

"Os contornos multiformes do caso Relvas, a ter como protagonista um ministro socialista, dariam origem a um pandemónio. De imediato o Aníbal, a direita, a esquerda, os sindicatos, as ordens, a sociedade civil, os fogareiros, os clubes do tapperware, os grupos de escuteiros, e qualquer macaco capaz de juntar um adjectivo a um substantivo, saltariam alucinados de indignação para o espaço público. Basta recordar o que se disse e escreveu nos episódios dos corninhos infantilóides do Pinho ou no desvairo pateta e hilariante do Ricardo Rodrigues ao fanar os gravadores dos jornalistas em frente às câmaras. Estes dois casos, um deles levando à imediata demissão e seu prejuízo político, o outro ao custo político da continuação em funções, não têm qualquer comparação com o que já está estabelecido no tribunal das evidências a respeito de Relvas, pois a temática das secretas e da chantagem para cima de jornalistas é de um outro e inaudito campeonato. Assim, não havendo ninguém do PS para abater, reina o civismo, o sentido de Estado, o protocolo de esperar pelas averiguações e demais minudências. Temos até disponibilidade para apreciar o espectáculo imperdível de ver aqueles infelizes que aparecem a defender o indefensável, autênticos farrapos que teriam sido dos mais assanhados e furibundos caso o alvo não fosse laranja e sim cor-de-rosa.

Criar pânico na população, instigar ao clima de permanente histerismo foi instrumental e decisivo para o desgaste e abate de Sócrates. Correia de Campos, que entrou no Ministério da Saúde sabendo o que lhe iria acontecer inevitavelmente mais cedo ou mais tarde, caiu porque de repente até algumas figuras gradas do PS alimentavam a irracionalidade contra si e contra o Governo. Estes fenómenos tinham diferentes causas, desde a permanente desconfiança face ao poder até à dificuldade de aceitar mudanças de cultura, passando pela eficácia mediática na construção das percepções, imagens e sentidos. Mas à volta de Sócrates o histerismo igualmente nascia do seu carisma, da sua força que vencia e, por isso, que ia subindo a parada do desafio para os seus opositores. Tal destino humilhou a gente séria, impotente e corroída por uma endógena decadência intelectual. Não tinham generais nem guerreiros à altura, mas tinham veneno. Abundante, inesgotável veneno.

Centenas de milhares de desempregados atrás, no tempo em que seria impossível admitir que algum Governo se atreveria a cortar subsídios à má-fila, quanto mais defender a pobreza como meta ideológica, e os sinais de uma economia a modernizar-se iam aparecendo com consistência apesar das conjunturas de crise sucessivas, o dia-a-dia era preenchido com a legião de clones do Medina Carreira que garantia estarmos a caminhar para o abismo em passo de corrida, que estávamos a ser governados por incompetentes, criminosos e loucos. Honra lhes seja feita, finalmente acertaram em cheio."
 
in: aspirina b

Sociopatia Hereditária



"Christine Lagarde declarou, numa entrevista ao The Guardian, que não está lá muito preocupada com as consequências sociais da austeridade na Grécia, traduzidas em grávidas sem acesso a cuidados de saúde, por exemplo, porque o que realmente a preocupa são as “crianças nas aldeias do Níger.” 
 
Para Lagarde, os gregos são especialistas em enganar o fisco e devem pagar por isso. E as crianças devem pagar pela irresponsabilidade dos pais. Só não acredita quem não conheça esta gente. Tenham ainda em atenção que Lagarde foi, enquanto ministra das finanças de um país com a sua banca altamente exposta, uma das arquitectas da intervenção externa que gerou o desastre socioeconómico grego. E não se esqueçam também que a grande especialidade do FMI, que esta antiga advogada de altos negócios agora dirige, é há muito desenvolver o subdesenvolvimento, minando as possibilidades de miúdos e graúdos nos países que caíram na armadilha de quem defende sempre os credores. 
 
