Leitura Recomendada

Não leva mais que uns 10 minutos para analisar.
Compacto, mas com muitas informações uteis sobre o panorama de Portugal na Europa.
Pode ser obtido gratuitamente no site da fundação, ou consultado aqui.

Marcos Gomes

Parabéns Mário Fonseca - nunca esqueceremos.

Hoje, se as circunstâncias da vida não fossem injustas, estaríamos todos a dar-lhe os parabéns pelos seus 60 anos.

Nós nunca nos esquecemos.

Parabéns Mário Fonseca!


Eles acham que atingimos o "Milagre Económico", e você, sente a sua vida melhor?








A filha de Relvas já pode voltar a sorrir



Foi o momento mais bonito do congresso. E não só deste. Passos anunciou o regresso de Relvas. Aliás, correcção: Passos lembrou que Relvas nunca se foi embora, mas como estava a lidar com congressistas, uma malta dada à distracção e à amnésia, fez um desenho. E apontou para a sua lista ao Conselho Nacional -”Vêem? Aqui está ele. Mesmo no topo que é para ninguém se fazer de parvo. Pronto. Vamos lá a despachar o resto desta merda.”

Relvas merece a distinção e o estatuto. É preciso ter em conta que apesar de ter mentido sob juramento numa comissão de inquérito no Parlamento e logo em matérias relativas à segurança nacional, ter tentado chantagear um jornal e alguns jornalistas, ser uma das maiores autoridades nacionais em folclore e ter conseguido dar uma lição de moral a toda a família de Sócrates, este probo teve invariavelmente o apoio de Passos, o silêncio de Cavaco, a anuência de Seguro e até a defesa galharda de António Costa. Que dizer? É um dos nossos melhores.

Acabou a travessia frenética do Atlântico, sempre mas sempre à procura do conhecimento permanente, essa pedra filosofal que transforma cargos no Estado em ouro. Ou não acabou, porque ele continua no Brasil. A fazer o quê? A defender a língua portuguesa com toda a sua sapiência e experiência académica. E que melhor referência para essa subida missão existirá do que o próprio Passos, o seu companheiro de tantas aventuras e alguém que tem inovado forte e feio na sintaxe e estilística da língua de Camões? Pelo que tudo está bem quando recomeça bem. E a miúda, coitada, também regressa sorridente e aliviada ao orgulho filial.

in: Aspirina B

Relvas: 2.º Round

"A escolha de Miguel Relvas para cabeça de lista do Conselho Nacional (CN) do PSD foi a grande surpresa do segundo dia da reunião magna dos sociais-democratas. E provocou um grande mal-estar junto de muitos congressistas, alguns com responsabilidades de peso no partido, que não entendem as razões pelas quais foi escolhido para liderar a candidatura."

Nota mental: afinal o consenso é uma ilusão.

O resto da noticia pode ser consultada aqui.

Marcos Gomes

Recordemos o que dizia Passos Coelho no debate das legislativas 2011



Vale a pena recordar o que Passos Coelho prometeu ao país e as críticas que fez ao anterior Governo.

Agora que sabemos o que Passos Coelho fez, é desprestigiante vermos que ainda é Primeiro Ministro.

Cursos céleres de formação



Numa tentativa desesperada de dar cumprimento ao acordado no âmbito do Compromisso Europa 2020, no qual o estado português traçou como objectivo, para esse ano, que 40% dos adultos entre os 30 e os 34 anos tenham completado o ensino superior ou equivalente, o Governo, em diploma aprovado em Conselho de Ministros, veio corporizar – debilmente, refira-se desde já – a criação de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSP). São cursos menos dispendiosos que permitem ao Governo prosseguir o seu único repto – melhorar as estatísticas e ficar bem na fotografia do combate ao analfabetismo e ao número diminuto de formandos em ensino superior. Lembram-se das críticas às Novas Oportunidades?

Pois bem, estes cursos são formações com uma duração de dois anos, o primeiro com uma componente geral e o segundo focado na formação profissional em sala de aula, complementado com um estágio numa empresa. Informe-se, ainda, que deverão ser ministrados nos Institutos Politécnicos. Foi ainda esclarecido pelo secretário de estado do ensino superior, José Ferreira Gomes, que estariam disponíveis 20 milhões de euros anuais no âmbito do Quadro Comunitário de Apoio, para financiamento destes cursos, que veriam o seu nascimento já a partir do próximo ano lectivo. Primeira incongruência pois que, no final do Conselho de Ministros, já este senhor admitia que o financiamento estava ainda em fase de negociação. 

