"O secretário-geral do PS acusou hoje o primeiro-ministro de preparar a aprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) nas costas do Parlamento, avisou que os socialistas não assinarão de cruz e que o executivo ficará isolado.
António José Seguro falava no debate quinzenal na Assembleia da República, numa intervenção que foi longamente aplaudida pela bancada socialista.
António José Seguro falava no debate quinzenal na Assembleia da República, numa intervenção que foi longamente aplaudida pela bancada socialista.
"O país ficou quinta-feira a saber que o Governo vai reunir no último dia e à última hora para aprovar o PEC e para enviá-lo para Bruxelas. Ora isso é muito grave, porque a lei exige que este Parlamento receba com dez dias de antecedência esse documento para debate, mas o primeiro-ministro desrespeita este Parlamento", começou por acusar o secretário-geral do PS e num momento em que o primeiro-ministro já não dispunha de tempo para responder.
Seguro disse depois que o país está perante "uma trapalhada do Governo, que já não é a primeira", disse, apontando como exemplo as Grandes Opções do Plano para 2012.
"Lembra-se do PEC IV? Lembra-se de ter criado uma crise política porque não tinha sido discutido em Portugal esse PEC que tinha sido entregue em Bruxelas. Qual é a sua coerência?", questionou Seguro, recebendo uma prolongada salva de palmas dos deputados do PS.
No plano político, António José Seguro disse que Pedro Passos Coelho usa dentro e fora de Portugal o argumento do consenso político que existe em torno do ajustamento das contas públicas em Portugal.
Depois, Seguro referiu-se de novo à preparação do novo PEC por parte do Governo.
Depois, Seguro referiu-se de novo à preparação do novo PEC por parte do Governo.
"Esta é a maneira de tratar o Parlamento, esse é o modo de agir para manter o consenso político? Quando o senhor primeiro-ministro escolhe ficar sozinho com o seu Governo, elaborando esse documento sem sequer consultar os partidos, sem sequer consultar o PS, fica cada vez mais isolado. O senhor primeiro-ministro escolheu um caminho, por bem desejo-lhe boa viagem para esse caminho, mas vai sozinho, porque o PS não assina de cruz nenhum documento que entregue em Bruxelas sem ser discutido com o PS", advertiu."