De resto, a entrevista de Lagarde revela que esta gente fará tudo para que a saída da Grécia do euro se transforme numa lição para todos os que tenham veleidades de desenvolvimento soberano. Pode ser que falhem neste intento. De vez em quando falham. E quando falham aumentam as nossas possibilidades."
 
in: Ladrões de Bicicletas

Não emigres: 10 opções para licenciados à procura de uma oportunidade

O flagelo do desemprego já atinge um em cada três jovens portuguesas. Com o mercado de trabalho congelado, as saídas profissionais são cada vez mais escassas. O Dinheiro Vivo deixa aqui algumas ideias de caminhos que podem ser seguidos por quem está a chegar ao mercado ou se encontra em situação de desemprego.

 1. As incubadoras de negócios, que começam a surgir em vários pontos do país, são um bom ponto de partida para jovens empreendedores com ideias relevantes. Os custos são mínimos e favorecem a criação do próprio emprego. E, com sorte, de mais alguns.

2. O programa Empreender+ destina-se a jovens com idade superior a 18 anos detentores de ideias (Pessoas singulares ou colectivas), e potenciais investidores (detentores de capital, “know-how”, tecnologia, instalações, equipamentos). Saiba mais aqui.

3. A agricultura também pode ser uma aposta de futuro. O programa de instalação de jovens agricultores facilita a implementação de novas iniciativas e a sua adequada formação e qualificação profissional, e promover o desenvolvimento e adaptação das explorações. Está direccionado para jovens com idade entre os 18 e os 40 anos, com o 9.º ano de escolaridade, em regime de primeira instalação como agricultores e sob a forma jurídica de pessoa colectiva. Informações aqui.

4. No campo artístico, pode concorrer à atribuição de apoios no domínio das artes do espectáculo (teatro, dança, artes circenses), música, artes visuais, cinema, audiovisual e multimédia, arquitectura, design, literatura e projectos transdisciplinares, para promoção da língua e cultura portuguesa no exterior. Destina-se a jovens profissionais que exerçam actividade no âmbito das áreas contempladas e organizações artísticas e culturais de âmbito profissional. Mais aqui.

5. As Iniciativas Locais de Emprego (ILE) visam apoiar projetos que deem lugar à criação de novas empresas e que originem a criação de postos de trabalho para o desenvolvimento local, mediante a realização de investimentos de pequena dimensão. Os público-alvos são jovens à procura de 1º emprego, desempregados, trabalhadores empregados, mas em risco de desemprego. Saiba mais.

6. O programa Finicia tem como objectivo facilitar o acesso a soluções de financiamento e assistência técnica na criação de empresas, ou em empresas na fase inicial do seu ciclo de vida, com projectos empresariais diferenciadores, próximos do mercado ou com potencial de valorização económica. Destina-se a empreendedores e PME em fase de arranque. Veja como.

7. A Comissão Europeia tem a iniciativa “Oportunidades para a Juventude”, disponibilizando verbas para formação, empreendedorismo, trabalho no estrangeiro, voluntariado e estágios. Mais detalhes aqui.

8. Fazer um MBA é sempre uma boa opção no campo do reforço das competências profissionais. Cada vez mais as empresas valorizam a qualificação e especialização dos seus quadros. Fica aqui a lista dos melhores MBA, num ranking com a chancela do Financial Times. Confira a lista.

9. Crie um projecto e tente captar financiamento junto de capitais de risco. A partir de amanhã, o Dinheiro Vivo dá-lhe toda a informação necessária sobre como chegar a estes produtos financeiros.

10. Emigrar é a última das hipóteses que aqui deixamos. Sair da zona de conforto, como disse um governante, e procurar trabalho noutro país pode ser a única saída para muitos dos jovens portugueses. E pelo que vai sendo conhecido é cada vez mais a primeira opção...

in: Dinheiro Vivo

É a igualdade, estúpidos!

O presidente de uma câmara que tinha (e provavelmente continua a ter) dívidas de milhões à Águas de Portugal foi premiado, mal o actual Governo tomou posse e começou o bodo aos "boys", com o Conselho de Administração da Águas de Portugal e nunca mais se soube dele, nem se terá conseguido, agora como credor, ser tão eficaz como fora como devedor. 

