[Lousada não é feita de “silêncios”, mas de ação, de construção permanente.]

Intervenção na Assembleia Municipal de 27/02/2015
João Ferro



Minhas senhoras e meus senhores,
- A presidente da juventude centrista, Ana Rita Neto, concedeu há cerca de duas semanas, uma entrevista ao TVS, sobre a qual gostaria de tecer algumas considerações.

- Em 1º lugar, não posso deixar de relevar a forma educada, cordial e civilizada e a atitude de crítica, mas desprovida de provocações e de ataques pessoais sem sentido, ou de levantamento de suspeições ridículas e inadmissíveis, com que respondeu às questões colocadas pelo entrevistador. Outros deveriam, em minha opinião e neste aspeto, seguir-lhe o exemplo; E também de dizer que acredito na sua sinceridade quando afirma que, através da política, “pretende lutar por um concelho melhor para os jovens”, em contraste com aqueles que veem na política apenas um trampolim para satisfação das suas ambições pessoais, e que, para isso, são capazes de recorrer a tudo, sem qualquer tipo de escrúpulos.

[Permitam-me, que abra aqui um parêntesis: Os dirigentes da coligação Lousada viva”, seja através de entrevistas na imprensa escrita, na internet ou nas redes sociais, ou nas suas intervenções em reuniões de Câmara, ou ainda, através de outros meios, têm procurado fazer passar determinado tipo de mensagens. Mas, minhas senhoras e meus senhores, penso que a sua intenção tem saído frustrada. Pois, em vez de conseguirem passar as mensagens pretendidas, o que têm conseguido fazer com essas iniciativas ou campanhas, tem sido expor publicamente a verdadeira natureza da sua ação política.]

Bom, volto então de novo ao que verdadeiramente interessa.
- Entendo ainda manifestar aqui o meu reconhecimento pelo empenhamento da Juventude Centrista pela criação do Conselho Municipal da Juventude.
Espero que, juntamente com a Juventude Socialista, e outras Juventudes partidárias e associações de jovens do concelho, demonstre o mesmo empenhamento no sentido de que o CMJ venha a ser, de facto, como diz a presidente da Juventude Socialista, Eduarda Ferreira, “o meio privilegiado de diálogo entre os jovens e o executivo municipal” sendo “certo que através dele serão abordadas as dificuldades e os anseios dos jovens lousadenses, numa procura mútua de soluções”, devendo “servir para que os jovens discutam políticas públicas de forma pacífica, consciente e não lutem de forma partidária”.

Espero, portanto, que demonstre o mesmo empenhamento em não permitir que se transforme num espaço e veículo de luta político-partidária, o que contribuiria para o seu descrédito e, consequentemente, para a sua auto dissolução no curto prazo.

- Porém, e em 2º lugar, tenho que lhe dizer que muitas das suas afirmações, pecam por terem pouco a ver com a realidade do nosso concelho.

 E passo a tentar explicar as razões que sustentam esta minha convicção.

Afirma que, “A CML não tem sido capaz de criar mecanismos de incentivo ao emprego e à captação de investimento”

Mas, como é que se mede isso? O que permite fazer esta afirmação?

Vamos então ver:
 Com base em dados do INE e do IEFP, posso dizer-lhe que a taxa de desemprego em Lousada se fixou em 12,5% em Dezembro de 2014. Foi a 3ª menor do distrito do Porto, depois de Felgueiras (8,1%) e de Vila do Conde (12,1%).

  O desemprego no concelho de Lousada em 2014, relativamente a 2013, diminuiu 18,4% (foi a 2ª descida maior no distrito do Porto, depois de Paços Ferreira com uma descida, no mesmo período de 21,5%); Foi ainda a 16ª com diminuição mais acentuada entre 86 concelhos da zona Norte.

Acrescente-se ainda que, no 1º trimestre de 2014 o concelho de Lousada foi o 3º concelho do distrito do Porto, depois do Porto e de Felgueiras, com maior índice de criação de empresas por 1000 habitantes (1,37).