Acontece, porém, que no contexto hodierno de ensino existem já os chamados CET, ou por outras, Cursos de Especialização Técnica, que são feitos essencialmente em contexto de trabalho adequando-se às necessidades do mercado e do tecido empresarial. Que vantagens trarão os CTSP? Não serão uma sobreposição inconsistente que afectará a racionalidade do sistema e fará cair por terra a sua eficácia? Não iremos num sentido de dar formações superiores cada vez mais curtas, já na senda do reprovável Processo de Bolonha? Que acreditação terão estes cursos, que valoração lhes será dada pelo mercado, que futuro terão estes estudantes? O secretário de estado do ensino superior garante que a maioria dos jovens que irão frequentar estes cursos ficarão a trabalhar no meio regional; que não se pretende o desenraizamento dos jovens do interior do país. Muito bem, então. Mas só uma questão: as poucas empresas existentes no interior do país vão ser capazes de absorver estes novos técnicos?

E depois a ambiguidade com que se trata as questões levantadas por esta proposta: é dito que estes cursos, de modo algum, conferirão um grau superior, e caso o estudante pretenda seguir uma licenciatura, posteriormente, dever-se-á submeter a uma “prova local”, ou seja, cada instituto politécnico vai ser capaz de estabelecer um sistema de avaliação dos seus alunos ou de outros candidatos (!?) de modo a poder integrá-lo numa licenciatura. É, portanto, em torno da arbitrariedade e da incerteza que se decidirá o futuro do candidato. Mais tarde, quando questionado sobre a existência de Cursos de Especialização Técnica, José Ferreira Gomes vem contrariar o que havia dito, apontando que estes são apenas uma formação pós-secundária não superior e que os novos cursos, os CTSP, “já têm mais a natureza de curso superior”. Mas então onde ficamos? Têm ou não cariz superior? 

Todas estas incoerências à volta desta proposta fazem-me lembrar que nem toda a aposta no ensino e na formação é inteligente. Todas estas obscuridades fazem com que este projecto morra, ainda não tendo nascido, devido sobretudo à forma depreciativa com que vai sendo moldado, e devido à confusão entre o que é ensino profissional de nível secundário e a formação em contexto de empresa. 



De facto, um país orientado para políticas de educação é um país desenvolvido e traçado para um futuro mais sólido, mas não se pode trazer a público propostas mal delineadas, sem balizas marcadas ou conteúdo coerente. Não se pode, num dia, criticar abruptamente os programas de governação anteriores, quando num outro se propõe um plano sem base nem arestas limadas.

Eduarda Ferreira
in: TVS

Pedro Silva Pereira arrasa Governo e bancadas do PSD e CDS

Ouvi há pouco Pedro Silva Pereira, deputado socialista e ministro da Presidência no anterior Governo, a fazer uma declaração política no Parlamento sobre o Relatório do FMI conhecido ontem, que enfureceu os deputados do PSD e do CDS e levou Miguel Frasquilho e Nuno Magalhães a responderem com grande estardalhaço.
Sentado na primeira fila da bancada socialista, de rosto sereno e sem demonstrar qualquer emoção Silva Pereira ouviu as reacções, primeiro das bancadas da maioria e depois dos partidos à sua esquerda.
Quando chegou a sua vez de responder, foi um festival. O ruído vindo da maioria era ensurdecedor, a pontos de a Presidente várias vezes ter mandado calar as bancadas e dito a Silva Pereira que o tempo do ruído seria descontado na sua intervenção. À esquerda as reacções à resposta de Silva Pereira foram mais comedidas, apenas o PCP vociferava mas vistas na televisão as reacções deste não passavam de esgares.
A uns e a outros Silva Pereira respondeu imperturbável, sem se incomodar com as reacções que vinham das bancadas, as respostas fluiam soltas e imparáveis, os dados e os números na sua cabeça, a história recente bem viva na mente, tudo a sair-lhe da boca como flechas certeiras atiradas à direita e à esquerda. No final arrebatou  aplausos da bancada do PS, enquanto os oradores da direita e da esquerda que o tinham atacado, ostentavam sorrisos amarelos.
E do que falou Silva Pereira?
Falou do relatório do FMI, era esse o tema da sua declaração. É melhor ver no link da imagem.
Mas o melhor foram ainda as respostas à maioria, ao PCP e ao Bloco. Silva Pereira lembrou ao PSD, que o acusava de “desfaçatez”, quando em abril de 2011, “contra os pareceres do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia”, o PSD  recusou o PEC IV e abriu  uma crise política em Portugal,  que atirou para o lixo o ‘rating’ da República (onde ainda se encontra) e precipitou a crise política”. E lembrou ao PCP e ao Bloco que “o momento fundador do actual governo” foi o chumbo do PEC IV em que eles colaboraram e avivou-lhes a memória do momento em que, em 2011, perante o PEC IV, disseram que quem governava era o FMI e Pedro Silva Pereira lhes respondeu ali mesmo, na AR: “ainda não viram nada”!
Mas neste episódio parlamentar o que suscita reflexão é o facto de o PS dispôr de deputados  com os conhecimentos e a preparação política de Silva Pereira e deixá-los nas filas de trás, dando palco a  vozes menos experientes e sobretudo menos abalizadas a responder taco a  taco à demagogia e à deturpação de factos da história recente.
Percebe-se porque é que a direita e a esquerda se irritam com Silva Pereira, com Sócrates e com outros que vêem lembrar coisas que eles querem esquecer. Os portugueses que não se revêem no actual governo e que desistiram de acreditar numa alternativa de esquerda incluindo os partidos à esquerda do PS precisam de vozes assim, firmes, informadas e sem medo do passado.

