Nelson Oliveira |
1 – Boas contas. Este tem sido o desígnio da governação socialista da CM Lousada ao longo dos anos e que em abono da verdade continuará certamente a sê-lo. Apesar de muitos tentarem contrariar esta verdade com a questão do aumento de endividamento líquido (2011), convém que consultem a lei e observem integralmente toda a legislação destinada a este assunto e suas repercussões.
Para além da explicação dada pelo Presidente de Câmara junto da comunicação social, atribuindo óbvios erros de cálculo deste limite de endividamento entretanto já denunciados junto das entidades competentes, realça-se o facto de nenhum membro da Coligação Lousada Viva ter requerido qualquer esclarecimento junto do executivo socialista.
Certamente não será conveniente o confronto com a realidade dos factos e com a totalidade da legislação existente. Certamente saberão que mesmo que a situação não se altere (o que será muito pouco provável) não haverá corte de verbas, mas sim a sua retenção como forma de pagar diretamente as "dívidas" em questão. Mas, também sabem, que a CM Lousada não tem dívidas vencidas a mais de 60 dias, portanto essas verbas serão novamente reencaminhadas para o município.
E para terminar, certamente sabem que nos anos em questão, Lousada foi um dos municípios com uma das melhores prestações financeiras segundo o AFMP.
2 – Se há característica de saudar em Paulo Portas, é a sua abertura de espírito fora de Portugal. Em Espanha, foi anunciado como Primeiro Ministro de Portugal algo que o deixou incrivelmente satisfeito. Falou Português, Castelhano e até Inglês. Anunciou boas novas, um novo mundo está para chegar a um país destroçado economicamente, rematando a questão com uma falta de originalidade incrível – "Os socialistas são muito bons a gastar o dinheiro dos outros".
Porventura, Paulo Portas quis figurar nos anais da história como o autor de uma frase fantástica. É pena. A frase tem mais de 40 anos e foi dita por Margaret Thatcher. Mas uma coisa é certa, esta direita tem uma certa tendência natural para o plágio… cada vez mais evidente.
Quanto à frase em si, vinda de quem vem, Portas não será a pessoa mais indicada para falar em gastar o dinheiro dos outros. Elaborar uma recuperação económica com discursos acerca das gorduras do Estado mas aumentando todos os impostos, baixando salários, pensões e privatizando empresas do Estado que dão lucro?
A par disto o défice sofre uma redução de 1% apesar de ser renegociado constantemente, o desemprego atinge níveis recorde mesmo com a emigração em máximos históricos, a aposta na educação e na investigação científica foi colocada de parte e a dívida pública atingiu os 130%?
Este não é certamente o melhor cartão de visita para Paulo Portas e companhia, muito menos se levarmos a conversa para o negócio dos Submarinos, Pandur, Sobreiros ou adjudicações de milhões de euros quando já tinha sido demitido por Jorge Sampaio.
3 – Enquanto o país era invadido com uma onda anti praxe, generalizando comportamentos ignóbeis e criminosos a toda a comunidade académica, ou seja, a cerca de 70% dos licenciados deste país que participaram nas diversas atividades académicas, o Governo decide cortar os apoios aos bolseiros – assunto realmente importante para o ensino superior.
A par disto, um Governo que abominava o alegado facilitismo das Novas Oportunidades, implementa os novos Centros para a Qualificação e Ensino Superior, baseado em pressupostos idênticos aos antigos CNO's.
Curioso!
Agora já existe exigência e credibilidade, mesmo que se usem os mesmos métodos que tão fortemente eram criticados? Um procedimento já esperado. Muda-se o nome e logotipo, elaboram-se umas pequenas alterações, corta-se drasticamente na oferta aos cidadãos, inserimos a palavra "exame" e tudo o resto é igual.
Ao mesmo tempo, sob o mote da reputação e rigor universitário promovido por Passos Coelho, estão para surgir as "turbolicenciaturas". Cursos superiores de 2 anos que o próprio Secretário de Estado define como "uma espécie de meia licenciatura".
Não é uma crítica ao diploma em causa, é apenas uma constatação factual, face ao que diziam anteriormente sobre as políticas educativas.
in: Verdadeiro Olhar