Facilmente, por estes indicadores, poderá verificar que a sua afirmação carece de sustentabilidade. De facto, estes demonstram exatamente o contrário:

Porque o desemprego em Lousada é dos mais baixos em toda o distrito do Porto e porque teve das maiores descidas em 2014 relativamente a 2013, e ainda porque Lousada foi dos concelhos em que mais empresas se têm criado nos últimos tempos, podemos concluir que as políticas seguidas pela CML têm sido as mais corretas, relativamente ao incentivo ao emprego e à captação do investimento, pois tiveram ótimos resultados conforme demonstrado.

Diz depois que “uma incubadora de empresas poderia constituir um bom mecanismo na mitigação deste problema”, e que, embora reconhecendo, no que respeita ao abandono escolar, “nos últimos anos, a autarquia tem conseguido diminuir significativamente este problema e os casos de abandono escolar tem sido cada vez menos”, refere depois que, “no que diz respeito à educação existem ainda diversas lacunas a colmatar”.

Teve lugar, neste salão nobre, no dia 3 deste mês, a apresentação da "Rede de Apoio à Atividade Económica e do Empreendedorismo do Tâmega e Sousa", em que o município de Lousada se integrou ativamente, cujo objetivo foi dar a conhecer a análise da atividade económica na região, dos seus pontos fortes e das suas fragilidades, e a estratégia a implementar, através da intermunicipalidade e com base no dinamismo económico, até 2030, isto é num horizonte de 15 anos. 

Ao mesmo tempo foi anunciada a criação nas instalações da CML do “Balcão do Empreendedor”, que funcionará com o apoio constante de um back-office da responsabilidade da CIM do Tâmega e Sousa, com o objetivo de “apoiar iniciativas criativas e inovadoras, facilitando a elaboração de candidaturas aos fundos comunitários”, como diz o Sr. Presidente na intervenção que dirige a esta Assembleia Municipal.

Da intervenção do Sr. Presidente da Câmara no evento referido é importante salientar o seguinte:

“O Município de Lousada tem prestado uma atenção especial à formação profissional. Os objetivos estão bem definidos desde há vários anos. Pretendemos impulsionar o desenvolvimento:
- de uma comunidade local mais qualificada e competitiva;
- de uma comunidade local baseada no conhecimento, caracterizada por um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com uma maior coesão social;
- da criatividade, da competitividade e da empregabilidade.”

Nessa mesma sessão foi anunciada pelo Sr. Presidente da Câmara o estabelecimento de um protocolo com o Modatex, centro de formação na área do têxtil e do vestuário, (cujo contrato de comodato foi assinado esta semana, neste salão, no dia 23 de Fevereiro, com cedência de instalações em Sta. Margarida, na antiga escola primária);

Assim como da futura criação de uma incubadora de empresas, em ligação permanente com a Associação Industrial, os industriais, a Comunidade Intermunicipal,  e as Universidades.

Ainda na área da formação, a CML tem vindo a estabelecer colaborações com vários centros de formação da região norte, tais como:
- o Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado;
- o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica;
- o Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel;
- o Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário;
- o Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte;

Muito em breve irá, em parceria com o Centro de Formação Profissional do Porto de IEFP, realizar formações em áreas como a eletromecânica de manutenção industrial, a serralharia civil e mecânica, a eletricidade de instalações e de redes, a canalização e outras. Neste caso, a formação teórica será dada em Lousada e a formação prática no Porto.

Também em breve irá oferecer uma resposta formativa que são os Cursos Técnicos Superiores Profissionais:
- O curso de técnico de vendas para mercados internacionais
- O curso de gestão de tecnologias para a inovação das PME’s

Posso também dizer-lhe, e ainda na área da formação profissional, que, por exemplo, este ano foi concretizada uma parceria entre o Agrupamento de Escolas Lousada Oeste, na área da Mecatrónica, com a ATEC (Academia de formação cujas empresas promotoras são a Volkswagen Autoeuropa, a Siemens, a Bosh, e a Câmara do Comércio Luso- Alemã, no Freixieiro);

A CML tem apoiado o Agrupamento de Escolas Lousada Este (Caíde de Rei) no transporte de alunos de um curso vocacional, para a ROSEM (Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses); sem este apoio era inviável a frequência deste curso na área agrícola.