Contra os Independentes Politizados



Não me irei alongar a tecer considerações sobre o recorrente estado da política nacional e internacional. É perfeitamente óbvio e mais do que debatido, uma perfeita inércia de valores, contrastando com exigências colossais aos diferentes povos, no sentido de resolver uma gigantesca crise financeira que nos trouxe enormes repercussões mundiais e onde os principais culpados são aqueles que são mais protegidos e até financiados.

Evidentemente não temos tido o engenho e a arte de eleger políticos mais bem preparados, conscientes e preocupados com a sustentabilidade futura dos países ao invés do ato eleitoral seguinte.

Ainda assim, no meio de tantas críticas temos que reconhecer o valor de pessoas que se prestam a tentar governar o país, mesmo com todas as dúvidas e críticas sobre as suas reais intenções.

Um dos grandes problemas que nos debatemos ultimamente está relacionado com a origem de uma parte das críticas. Esta origem requer preferencialmente uma análise sociológica e pouco política, uma vez que advém de personalidades que se tornam conhecidos por serem Independentes Politizados.

Esta nova classe de opinion makers, encontra-se numa posição invejável, proveitosa e de todo impossível de combater. São pessoas que tem opinião sobre tudo, com pontos de vista ferozes, mas que nada fizeram nem nunca irão fazer para tentar melhorar o atual estado de situação do país, da política e da sociedade em geral. Seja num nível macro em termos internacionais, ou em circunstâncias micro, no meio onde residem.
Por muito que se discorde do posicionamento político ideológico de alguém, só temos que elogiar a capacidade de se ser alternativa, apresentando-se a votos. A sociedade começa a ficar saudosa dos velhos do Abril. Aqueles que sempre lutaram, saíram de casa para as ruas demonstrando as suas opções políticas sem nunca terem medo de dar a cara, mesmo estes tendo consequências como a privação da liberdade.

Agora os Independentes Politizados são impossíveis de combater porque não tem passado, não tem ação, não tem erros próprios da condição Humana mais pura. Com esses, uma sociedade que se quer evoluída não pode contar porque têm medo do erro, sofrendo dessa forma o pior de todos os males - a incapacidade. Destes, nunca irá rezar a História.

Situam-se na posição mais simples. No conforto do lar. Pendendo as suas preferências por quem tem mais influência, por quem venceu eleições, por quem tem mais recursos financeiros e por quem está na mó de cima. Ou então transformam-se no oposto, tornando-se oposição a tudo.

Estes nunca perdem. Vencem sempre. Os outros são os culpados por não terem feito isto ou aquilo, por no passado terem dito algo que agora não podem fazer. Estão em todo o lado. Seja na mesa do café, nas redes sociais ou em programas de televisão com os holofotes da fama voltados para a sua impoluta pessoa.

Num país ávido de soluções que não se vislumbram fáceis nem simples, há que pugnar pela união, pela força do conjunto, alterando comportamentos pela iniciativa popular.

Num país que a cada ato eleitoral fazem-se promessas obtusas, juntemos esforços para combater uns e outros. Agindo, mas tomando “partido”. Apontando o dedo, mas dizendo, “eu fiz, faço ou proponho-me a fazer melhor”. Acabe-se com a letargia imposta por uma sociedade com pânico da responsabilidade e horror à política, mas que passa a vida a falar dela.
Tal como Platão, “o maior castigo pela tua não participação na política, é seres governado por inferiores”.

