No
próximo dia 25 de abril, inicia-se mais uma edição do FOLIA, Festival
de Artes do espetáculo, que desde há 12 anos, constitui um atrativo
cartaz cultural, não apenas de Lousada, mas de toda a região do Vale do
Sousa.
Os
Adiafa, logo no dia 25 trarão música alentejana, num concerto que
marcará, também, o início de um ciclo comemorativo muito representativo
na vida local: 170 anos de elevação de Lousada a Vila (a 13 de maio
deste ano), 175 anos de restauração do concelho (2013) e 500 anos de
outorga do Foral (2014). Além disso, teremos, igualmente, a estreia de
todo o equipamento técnico do Auditório Municipal, após as obras de
reapetrechamento, orçadas em mais de 250 mil euros, com uma
comparticipação de 80% de fundos comunitários, que permitiram reequipar o
recinto a nível dos sistemas de luz, som e mecânica de cena, e de
várias outras inovações.
Mas
o FOLIA traz consigo outros motivos de interesse. A programação, embora
mais curta do que nos anos anteriores, por força dos constrangimentos
financeiros que a todos nos afetam, não perde, contudo, a qualidade que
sempre nos habituou. E se, no dia 26, Maria do Céu Guerra interpreta “D.
Maria a Louca”, em mais uma excelente produção de A Barraca, no dia 27 o
conceituado Teatro de Montemuro traz-nos um dos seus mais recentes
trabalhos, Louco na Serra. Para dia 28, a presença da Peripécia é
aguardada com natural expetativa, com a sua peça 1325, título baseado na
resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, exortando os
estados membros à participação das mulheres em missões de paz. Já no
domingo, dia 29, o Teatro das Beiras, da Covilhã, oferece-nos “D. Pura e
os Camaradas de Abril”, enquanto, no dia 30, a Jangada teatro irá repor
a brilhante comédia Médico à Força. No encerramento do Festival, dia 1
de maio, a Companhia do Chapitô leva à cena “Cão que Morre Não Ladra”.
O
bilhete geral para todos os espetáculos, a um preço unitário muito
apelativo, surge, igualmente, como elemento incentivador a uma maciça
presença de público, cuja afluência confirmará, decerto, o excelente
nível do certame.
Não
podemos, também, esquecer o FOLIAZINHO, num despertar para a arte entre
os dias 16 e 24 de abril. Durante a semana, a companhia residente,
Jangada Teatro, apresentará Pethelo-a-kuma, O Menino Inteligente,
baseado num texto de João Miranda. No dia 21, termos o magnífico musical
“Era uma vez uma princesa”, com a encenação e interpretação da atriz
televisiva Sara Barros Leitão, a conhecida Jennifer dos “Morangos com
Açúcar” e bailarina Rute, na telenovela “Sentimentos”. Uma oportunidade
para reencontrarmos uma talentosa atriz, cujas raízes lousadenses muito
nos engrandece e dignifica. No dia 23, o Teatro Extremo apresenta
“Estória Abensonhada”, a partir do original de Mia Couto, enquanto, no
dia 24, a companhia Clever Pants irá proporcionar teatro em língua
inglesa para os alunos do 3º ciclo.
Uma exposição de fotografia de Cristiana Coelho acompanhará ambos os eventos.
Por
conseguinte, a Câmara Municipal e a Jangada Teatro, numa parceria
sempre frutuosa, confirmam que, apesar dos receios, limitações e
pragmatismos, Lousada mantém viva a sua sensibilidade cultural,
acreditando que, também através da expressão e criação artísticas, será
possível libertar-nos dos estrangulamentos que nos diminuem e estiolam.
Eduardo Vilar
in: Verdadeiro Olhar