Não será abusivo da minha parte afirmar que existirá da parte deste executivo a vontade e a disponibilidade, na altura própria e tendo como apoio o complexo desportivo, de promover a instalação de instituições ligadas ao desporto e ao ensino, e porventura, a algumas outras áreas.

Disse ainda, e volto a citá-la: “Considero também que, em Lousada, estão reunidas diversas condições para a captação de investimento, já que tem boas acessibilidades e está perto da cidade do Porto e, nesse sentido, a autarquia poderia conceder determinados benefícios fiscais e desburocratizar processos administrativos incentivando a instalação de investidores”.

Estão agora, sim senhor, reunidas todas as condições, não apenas pelas razões por si referidas, mas também, sem menosprezar as ótimas acessibilidades e situação geográfica, muitas outras que passo a citar, sem ter a pretensão de referir todas:

-Em 1º lugar, a sua juventude, como o seu maior ativo;
- Os seus centros escolares, que se encontram na última fase de construção ou de remodelação;
- Os equipamentos desportivos, culturais e sociais na vila e em todo o concelho;
- A intensa vida cultural, desportiva, social e de recreio ou diversão;
- A regeneração urbana;
- Os Parques Urbano e Biológico, e de lazer nas freguesias;
- Os equipamentos de saúde;
- Os equipamentos hoteleiros (nomeadamente de tipo rural), etc. etc. etc.

E olhe que nada disto e muito mais não existe por “obra e graça do Espírito Santo”!

Quanto aos incentivos fiscais, para além de outras medidas já em vigor, o facto do regulamento do PIM (Projetos de Interesse Municipal) ser hoje apresentado pelo executivo da Câmara Municipal para aprovação, responde inteiramente a esta preocupação.

 Gostava por fim de lhe dizer, contrariamente ao que, por vezes, se tenta fazer passar, que Lousada goza, apesar da crise agravada pela política de austeridade cega deste governo, de uma dinâmica e saudável atividade económica e empresarial com um forte pendor exportador.

 Apenas dois ou três números que o comprovam;
- O volume de negócios do setor das Indústrias Transformadoras representou, em 2012, 39% do valor de toda a atividade económica do concelho, representando em termos de pessoal 48% dos trabalhadores de todas as atividades económicas do concelho de Lousada.

- A taxa de cobertura das importações pelas exportações foi, em 2012, de 163,45%.

- Por fim, atribuo as suas afirmações a uma deficiente informação sobre a vida do nosso concelho, motivada, talvez e em boa parte, por se encontrar a estudar a alguma distância de Lousada.

- Para lhe facilitar a vida, e se assim o entender, posso fazer-lhe chegar elementos e indicadores que comprovam tudo o que afirmei, desejando que, da próxima vez, se preocupe um pouco mais com as fontes de informação.

De qualquer modo, os meus parabéns pela sua entrevista, quanto mais não seja, pelos motivos que referi logo de início, o que, só por si, considero de uma importância muito relevante.

Se me permite, e também pelos mesmos motivos, endereço, de igual modo, os meus parabéns à presidente da Juventude Socialista de Lousada, pela entrevista publicada ontem, também pelo jornal TVS.


Muito obrigado.


Tomada de Posse - Ass. Nacional Jovens Autarcas Socialistas - Porto





A Federação acolheu esta noite a tomada de posse da Delegação Distrital do Porto da ANJAS (Associação Nacional de Jovens Autarcas Socialistas).

Na qualidade de presidente dos autarcas socialistas (ANA PS), José Luís Carneiro deu posse ao presidente distrital da ANJAS, Fábio Faria e ao presidente da Mesa da Assembleia, Miguel Carneiro.
No evento marcaram presença o presidente dos Jovens Autarcas Socialistas, Marco Ferreira, o líder da Federação Distrital da JS Porto, Hugo Carvalho, e o presidente cessante da ANJAS Porto, Nelson Oliveira.

