Comunicado PS Lousada - Vacas de Fogo


As Grandiosas Festas em Honra do Senhor dos Aflitos constituem-se como um dos pontos altos no nosso concelho. A sua importância histórica, turística e identitária, tem-se refletido das mais variadas formas numa região que se orgulha do seu passado e das suas raízes.

Dados os acontecimentos recentes e do conhecimento público relativos ao impedimento legal para a realização das tradicionais “Vacas de Fogo”, compreendendo a importância deste evento nas maiores festividades do nosso concelho e de toda a região e tendo conhecimento da ação do Município de Lousada que, juntamente com a Comissão de Festas, procedeu a uma série de contactos no sentido de tentar encontrar uma solução consentânea com o interesse de todos os Lousadenses e que possibilitasse a continuidade desta tradição, o PS Lousada contribuirá de forma ativa, agregadora e apartidária para a criação de uma solução que mantenha esta tradição centenária e o superior interesse público dos cidadãos, nomeadamente no que se refere à sua total garantia de segurança, evitando desta forma acidentes pessoais e patrimoniais.

Secretariado da Comissão Política Concelhia do PS Lousada

Reabilitar o PROJETO EUROPEU

David Cunha


Brexit, muitas discussões se tem gerado, se é uma boa ideia ou não, o futuro dirá, mas algo que não podemos fugir é a obrigação de repensar o atual projeto da União Europeia. 

Está na altura dos senhores(as) como o Junker, Donald Tusk, Angela Merkel e Martin Schulz entre outros, analisarem que os caminhos que estão a traçar, não podem continuar a ficar com lacunas por preencher e com desvios constantes em prol de duvidosos interesses que só agradam a uma minoria. Se estes chefes políticos não o entenderem e trabalharem para reestruturar o projeto europeu, haverão provavelmente outros referendos. 

Como Europeísta que sou, preocupa-me o facto de muitas estratégias com boas intenções simplesmente fracassarem. Preocupa-me o facto de não estarmos a dar uma boa resposta à crise de refugiados, o facto de a diferença económica dos países europeus ser completamente desproporcional quando deveríamos funcionar como uma super economia, preocupa-me a burocracia em demasia que forma obstáculos após obstáculos à criação de novas ideias e estratégias, tornando-nos menos competitivos.

Preocupa-me o modo como o atual parlamento europeu funciona, as falhas da união monetária (euro) que muito bem foi arquitetada mas muito mal executada tem sido e outros tantos aspetos que poderia, infelizmente, nomear.

É perentório mudar a mentalidade das pessoas pertencentes a esta União Europeia. 

Esta União entre Estados-membros independentes tem de ser vista como uma Mãe, uma mãe que fala e ouve todos os seus filhos, que trata todos os seus filhos de uma forma igual e imparcial, uma mãe que deseja ver todos os seus filhos a crescer lado a lado e não às custas uns dos outros e acima de tudo, uma mãe compreensiva que entenda que todos comentem erros e esses erros fazem parte do crescimento natural. 

O Projeto “União Europeia” não falhou e ainda está longe de falhar mas que seja um aviso a ter em conta para futuro pois algo está mal e se tudo se mantiver igual, a Mãe que é esta Europa pode simplesmente tornar-se uma tia abandonada. 

E o mais importante é que todos os Países Europeus estejam dispostos a ajudarem-se nos tempos dificeis, a dialogarem para alcançar objetivos comuns, serem compreensíveis entre eles e que trabalhem todos com o mesmo propósito, uma EUROPA INSUPERÁVEL!

Quero, desejo e precisamos de uma Europa unida e forte!