Só com união e ação, é que conseguimos fazer Abril.

Carta ao Pai (Fernando Tordo foi obrigado a emigrar aos 65 anos)


Ontem, o meu pai foi-se embora. Não vem e já volta; emigrou para o Recife e deixou este país, onde nasceu e onde viveu durante 65 anos.

A sua reforma seria, por cá, de duzentos e poucos euros, mais uma pequena reforma da Sociedade Portuguesa de Autores que tem servido, durante os últimos anos, para pagar o carro onde se deslocava por Lisboa e para os concertos que foi dando pelo país. Nesses concertos teve salas cheias, meio-cheias e, por vezes, quase vazias; fê-lo sempre (era o seu trabalho) com um sorriso nos lábios e boa disposição, ganhando à bilheteira.

Ontem, quando me deitei, senti-me triste. E, ao mesmo tempo, senti-me feliz. Triste, porque o mais normal é que os filhos emigrem e não os pais (mas talvez Portugal tenha sido capaz, nos últimos anos, de conseguir baralhar essa tendência). Feliz, porque admiro-lhe a coragem de começar outra vez num país que quase desconhece (e onde quase o desconhecem), partindo animado pelas coisas novas que irá encontrar.

Tudo isto são coisas pessoais que não interessam a ninguém, excepto à família do senhor Tordo. Acontece que o meu pai, quer se goste ou não da música que fez, foi uma figura conhecida desde muito novo e, portanto, a sua partida, que ele se limitou a anunciar no Facebook, onde mantinha contacto regular com os amigos e admiradores, acabou por se tornar mediática. E é essa a razão pela qual escrevo: porque, quase sem o querer, li alguns dos comentários à sua partida.

Muita gente se despediu com palavras de encorajamento. Outros, contudo, mandaram-no para Cuba. Ou para a Coreia do Norte. Ou disseram que já devia ter emigrado há muito. Que só faz falta quem cá está. Chamam-lhe palavrões dos duros. Associam-no à política, de que se dissociou activamente há décadas (enquanto lá esteve contribuiu, à sua modesta maneira, com outros músicos, escritores, cineastas e artistas, para a libertação de um povo). E perguntaram o que iria fazer: limpar WC's e cozinhas? Usufruir da reforma dourada? Agarrar um "tacho" proporcionado pelos "amiguinhos"? Houve até um que, com ironia insuspeita, lhe pediu que "deixasse cá a reforma". Os duzentos e tal euros.

Eu entendo o desamor. Sempre o entendi; é natural, ainda mais natural quando vivemos como vivemos e onde vivemos e com as dificuldades por que passamos. O que eu não entendo é o ódio. O meu pai, que é uma pessoa cheia de defeitos como todos nós – e como todos os autores destes singelos insultos –, fez aquilo que lhe restava fazer.

Quer se queira, quer não, ele faz parte da história da música em Portugal. Sozinho, ou com Ary dos Santos, ou para algumas das vozes mais apreciadas do público de hoje – Carminho, Carlos do Carmo, Mariza, são incontáveis – fez alguns dos temas que irão perdurar enquanto nos for permitido ouvir música.

Pouco importa quem é o homem; isso fica reservado para a intimidade de quem o conhece. Eu conheço-o: é um tipo simpático e cheio de humor, que está bem com a vida e que, ontem, partiu com uma mala às costas e uma guitarra na mão, aos 65 anos, cansado deste país onde, mais cedo do que tarde, aqueles que o mandam para Cuba, a Coreia do Norte ou limpar WC's e cozinhas encontrarão, finalmente, a terra prometida: um lugar onde nada restará senão os reality shows da televisão, as telenovelas e a vergonha.

Os nossos governantes têm-se preparado para anunciar, contentíssimos, que a crise acabou, esquecendo-se de dizer tudo o que acabou com ela. A primeira coisa foi a cultura, que é o património de um país. A segunda foi a felicidade, que está ausente dos rostos de quem anda na rua todos os dias. A terceira foi a esperança. E a quarta foi o meu pai, e outros como ele, que se recusam a ser governados por gente que fez tudo para dar cabo deste país - do país que ele, e milhões de pessoas como ele, cheias de defeitos, quiseram construir: um país melhor para os filhos e para os netos. Fracassaram nesse propósito; enganaram-se ao pensarem que podíamos mudar.