Uma jovem e numerosa assistência testemunhou a nova etapa da ANJAS Porto.

É isto o sucesso do ajustamento português?

É oficial: de acordo com os dados divulgados hoje no Boletim Estatístico do Banco de Portugal o nosso país fechou o ano que passou com a Dívida Pública a subir. Estamos agora nos 128,7% de dívida pública em relação ao PIB. Se lhe somarmos a totalidade da dívida do sector privado (famílias e empresas + bancos) então a Dívida Externa Bruta portuguesa atingiu os valores estratosféricos de 230% do PIB. Ou seja, apesar da desalavancagem da economia nacional, do empobrecimento, e do retrocesso social, passamos de um endividamento público que estava em 93,4% do PIB no fim de 2010 para um endividamento actual de 128,7%. 
 
Após 3 anos de troika e o o que se conseguiu em relação ao fardo da dívida foi isto: mais dívida, a somar à dívida. 
A nosso favor apenas a queda dos juros - o que tem permitido na prática a substituição de dívida (o reembolso ao FMI por exemplo) mas não a sua amortização. 
Continuamos vergados a isto e dependentes da corda-bamba dos juros. E a crescer pifiamente. O próprio excedente comercial, antes tão gabado pelo Governo, começou a diminuir: de 5,2 mil milhões acumulados em 2013, baixou para 3,6 mil milhões de euros, o que representa uma quebra na ordem dos 30%. 
É isto o sucesso do ajustamento português? Foi este o sucesso da troika? Tanto sacrifício para isto?
 
Carlos Reis

Vivam os Juros!

"Os juros portugueses, a dez anos, têm estado cada vez mais baixos, e estão neste momento mais baixos do que os dos Estados Unidos. Portanto isso quer dizer que a continuar este bom caminho, Portugal daqui a 10 anos será uma potência mais forte do que os Estados Unidos. Portanto isso quer dizer que as políticas de Obama e dos USA estão erradas e as políticas troikistas alemãs é que estão certas. 
Portanto isso quer dizer que Angela Merkel e o seu Obama de Massamá são muito melhores do que o Obama americano. 
Portanto isso quer dizer que os americanos são uns idiotas e que o seu Governo é muito parvo: ainda se interessam com a taxa de desemprego e com o crescimento económico. Ainda pensam que estão bem com uma taxa de desemprego de 5,6% e um crescimento económico de 5% o ano passado! Tontos! 
Isso para economistas geniais como o José Gomes Ferreira e o Camelo Lourenço é um desastre. Como se o que fosse importante não fosse o ajustamento e o empobrecimento! Como se as pessoas não pudessem viver apenas de juros baixos da dívida! Como se isso não fosse o que realmente importa mesmo que a dívida continue a crescer! Como se aquilo que interessa não fosse a avaliação alemã! 
Vivam os juros! Vivam os mercados! Viva a austeridade expansionista! Viva a destruição criativa! Viva o ajustamento! Viva a desalavancagem! Viva a troika! Viva o Governo! Viva a Alemanha! Obrigado, obrigado, obrigado!"
 
Carlos Reis

Mais uma vez não têm razão!

        
         Porque o desemprego em Lousada é dos mais baixos em todo o distrito do Porto e porque teve das maiores descidas em 2014 relativamente a 2013, e ainda porque Lousada foi dos concelhos em que mais empresas se têm criado nos últimos tempos, pode-se concluir que as políticas seguidas pela CM de Lousada têm sido as mais corretas, relativamente ao incentivo ao emprego e à captação do investimento, pois tiveram ótimos resultados conforme se poderá verificar na tabela.

          Mais uma vez os dirigentes da coligação Lousada-viva não têm razão!

          De facto, os dados do INE e do IEFP apresentados na tabela, permitem verificar que a taxa de desemprego em Lousada se fixou em 12,5% em Dezembro de 2014. Foi a 3ª menor do distrito do Porto, depois de Felgueiras (8,1%) e de Vila do Conde (12,1%).

