Uma decisão vergonhosa (STCP e Metro do Porto) - João Miguel Tavares

Pedro Passos Coelho e Paulo Portas estão convencidos de que vão ganhar as próximas eleições legislativas. O ministro Pires de Lima e o secretário de Estado Sérgio Monteiro não estão. E vai daí, decidiram esta coisa extraordinária: avançar já com a concessão por 10 anos dos transportes colectivos do Porto (metro e STCP), dispensando novo concurso público, que é coisa sempre demorada. Como as eleições são já daqui a cinco semanas, nada como um ajustezinho directo num negócio de centenas de milhões de euros, invocando o eternamente prostituído “interesse público relevante” e concedendo às candidaturas um sensacional prazo de 12 dias para apresentarem as suas propostas, em pleno mês de Agosto.
Olhando para a privatização da TAP, e agora para esta concessão da STCP e do Metro do Porto, devemos todos lamentar, e muito, a inexistência de eleições a cada três meses, tal é o espectacular disparo de produtividade dos governos nas últimas semanas de mandato. Em finais de Junho passado, Passos Coelho garantia que, embora o executivo estivesse “na posse de todas as suas competências”, não iria haver qualquer “febre legislativa” nestes meses finais (também prometia “não confundir a actividade do governo com a pré-campanha”, como se tem visto)  mas, de facto, nada disse sobre privatizações. Não terá sido por acaso. E se a privatização da TAP já foi altamente duvidosa, tendo em conta a posição do PS sobre a matéria, esta concessão feita a pontapé e nas costas de toda a gente, incluindo das autarquias que aqueles transportes públicos servem diariamente, é uma pura e simples obscenidade.
Eu sou a favor da privatização da TAP. E também sou a favor da concessão dos transportes públicos de Lisboa e do Porto, até porque sou utente e já não aguento mais greves do metro. Mas eu ainda sou mais a favor do respeito pelas regras básicas de uma sã democracia, que incluem o pudor e o bom senso de não avançar com decisões complexas e politicamente fracturantes a um mês de eleições. Se as autarquias estivessem de acordo, se o PS estivesse de acordo, com certeza que sim, avançar-se-ia perante o consenso geral. Mas assim? Após 50 meses de mandato e com argumentos colados com aquele cuspo demagógico (cumprimento do memorando, menos custos para o contribuinte, e blá, blá, blá) que Sérgio Monteiro, homem que me parecia estimável, nos decidiu atirar à cara? Assim não, obrigado.
Tenho este problema: não suporto que os políticos me tratem como estúpido. Clarifica Sérgio Monteiro: “Estamos a falar de um procedimento que é igual ao concurso público internacional em tudo, excepto no prazo para apresentação de propostas.” Exacto. Da mesma forma que um cavalo é igual a uma zebra em tudo, excepto nas riscas. Se Sérgio Monteiro tentasse montar uma zebra talvez percebesse a diferença, e se este concurso acabar a ser cavalgado por um único concorrente é obrigatório escrutiná-lo de cima a baixo, que o negócio cheira pior do que a antiga foz do Trancão em tarde de maré baixa.
Aliás, tendo em conta a facilidade com que o PS se pode aproveitar da situação, fazer uma moscambilha desta dimensão em véspera de legislativas é de tal forma arriscado e eleitoralmente imprudente que os interesses por detrás do negócio devem dar para encher a Avenida dos Aliados. As eleições estão taco a taco e as pessoas mais atentas do que antes. Estas asneiras contam  e se elas continuam a acontecer é porque o país mudou muito menos do que precisa. Que vergonha, senhores.
Jornalista (jmtavares@outlook.com)
in: Público

Os Debates das Europeias 2014: Onde estava o CDS?


Paulo Portas e Passos Coelho, não querendo discutir o seu programa eleitoral que incide na privatização da Segurança Social, Escola Pública e Saúde, tentam lançar para a praça pública questões menores da política.


É certo e sabido que a estratégia da Coligação passa pela contaminação pública.

Jovens avençados nas redes sociais com nomes e perfis falsos, telefonemas para fóruns de opinião onde a Maria Albertina, 67 anos, do Cacém, é afinal uma jovem militante do PSD e discussões à volta de cartazes.