Não queremos mudar. Queremos esta miséria, admitimo-la, deixamos passar. E alguns de nós até aí estão para insultar, do conforto dos seus sofás, quem, por não ter trabalho aqui – e precisar de trabalhar para, aos 65 anos, não se transformar num fantasma ou num pedinte – pegou nas malas e numa guitarra e se foi embora.

Ontem, ao deitar-me, imaginei-o dentro do avião, sozinho, a sonhar com o futuro; bem-disposto, com um sorriso nos lábios. Eu vou ter muitas saudades dele, mas sou suspeito. Dói-me saber que, ontem, o meu pai se foi embora.




João Tordo - Filho do músico Fernando Tordo

in: Público

O que por terra de "Sua Majestade" se vai passando

Uma auditoria jornalística sobre o que se passa no Reino Unido com a austeridade de Cameron, com a qual podemos tirar algumas conclusões (e ideias de Tatcher?).

(Artigo em Inglês, pelo Financial Times)

Marcos Gomes

Vítor Gaspar: um caso antropológico a ser estudado

"as dimensões humanas e sociais do programa de ajustamento foram sempre tidas em conta, com ênfase para o fenómeno do desemprego. A minha maior preocupação tem sido o desemprego jovem e o desemprego de longa duração. O desemprego subiu para níveis muito elevados, atingiu um máximo de 17,7 no primeiro trimestre de 2013, com o desemprego jovem em 42,1 por cento. Estes números são muito importantes do ponto de vista económico, social e individual. Os custos são elevados e prolongados no tempo. Contudo, não é verdade que Portugal tenha tido uma evolução destes indicadores mais gravosa do que a de um país como a Espanha, que teve um programa apenas para o sector financeiro. E, de resto, um dos aspectos mais positivos da viragem em 2013 foi a queda do desemprego e do desemprego jovem para 15,3 por cento e 35,7 por cento, respectivamente, no final do ano."

E com sucessivas trocas de "alvo" se vai dando um ar de graça e candura, de pedantismo e eficiência.

A entrevista pode (e deve) ser consultada no Jornal Público

Boas Contas, Portas e Exigência no Ensino Superior

Nelson Oliveira
1 – Boas contas. Este tem sido o desígnio da governação socialista da CM Lousada ao longo dos anos e que em abono da verdade continuará certamente a sê-lo. Apesar de muitos tentarem contrariar esta verdade com a questão do aumento de endividamento líquido (2011), convém que consultem a lei e observem integralmente toda a legislação destinada a este assunto e suas repercussões.
Para além da explicação dada pelo Presidente de Câmara junto da comunicação social, atribuindo óbvios erros de cálculo deste limite de endividamento entretanto já denunciados junto das entidades competentes, realça-se o facto de nenhum membro da Coligação Lousada Viva ter requerido qualquer esclarecimento junto do executivo socialista.
Certamente não será conveniente o confronto com a realidade dos factos e com a totalidade da legislação existente. Certamente saberão que mesmo que a situação não se altere (o que será muito pouco provável) não haverá corte de verbas, mas sim a sua retenção como forma de pagar diretamente as "dívidas" em questão. Mas, também sabem, que a CM Lousada não tem dívidas vencidas a mais de 60 dias, portanto essas verbas serão novamente reencaminhadas para o município.
E para terminar, certamente sabem que nos anos em questão, Lousada foi um dos municípios com uma das melhores prestações financeiras segundo o AFMP.


2 – Se há característica de saudar em Paulo Portas, é a sua abertura de espírito fora de Portugal. Em Espanha, foi anunciado como Primeiro Ministro de Portugal algo que o deixou incrivelmente satisfeito. Falou Português, Castelhano e até Inglês. Anunciou boas novas, um novo mundo está para chegar a um país destroçado economicamente, rematando a questão com uma falta de originalidade incrível – "Os socialistas são muito bons a gastar o dinheiro dos outros".
Porventura, Paulo Portas quis figurar nos anais da história como o autor de uma frase fantástica. É pena. A frase tem mais de 40 anos e foi dita por Margaret Thatcher. Mas uma coisa é certa, esta direita tem uma certa tendência natural para o plágio… cada vez mais evidente.
Quanto à frase em si, vinda de quem vem, Portas não será a pessoa mais indicada para falar em gastar o dinheiro dos outros. Elaborar uma recuperação económica com discursos acerca das gorduras do Estado mas aumentando todos os impostos, baixando salários, pensões e privatizando empresas do Estado que dão lucro?
A par disto o défice sofre uma redução de 1% apesar de ser renegociado constantemente, o desemprego atinge níveis recorde mesmo com a emigração em máximos históricos, a aposta na educação e na investigação científica foi colocada de parte e a dívida pública atingiu os 130%?
Este não é certamente o melhor cartão de visita para Paulo Portas e companhia, muito menos se levarmos a conversa para o negócio dos Submarinos, Pandur, Sobreiros ou adjudicações de milhões de euros quando já tinha sido demitido por Jorge Sampaio.