          Importa aqui referir  que Lousada, de 2013 para 2014, melhorou a sua posição relativa em mais um degrau, apresentando agora uma taxa de desemprego menor que a Póvoa de Varzim.



          O desemprego no concelho de Lousada em 2014, relativamente a 2013, diminuiu 18,4% (foi a 2ª descida maior no distrito do Porto, depois de Paços Ferreira com uma descida, no mesmo período de 21,5% - que apesar disso mantém uma taxa de desemprego mais alta que Lousada:15,1% ). A de Lousada foi ainda a 16ª com diminuição mais acentuada entre 86 concelhos da zona Norte. 



          Acrescente-se também que, no 1º trimestre de 2014 o concelho de Lousada foi o 3º concelho do distrito do Porto, depois do Porto e de Felgueiras, com maior índice de criação de empresas por 1000 habitantes (1,37).

         


Se o ministro Poiares Maduro saísse do gabinete e pusesse os pés na terra...

"Se formos falar com as associações de empresários todas se queixam que não foram envolvidas no desenho dos fundos, todas as autarquias se queixam do mesmo", apontou. Para reforçar que não quer "combate" político-partidário, quer "que cheguem à economia". 

"Se o ministro Poiares Maduro saísse do gabinete e pusesse os pés na terra, fosse às empresas, falar com autarcas e percebesse a realidade do país onde está e não o país onde estudou e viveu", acusou, "talvez os fundos comunitários estivessem a produzir resultados e já".

in: DN

Exclusividade dos Deputados? Não! O problema está nas Assembleias Municipais!

O Diário de Notícias de 30 de Janeiro fez capa da proposta da Ministra da Justiça em “obrigar Vereadores e membros das Assembleias Municipais a suspender a prática da advocacia”.

Mesmo que passado um dia tenha surgido uma notícia a dar conta de uma possível reavaliação desta proposta – dadas as críticas existentes - não deixa de ser curioso e necessário analisar este tipo de pensamento.

Esta regra proposta por Paula Teixeira da Cruz para o Estatutos da Ordem dos Advogados, reveste-se de uma total falta de ética, cinismo e desonestidade.

Há largos anos assistimos a perfeitos atentados contra o superior interesse público, vindo de interferências mais do que comprovadas entre deputados da Assembleia da República que exercem livremente advocacia, envolvendo grandes negócios entre o setor público e privado.
De manhã elaboram e aprovam leis na Assembleia da República e à tarde colocam-nas em prática nos seus escritórios e em benefício dos seus clientes.

Ora para a senhora Ministra, esta promiscuidade entre deputados eleitos para defender o interesse público e a sua atividade privada, não tem problema algum. A exclusividade de funções para os deputados é algo que nem sequer se coloca em cima da mesa para o Governo – exigência há muito feita para própria Ordem dos Advogados.

Se na verdade concordo com a exclusividade de funções em cargos executivos, como é o caso dos Vereadores, o mesmo não se aplica aos membros das Assembleias Municipais, corroborando a opinião de Rui Solheiro da ANMP ao lembrar que as assembleias municipais "não têm poder legislativo e, portanto, não se põe qualquer problema no exercício da advocacia e de cargos públicos" em simultâneo.

Será que um Advogado, eleito para uma Assembleia Municipal, terá que suspender o mandato ou em alternativa, deixar a sua profissão, para poder estar presente em 5 reuniões anuais? Já para não falarmos no carater decisório inerente a uma Assembleia Municipal quando comparada com o Parlamento?

Será que são estes os reais problemas do sistema eleitoral e político Português? Os membros de uma Assembleia Municipal?

Que Ministra é esta que fecha os olhos a algo tão visível como um regime de incompatibilidades ultrapassado e feito de forma cirúrgica para não complicar a “vidinha aos senhores deputados/advogados”? Aqueles que recorrentemente interpõe ações contra o Estado, aproveitando vazios legais que eles próprios constroem?

A situação atual é um escândalo.