Voltou agora às primeiras páginas e, após quase um ano de discreto e laborioso esforço, o rato pariu uma montanha: o preço da água vai, aleluia!, ser finalmente igual para todos os portugueses, vivam eles em palacetes da Avenida do Brasil, no Porto, ou da Lapa, em Lisboa, ou vivam em qualquer casal perdido do Nordeste Transmontano e da Beira Interior. Por fim uma medida revolucionariamente igualitária: toda a gente irá pagar entre 2,5 e três euros por m3 de água. Afinal, diz o novo administrador, "as pessoas podem gastar o que quiserem no telemóvel, e gastam muito mais que isso"...

Assim se fará (já não era sem tempo) justiça aos portugueses da Avenida do Brasil e da Lapa, que já pagam há anos isso, e se acabará com os privilegiados de algumas pequenas terras do interior, que - pois a igualdade tem um preço - verão a conta da água aumentar 200 ou 300%.

Se a água quando nasce é para todos, também o preço dela deve ser. E quem não puder pagá-la que fale menos ao telemóvel.

um pequeno apontamento

parece que Miguel Relvas mostrou-se "indisponível" para estar presente na Comissão de Trabalho e Segurança Social para debater o "Desemprego Jovem" (36%).

mau demais para ser verdade...

ESCOLA DE LOUSADA, ESCOLA EUROPEIA

Eduardo Vilar
Uma delegação de Lousada deslocou-se recentemente à Roménia no âmbito do “Comenius”, programa da União Europeia especialmente dirigido às necessidades de ensino e de aprendizagem, acentuando a importância da sensibilização de alunos e professores para a diversidade e o valor das culturas e das línguas europeias e a necessidade de uma cidadania europeia ativa.

O projeto, desenvolvido pela Câmara Municipal e o Agrupamento de Lousada Norte, encontra na cidade de Craiova várias parcerias bilaterais, desde o governo regional a estabelecimentos de ensino e instituições culturais, permitindo a criação de comunidades de aprendizagem, comunicações virtuais, ações de mobilidade, intercâmbios, fóruns e produção de documentos.

Estamos, assim, perante um processo de aprendizagem assente na dimensão europeia, que, inclusive, permitiu considerar a introdução de novos conteúdos curriculares para o aprofundamento das questões da União.

A abertura ao mundo das escolas de Lousada não é nova. Desde há muitos anos que, sobretudo com Renteria (País Basco) e Tulle (França), com quem existem protocolos de geminação, decorrem intercâmbios regulares, nomeadamente ao nível de estágios profissionais, visitas de estudo, colónias de férias e contactos frequentes, explorando as potencialidades das novas tecnologias de informação e comunicação.

Outra das dimensões mais trabalhadas é o desporto, bem patente nos Jogos Internacionais da Juventude, espécie de olimpíadas à nossa dimensão, com organização anual e rotativa em Lousada, Renteria, Tulle, Dueville (Itália), Schorndorf (Alemanha) e Bury (Inglaterra). A edição deste ano, a 20ª, entre 21 e 24 de junho, realiza-se em Bury, nas proximidades de Manchester, estando garantida a participação de estudantes de ambos os sexos nas modalidades de futebol, basquetebol, natação e ténis. A comitiva assistirá, ainda, à passagem da Tocha Olímpica pela cidade de Manchester, experiência certamente emocionante e irrepetível.

A organização das Olimpíadas da Europa, que há dia teve lugar, envolvendo um apreciável número de alunos das escolas da região, surge como mais um elemento na construção da cidadania europeia, que se pretende esclarecida e participativa.

Portanto, é nesta dimensão nacional e europeia, local e global, que os estabelecimentos de ensino do concelho têm vindo a trabalhar. As fronteiras, sendo embora abstrações dos homens, nunca, em tantos anos, foram na Europa tão ténues, permitindo reconhecer a importância de uma sociedade mais aberta e mais multicultural, desejavelmente mais solidária e mais tolerante, no respeito pela na diversidade de línguas, povos e culturas.

Os recentes maus exemplos das administrações europeias e de governos nacionais, tantas vezes desvirtuando o extraordinário projeto de paz e de prosperidade que esteve na génese da União Europeia, não pode colocar em risco um sonho de paz e de progresso. Compete, pois, aos cidadãos, assumirem a sua vocação europeísta já que nem sempre –para não dizer raramente – os seus representantes a adotam.

in: Verdadeiro Olhar

Um Governo de Pressões?!