3 – Enquanto o país era invadido com uma onda anti praxe, generalizando comportamentos ignóbeis e criminosos a toda a comunidade académica, ou seja, a cerca de 70% dos licenciados deste país que participaram nas diversas atividades académicas, o Governo decide cortar os apoios aos bolseiros – assunto realmente importante para o ensino superior.
A par disto, um Governo que abominava o alegado facilitismo das Novas Oportunidades, implementa os novos Centros para a Qualificação e Ensino Superior, baseado em pressupostos idênticos aos antigos CNO's.
Curioso!
Agora já existe exigência e credibilidade, mesmo que se usem os mesmos métodos que tão fortemente eram criticados? Um procedimento já esperado. Muda-se o nome e logotipo, elaboram-se umas pequenas alterações, corta-se drasticamente na oferta aos cidadãos, inserimos a palavra "exame" e tudo o resto é igual.
Ao mesmo tempo, sob o mote da reputação e rigor universitário promovido por Passos Coelho, estão para surgir as "turbolicenciaturas". Cursos superiores de 2 anos que o próprio Secretário de Estado define como "uma espécie de meia licenciatura".
Não é uma crítica ao diploma em causa, é apenas uma constatação factual, face ao que diziam anteriormente sobre as políticas educativas.

in: Verdadeiro Olhar

Da mentira

    Passos Coelho, em 11 de Março de 2012: “Já dissemos que vamos voltar aos mercados de dívida em Setembro de 2013 e é o que vai acontecer. Nessa altura, deixaremos de precisar de financiamento externo para a economia”. 

    Vítor Gaspar (ver vídeo), em 19 de Março de 2012: “A data crucial para o regresso aos mercados é 23 de Setembro de 2013 e certamente que esperamos ter crescimento positivo antes disso.”
in: CC

Contribuição fundamental para a diminuição do desemprego - EMIGRAÇÃO JOVEM

Reportagem de hoje da SIC, desmantela os discursos de congratulação do Governo face à diminuição do desemprego em Portugal, e relata o caso de 50 jovens enfermeiros.

Mais de 50 enfermeiros desempregados obrigados a emigrar



"Vim em passo de bala,
Um diploma na mala,
Deixei o meu amor p'ra trás.
Faz tanto frio em Paris,
Sou já memória e raiz,
Ninguém sai donde tem Paz.

Quero voltar
Para os braços da minha mãe"

O extraordinário poema de Pedro Abrunhosa sobre os que partem e sonham com o regresso, ganha hoje uma nova e arrepiante dimensão para mais 50 portugueses.
São enfermeiros que partiram esta manhã do Porto para Inglaterra.
Vão trabalhar num hospital perto de Londres que lhes oferece o que não encontram no mercado português.
É uma reportagem exclusiva que vamos ver no Primeiro Jornal e que nos interroga sobre o país que nos estão a construir.


in: sicnoticias.sapo.pt

Passos Coelho: O homem da exigência e rigor universitário e contra as Novas Oportunidades

Alguém se lembra das críticas de Passos Coelho às Novas Oportunidades?

Alguém sabe o que veio substituir as Novas Oportunidades? Sim. Algo exatamente igual.

Para terminar. A exigência e o rigor que este Governo quer atribuir ao Ensino Superior:

“Meias licenciaturas” nos politécnicos aprovadas nesta semana


Portas - O homem dos submarinos que o governo PS teve que pagar.



1. Leio no jornal que Paulo Portas afirmou que "os socialistas são bons a gastar".

2. Aquele mesmo Paulo Portas que fechou a compra, em 2004, de dois submarinos?

3. Para que outros depois pagassem?

4. Paulo Portas socialista?

5. O que uma pessoa vem a descobrir!...


Augusto Santos Silva




Falta ainda referir que Paulo Portas, 17 dias antes de sair do Governo de Durão Barroso, contratualizou armamento para os submarinos que já deveriam ter sido incluídos na compra inicial.