Paula Teixeira da Cruz tenta mexer num assunto que deveria começar pelo topo da hierarquia, onde estão os reais problemas para o Estado, a verdadeira promiscuidade entre setor público e privado, mas pelos vistos, a justiça é cega.

Literalmente cega.

Tão cega que não quer ver onde está o maior problema do atual sistema político – a Assembleia da República – um gigantesco escritório de interesses e de advogados.
 
Nelson Oliveira
Verdadeiro Olhar

Sabemos que o PSD/CDS vão perder as eleições quando isto acontece

A pressa é evidente.

Nomear o máximo de correlegionários possíveis e para mais 5 anos, mesmo no final do atual mandato legislativo.


O Governo já fez 14 das 18 nomeações definitivas para as direcções dos Centros Distritais da Segurança Social. Em todos os casos são do PSD ou do CDS e quase sempre mantêm-se os rostos escolhidos politicamente, antes do concurso.
Mandatos são de cinco anos. 

Uma lição grega: os partidos também morrem

Tiago Barbosa Ribeiro
As eleições gregas levaram o Partido Socialista grego (PASOK) praticamente à extinção. Este partido dominou a paisagem política do país desde o fim da ditadura e teve seis maiorias absolutas entre 1981 e 2007. Foi um pilar do sistema político grego até que a sua resposta à crise, decalcando o pensamento e a ação dos partidos da Direita, conduziu ao colapso da Grécia (queda de 25% do PIB) e à autodestruição do PASOK. Hoje é a 7.ª força política grega.

O PASOK tornou-se dispensável perante o eleitorado grego porque deixou de oferecer respostas alternativas no quadro dos valores da social-democracia e os socialistas votaram maioritariamente no Syriza.

O drama do PASOK acompanha a implosão da Esquerda democrática filiada na Internacional Socialista em tantos outros países europeus, mas a derrota começou muito antes.

Iniciou-se pela crença de que havia uma adesão mais ou menos perene a partidos sistémicos, mas os vínculos emocionais por acontecimentos marcantes (ex: transição democrática, adesão à UE, etc.) contam cada vez menos. Por outro lado, muitos partidos socialistas assumiram a sua própria derrota ideológica antes de perderem nas urnas, aceitando gerir um sistema socioeconómico cada vez mais desigual em vez de o transformar.

A cedência ao realismo impossibilista dos partidos da Direita levou muitos socialistas a uma mera gestão das circunstâncias no quadro das regras impostas por terceiros, estranhas aos seus valores. Aí foram incapazes de perceber a armadilha em que se colocaram perante os liberais, reproduzindo uma angustiante falta de respostas. Quantos socialistas não olham para a função governativa nos limites estritos das balizas do tratado orçamental e de regras europeias que, como todas as regras e tratados, devem ser alterados quando deixam de servir os povos?

Ora, o PASOK deixou de cumprir a sua função histórica ao assimilar o eco do falso extremismo perante medidas que há poucos anos seriam consideradas sociais-democratas: maior regulação pública, reversão de privatizações de setores estratégicos, aumento do salário mínimo, mais progressividade fiscal, impostos pesados sobre grandes fortunas, forte taxação de heranças, reestruturação de dívida usurária que abafa o desenvolvimento.

Pensando como a Direita, os socialistas do PASOK acabaram a governar como a Direita, formatando-se aos maneirismos dos eurocratas. Preferiram abdicar de transformar as relações entre capital e trabalho (em favor deste), anulando o seu papel nas sociedades modernas. Com isso deixaram de ser úteis como instrumento de mudança social para muitos socialistas gregos, que votaram no Syriza com uma genuína expectativa de mudança.

Os socialistas do PASOK não são caso único e cabe a outros confirmar a mesma sentença ou escrever outro desfecho.

Sim, os partidos também morrem.

* MEMBRO DA COMISSÃO NACIONAL DO PS
in: JN

É lamentável chegar aqui, mas é a realidade: o Presidente da República mente.

É lamentável chegar a este ponto, mas é a realidade: o Presidente da República mente.