A última discussão é relativa aos debates.

Paulo Portas quer ir a debate.
Aliás, Paulo Portas não quer ir a votos, sozinho com o seu partido, mas quer ter palco.

É estranho.

Nas Europeias, ainda no ano passado, as lideranças partidárias da Coligação eram as mesmas, e ninguém quis apresentar Nuno Melo (nº 2 da Coligação) a debate.

Paulo Rangel liderou a representação do PSD/CDS.

Vejamos a prova.





Onde estava Paulo Portas como líder do CDS a reivindicar a presença de Nuno Melo no debate?

No dia em que Quarteira foi a Capital Europeia da Mentira



A questão já nem é que eles querem que nós acreditemos piamente que é verdade a mentira que nos contam. Não. A questão é se eles próprios acreditam piamente que a mentira que nos contam é mesmo verdade tal é a intensidade que colocam na representação, se já vivem a tempo inteiro entrincheirados na realidade paralela que criaram para nós. Mau demais para ser verdade.

in: Der Terrorist

A cultura, a obra e o rigor.

Cultura s.m – “desenvolvimento de certas faculdades através da aquisição de conhecimentos; educação; conjunto dos conhecimentos adquiridos que contribuem para a formação do indivíduo enquanto ser social; saber; conjunto de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança de uma comunidade (…)” (infopédia)

Este mês, no momento em que a agenda municipal me foi entregue, senti um especial orgulho quando a desfolhei. Para além da sua imensa qualidade gráfica, senti o revolver de um fulgor que detenho em mim - o orgulho de ser Lousadense.
A vitalidade e jovialidade da alma que é inata a este povo. Povo do Norte, povo de trabalho e de vivências rígidas, mas que transporta em si mesmo um imenso sorriso no rosto. Pois bem, mas não nos percamos nestes meandros. Aconselharia, porventura, o leitor a desfolhar, como eu fiz, as páginas da nossa agenda municipal ou até, em alternativa, o sítio da internet da Câmara Municipal de Lousada.
Depois desse exercício, nada mais precisaria de ser dito. Mas pautarei pela transparência e por isso dedico este artigo a uma sintética incursão pelas atividades culturais que têm sido desenvolvidas pelo município e ao qual, desde já, não posso deixar de parabenizar, na pessoa do Dr. Pedro Machado.
Falo-vos das noites acústicas, do videomapping seguido do concerto dos The Gift em comemoração do Ano Municipal do Desporto, das inúmeras atividades e formações que se desenrolam na biblioteca municipal. Falo-vos do Vila 2015 – o festival da juventude que surgiu após ter sido o projeto vencedor no Orçamento Participativo Jovem e de toda a agenda que nos espera nos próximos dias, em particular o concerto dos Dead Combo, que não posso deixar de destacar.
É pois, com particular agrado que vejo as infinitas possibilidades que o município oferece a toda a população e, em particular, aos jovens.
Torna-se, por tal facto, desnecessário procurarmos atividades em outros centros culturais, porque Lousada emerge como um deles, rejuvenescida e singular na sua oferta, preocupada com a sua camada juvenil e com a aposta na educação, na cultura e no desporto. Tal é revelador de uma imensa sensibilidade social e educacional, que nos enche o peito de orgulho por podermos trazer até ao nosso concelho os amigos de cá e os de longe, que nos deixam, levando com eles uma inveja saudável por nós vivermos num local tão rico na sua oferta cultural.
Há muito que o investimento em obras e em valores me deixa com a esperança renovada de ver Lousada como um dos concelhos em que melhor se vive – e tem já provas dadas de que o é – basta atentar nas notícias que de tempos a tempos sobressaem. Mas o investimento cultural é aquele que, por mais efémero que pareça, por não ser visível aos olhos depois do seu término, permanece eterno dentro de nós e nos obriga a crescer.
A crescer levando connosco uma bagagem para a vida – o conhecimento.

Porque afinal, em Lousada, a festa, a obra, o rigor e a inovação continuam. E felizmente que assim é.