David Cunha
JS Lousada
in: TVS

O plano de Schäuble

Este exercício à volta de uma epístrofe teve o propósito óbvio de sublinhar um truísmo. Outros o complementam, tais como:
– A sanha das sanções não se deve ao que aconteceu até 2015 (objectivos orçamentais sucessivamente falhados), mas sim ao facto de não ter sido eleito o governo escolhido por Schäuble.
– A Comissão Europeia, pau mandado do ministro das finanças alemão, não vai decidir aplicar sanções a Portugal no imediato, pois estas incidiram sobre as políticas do governo “certo” e, que chatice, os números oficiais da economia (reparem no sublinhado) não justificam tal tomada de posição.
– Ainda pela anterior razão, a decisão será sucessivamente protelada até que exista um pretexto para tal acto. Até lá, o clima de suspeição, prejudicial ao país, será sucessivamente renovado.
– É uma questão de tempo até que a actividade económica, em queda desde 2015, produza impacto suficientemente negativo que gere as condições para justificar as desejadas sanções. As quais vão prejudicar ainda mais o país.
Assistimos a um ciclo onde se criam dificuldades até que o actual governo caia, abrindo caminho à concretização do plano de Schäuble: uma Europa comandada por tanques que disparem controlo económico, no lugar de projécteis.

in: Aventar

BREXIT: O orgulho ferido de um reino não tão unido

Luís Cunha

Vamos lá ver como tudo isto começou. Como sabemos a Europa até à segunda grande guerra esteve frequentemente em conflito interno. Romanos, Vikings, Muçulmanos, Franceses e os Alemães, por duas vezes, tentaram “unificar” um continente desunido por natureza populacional e ideológica. Depois da segunda guerra mundial, alguns países reparam que estes conflitos não traziam benefícios, e fundaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço em 1951 (o Reino Unido não fazia parte desta estrutura). Mesmo assim, quase todos os países tinham as suas próprias leis económicas e leis de migração, o que dificultava o estabelecimento de relações comerciais entre eles. De uma forma muito simplista, a União Europeia veio eliminar estes entraves, permitindo uma livre circulação de pessoas e bens. 

Segundo relatos de cidadãos britânicos que todos os dias chegam à imprensa, a imigração é a principal causa deste referendo, e a forma a travar esta imigração é voltar a ter as suas próprias regras, ou seja, sair da UE. Espanta-me ser este facto uma preocupação da maioria (51,8%) de um país que nos últimos 400 anos colonizou meio mundo e que cresceu à custa desses seus emigrantes. 

Na minha ótica, as perspectivas futuras deste país é que não são as melhores. Resultados estatísticos recentes indicam que cerca de 75% dos jovens entre os 18 e 24 anos votaram para ficar, e que cerca de 56% e 62% dos votantes, da Irlanda do Norte e da Escócia respectivamente, também votaram para a permanência na UE. O Reino Unido está fraturado, mas, como país soberano que é, demonstrou com toda a legitimidade que quer sair da UE. Bem, não sei se é assim tão legítimo... Muitos britânicos têm vindo a demonstrar o arrependimento por terem votado na saída, pois não sabiam bem das consequências que este Brexit terá para o país. Resultado disso é a nova petição que circula e que tem como fim a realização de um novo referendo. Contudo, penso que com a apresentação da demissão de David Cameron, o Reino Unido atingiu o ponto de “no return”, acreditando eu que esta não é uma decisão irrevogável, ao estilo de Paulo Portas. 

De qualquer das formas, não há necessidade para muitos alarmes. Os britânicos, para além de terem a rainha Isabel II, têm também consigo duas outras grandes personalidades. Uma delas é Nigel Farage, o homem por detrás de toda a campanha, que conseguiu “ganhar sem ter sido disparada uma única bala”. Palavras dele, uma semana depois de Jo Cox, uma deputada pró-europa, ter sido morta a tiro por um alegado defensor do Brexit. A outra é o conservador Boris Johnson, um homem perito nas gafes, que compara as intenções da UE às de Hitler ou de Napoleão. 

Sem mais sarcasmo, podemos tirar várias lições inerentes ao Brexit. Uma delas é relativa a algo cada vez mais comum que designo de “votar por votar”. Todos os votos fazem a diferença, e por isso devemos estar conscientes de tudo. O Brexit pode trazer consigo tempos em que, na Europa, se realizarão muitos referendos com o mesmo tema, e por isso devemos estar bem informados e evitar ir com a opinião da maioria, ou então votar porque achamos que não iremos fazer a diferença. Vivemos em democracia, e por isso o nosso país é o que nós fazemos dele. Somos todos responsáveis!



Luis Cunha
JS Lousada

in: TVS