Diana Regadas |
Ultimamente, temos vindo a assistir, impávidos, embora não serenos, a sucessivos aumentos, nas mais diversas componentes, mas todos de natureza homóloga, ou seja sempre do lado da despesa/custos.Todos “justificáveis” por esse monstro que é a “crise”.
Cada vez é mais difícil perceber (ou talvez não!) quais os objectivos do Governo no combate à crise. Depois da brilhante “operação aritmética” da DGAJ, que com base na reforma do mapa judiciário descobriu magistrados e funcionários onde os não há, surge agora essa milagrosa receita para acabar com o desemprego, que passa por pagar a agências privadas para ‘arranjarem’ trabalho para os desempregados e vai arranjar um gestor de carreira para cada desempregado, para facilitar o regresso ao mercado de trabalho.
Em vez de prodigalizar dinheiro com essas empresas privadas e recrutar esses amigos, perdão, gestores (?!), não seria preferível utilizar os serviços públicos e os técnicos já existentes na administração pública? Era até menos dispendioso para o erário público. Pedem esforços inacabáveis aos portugueses, contenção de custos e despesas, mas esquecem-se que não o podem fazer a todo o custo, os “entendidos” não podem simplesmente analisar os números esquecendo-se dos seus agentes.
Assistimos igualmente a sucessivos aumentos de outras naturezas, pois, a política económica global é um sistema que enriquece muito pouco a expensas da grande maioria. A crise económica global contribuiu para ampliar desigualdades sociais tanto dentro como entre países. Sob o capitalismo global, a pobreza que aumenta cada vez mais não é o resultado de uma escassez ou de uma falta de recursos humanos, materiais ou financeiros. Exactamente o oposto é que é verdadeiro: a depressão económica é marcada por um processo de desligamento desses recursos. Vidas de pessoas são destruídas. A crise económica e social está profundamente enraizada.
Todos nós ficaremos ansiosos para ver de onde sairão mais “coelhos” da cartola, Esperemos é que pelo menos nos deixem ficar com aquilo que é nosso e não enfurecer os donos do “monstro”, aquele triunvirato que reina pelas nossas terras por estes dias!
A existência de uma "Grande Depressão" na escala da, da década de 1930, se bem que muitas vezes reconhecida, é obscurecida por um consenso inflexível: "A economia está a caminho da recuperação". Esperemos que à terceira seja de vez, pois, desde 2008, à crise financeira sumamos jà a económica e atravessamos nos dias de hoje a social.
Urge assim, que surja um Roosevelt à semelhança do de 1929, para combater esta epidemia chamada crise, através de um New Deal.
Esperamos ansiosamente que surja esse “Roosevelt” do século XXI, no entanto desejamos igualmente que a solução não se revele no futuro um presente envenenado. Compreendemos a necessidade de resolver os problemas da divida pública, mas será que tomamos consciência das verdadeiras implicações que esses “financiadores” vindos do Oriente irão provocar sobre as nossas soberanias, liberdades fundamentais, modos de vidas,etc?
Diana Regadas
in: Jornal TVS