Ministério das Finanças e gabinete do primeiro-ministro pressionaram o Conselho Económico e Social a moderar a linguagem de um parecer

O Conselho Económico e Social (CES) aprovou ontem o seu Parecer sobre o Documento de Estratégia Orçamental 2012-2016. Apesar de ter passado sem nenhum voto contra, a redação do documento final não foi fácil.

A versão preliminar - redigida por João Ferreira do Amaral - foi divulgada pela comunicação social, enervando o Governo, que decidiu intervir ativamente, pedindo aos parceiros sociais para moderarem a linguagem do parecer.

Culinária

Cozinhando a Queixa à ERC

Entrevista do Dr. Mário Fonseca ao jornal TVS


A Culpa


Hoje sabemos, por intermédio do Ministro das Finanças que o governo “não mente, não engana e não ludibria”. Por muito que nos custe acreditar nestas palavras, perante o que assistimos e sentimos dia após dia, continuamos a ver um argumentário baseado na alegada “política de verdade” pelos intervenientes de sempre. O problema é que se formos a esmiuçar todos as “verdades”, as folhas deste jornal, não chegariam para desmantelar tal teoria.

Atribuímos culpas sem querermos ultrapassar obstáculos, preferimos “caçar bruxas” ao invés de enveredar por um caminho sólido e coerente, e por isso, é com agrado que partilho uma descrição que o ex-deputado do PSD – Pacheco Pereira (“Abrupto”) faz acerca do modo de pensar dos responsáveis políticos que lideram Portugal; cito:

“Ser pobre é uma culpa
(Significa não ser competitivo, ser preguiçoso, depender dos subsídios, explorando as novas gerações e hipotecando o seu futuro.)
Ser funcionário público é uma culpa.
 (Viver a expensas dos contribuintes.)
Ser desempregado é uma culpa. 
 (Não ser competitivo no mercado de trabalho, não se ser “empreendedor”.)
Ser desempregado de longa duração é uma culpa. 
(Sinal de preguiça e não-“ajustamento”. Condição sensível à “pieguice”.)
Ser desempregado com mais de quarenta anos é uma culpa. 
(Não se ter “adaptado” a tempo. Condição sensível à “pieguice”.)
Ser desempregado com vinte anos é uma culpa. 
 (Não ter escolhido uma formação com “empregabilidade”.)
Ter estudado História, Filosofia, Literatura, Sociologia, “Humanidades” é uma culpa. 
(Escolher ser não-empregável.)
Exercer os seus direitos legais à reforma é uma culpa. 
(Significa pensar que se tem direitos quando não se tem nenhum. As carreiras contributivas para a segurança social são mais úteis para controlar o défice.)
Ter nascido entre 1940 e 1950 é uma culpa. 
(Fazer parte da geração maldita dos anos sessenta que tem todas as ideias erradas.)
Ter nascido entre 1950 e 1960 é uma culpa. 
(Fazer parte da geração maldita dos anos setenta, a segunda em perigosidade depois da dos anos sessenta.)
Estar vivo e adulto em 2012 é uma culpa.
(Viveu-se “acima das suas posses”.)
Duvidar do modo como somos governados é uma culpa. 
(Ser-se “socratista” ou “velho do Restelo”.)
Viver mais do que sessenta e cinco anos é uma culpa
(Ameaça à segurança social por via das reformas.)
Estar vivo no 25 de Abril de 1974 é uma culpa. 
 (Veja-se este comunicado da JSD:  “”o sucesso da marca do 25 de Abril e da conquista da democracia será tanto maior quanto menos depender dos agentes da mudança de 1974..”)
Não pensar que o 25 de Abril é uma “marca”, é uma culpa. 
(Sinal de “corporativismo” a favor de uma marca duvidosa.)
Não ter uma família rica é uma culpa. 
 (Significa que os pais e os avós já não foram competitivos, genética errada.)
Ser sindicalizado é uma culpa. 
(Fazer parte das forças do bloqueio antiquadas que resistem ao “ajustamento”.)
Viver fora de moda é uma culpa. 
(Significa não querer ser competitivo.)
Ter direitos sociais é uma culpa. 
 (O que é bom é ser-se contra os direitos, em particular quando a família é rica.)”
in: abrupto (5/5/2012)


Nelson Oliveira
Presidente da JS Lousada
in: TVS