E mente com todos os dentes que tem na boca.

Em Julho do ano passado, quando afirmou que “os portugueses podem confiar no BES”, mentiu.

Esta semana, quando jurou que nunca fez declarações sobre esse banco, também mentiu.

Já ao recusar ir à Comissão Parlamentar de Inquérito para esclarecer os encontros que teve com Salgado, Cavaco também se coloca do lado da opacidade, dos negócios e da dinastia que manda no país, e não do lado da transparência, da justiça e dos portugueses.

Cavaco é, aliás, o máximo representante desta casta que pôs o Estado a servir os grandes interesses privados, nomeadamente, a banca, em vez de servir os cidadãos. 


Ou seja, o expoente desse arco da corrupção que tem atirado milhares para a pobreza e miséria.

E é este grupelho de gente perigosa que tem que ser rapidamente afastado do poder. 

Está visto que é uma questão de sobrevivência: ou eles ou nós.

(Joana Amaral Dias)

"O Portugal de hoje não é igual ao país que Sócrates nos deixou".

Os dirigentes nacionais e locais do PSD/CDS têm feito constantemente afirmações deste tipo.
E não é que têm razão!


“Não é permitido formar grupos de mais do que um”…


Por João Ferro

          Sobre a famigerada “Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades” (PACC) de professores, e sob o título “ A estupidez à solta”, Vasco Pulido Valente escreve um artigo no Público em que desanca completamente o Dr. Crato, suplicando que “Deus lhe dê juízo” e acabando por lamentar que “Uma pessoa pasma como indivíduos com tão pouca educação e tão pouca inteligência se atrevem a “avaliar” alguém.




          Criticando e desmontando diversas perguntas da PACC, nomeadamente a pergunta em que os professores mais falharam- O seleccionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol (para que seria? Pergunta VPV). Destes 17 jogadores, 6 ficarão no banco como suplentes. Supondo que o seleccionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, poderemos afirmar que o número de grupos diferentes de jogadores suplentes (é inferior, superior ou igual) ao número de grupos diferentes de jogadores efectivos” – comenta da seguinte forma: “excepto se a palavra “grupo” designar um conceito matemático universalmente conhecido, a pergunta não faz sentido. Grupos de quê? De jogadores de ataque, de médios, de defesas? Grupos dos que jogam no estrangeiro e dos que, por acaso, jogam aqui? Não se sabe e não existe maneira de descobrir ou de responder. O dr. Crato perdeu a cabeça”.


          Lembrei-me, então, dos velhos tempos de Coimbra, mais concretamente, da greve dos estudantes de 1969. Coimbra estava em estado de sítio. Soldados da GNR, a pé e a cavalo, e de outras forças policiais, enchiam a cidade. Muitos de nós conversávamos, em grupos na Praça da República, sobre a situação e comentando as notícias que nos iam chegando. Dizia um: Acabei de ouvir agora uma comunicação do ministro da educação, o Dr. José Hermano Saraiva. Disse em tom severo e ameaçador, com os olhos esbugalhados, fixando a câmara e de dedo em riste, que “os estudantes podem regressar a Coimbra e às aulas, pois a "ordem" será inexoravelmente mantida”.

          Foi então que apareceram dois soldados da GNR, e, dirigindo-se ao grupo em que eu me encontrava, disse um deles com ar de catedrático e voz autoritária, brandindo na sua mão direita o cassetete e apoiando a esquerda no coldre da pistola: “É proibido andar em grupos de mais do que um”.

Perante esta interpelação tão direta, clara e inteligente, não tivemos outro remédio senão dispersar e, cada um de nós, ir à sua vida.

          Tivesse o Dr. Crato demonstrado a clareza, o discernimento e a inteligência do referido soldado, acrescentando, por exemplo, “não ser permitido formar grupos de mais do que um”, e, a pergunta, passaria a fazer sentido. A pergunta, porque, quanto ao ministro, começa a não fazer muito sentido a sua permanência no Governo. Ou melhor… Se calhar, neste governo, até faz!