Eduarda Ferreira
in: TVS

Desemprego que "fugiu" das estatísticas

«Saíram os dados do INE relativos ao emprego no 2.º trimestre de 2015. É possível assim fazer a comparação com o segundo trimestre de 2011 (aquando do início de funções do atual Governo):
    1. Há menos 220 mil empregos.

    2. O número de desempregados (pessoas sem trabalho procurando ativamente emprego) baixou em 60 mil. Como é que isto é possível?

    3. Porque são 160 mil os desempregados ocupados em programas de formação do IEFP.

    4. Porque são 243 mil os desencorajados, isto é, aqueles que, não estando empregados, deixaram de procurar ativamente emprego.

    5. E porque, entretanto, terá emigrado cerca de meio milhão de portugueses.»
      Augusto Santos Silva, no Facebook (in: CC)

Juventude Socialista de Lousada reitera necessidade de aumento de efetivos da GNR

A Juventude Socialista de Lousada, no seguimento das ações que tem levado a cabo de forma a promover o aumento do número de efetivos da GNR em Lousada, enviou novo ofício dirigido à Ministra da Administração Interna, no sentido de uma vez por todas, avaliar e resolver com urgência esta situação.
Lousada possui apenas um Posto Territorial da GNR que presta cobertura a uma área de 96,1km2 e 47217 habitantes (censos 2011), sendo que, para isso, tem apenas 35 membros efetivos - número que não tem sofrido acréscimo nos últimos concursos de recrutamento. 
Este problema foi-se tornando evidente ao longo dos anos, tendo sido ultrapassado devido ao empenho por parte dos profissionais deste posto mas, nos últimos tempos, este tem-se revelado insuficiente. De acordo com o Comando Distrital, o número da média e grande criminalidade tem vindo a aumentar, nomeadamente no que toca a furtos/roubos a residências e bens móveis e o flagelo nacional da violência doméstica. 
A 27 de Novembro de 2011, a JS Lousada recebeu do Ministério da Administração Interna, na altura liderado pelo Ministro Dr. Miguel Macedo, o ofício 12101/2011, que assume a necessidade do reforço de efetivos e afirma que esta situação seria tida em conta no recrutamento de 2012, enviando novos elementos para o posto de Lousada.
Ora, no contacto que fizemos com o Comando Distrital observamos que esta promessa não foi cumprida, encontrando-se em falta até aos dias de hoje.
Por esse motivo, contactamos novamente o Ministério da Administração Interna (29.07.2015) e continuaremos a interceder através dos vários mecanismos que nos forem possíveis para vermos cumprida esta promessa do governo que nos foi feita por parte do Governo de Passos Coelho.

Eduarda Ferreira

Presidente da JS Lousada
in: TVS

509 mil desempregados não entram nas contas oficiais. Taxa seria de 22%



Há 257 mil inativos e 252 mil trabalhadores em situação de subemprego que não são contabilizados como desempregados pelo INE.




"A verdade dos factos comprova que, face a junho de 2011, houve uma redução efetiva do número absoluto de desempregados em Portugal." A afirmação, do final da semana passada, foi de Marco António Costa, porta-voz do PSD, depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado estimativas provisórias do desemprego relativas a junho. De facto, o número de desempregados baixou de 675 mil no segundo trimestre de 2011 para 636,4 mil em junho de 2015. Mas o número de inativos disponíveis e de subempregados a tempo parcial, não contabilizados no desemprego oficial, disparou mais de 70% desde 2011 até este ano. No primeiro trimestre, havia 508 800 pessoas numa destas duas situações.

Os números são destacados por Eugénio Rosa, economista da CGTP, no seu último estudo, em que salienta que "a redução do desemprego oficial tem sido conseguida através do aumento significativo do número de desempregados que não são considerados nos números oficias de desemprego". Ao todo, no final de março deste ano, havia 256,8 mil inativos disponíveis (desempregados que não procuraram emprego no período em que foi feito o inquérito do INE) e 252 mil trabalhadores em subemprego (aqueles que pretendem ter trabalho a tempo completo mas, como não conseguem, aceitam trabalho a tempo parcial). Somando estes aos 636,4 mil desempregados oficiais (número ainda provisório, relativo a junho), o total de desempregados ultrapassaria os 1,143 milhões. A taxa de desemprego passaria de 12,4% para 22%.