Segue-se a carta do Prof Pedro Dias, que ainda não conseguiu a sua demissão!!!
"ACABOU A COLABORAÇÃO
 COM O GOVERNO. ENVIEI HOJE ESTA CARTA AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA 
CULTURA SER CÚMPLICE DE PASSOS COELHO E DO SEU GOVERNO, NÃO."  
"Exmo. Senhor Doutor 
Rui Pereira Muito Ilustre Chefe de Gabinete do Secretario de Estado da 
Cultura Palácio Nacional da Ajuda Lisboa 
Venho, por este meio, 
manifestar a V. Exa. o meu desconforto pela situação que me foi criada, 
com os sucessivos adiamentos da minha saída da direcção da Biblioteca 
Nacional. Ficou claro, quando do surpreendente convite que me foi feito,
 que só o aceitaria, pelo período necessário que decorresse até à 
reabertura ao público da Biblioteca Nacional de Portugal. Acaba de 
passar um ano sobre essa data, em que, todo o espólio da instituição, 
fisicamente ou através de meios informáticos, voltou a estar disponível. 
Apesar dos meus apelos, e da minha renúncia formal, em 28 de Dezembro 
passado, não fui dispensado, acrescendo que, desde 1 de Abril último, 
por motivo da entrada em vigor da nova Lei Orgânica, me encontro em 
gestão corrente. Os prejuízos pessoais e familiares para mim são 
grandes, e do ponto de vista de saúde ainda pior. Mais ainda, não só não
 me revejo na politica do Senhor Primeiro Ministro, como estou 
completamente contra ela, e não reconheço legitimidade ao Governo para 
se manter em funções, por ter renegado todas as promessas feitas ao 
eleitorado, e que constituem a base da sua legitimidade democrática. 
É 
assim absolutamente inaceitável ser cúmplice destas acções, enquanto 
Director-Geral, participando na delapidação de Portugal e dos seus 
recursos, em benefícios de grupos económicos, com o esmagamento das 
classes trabalhadoras e do domínio, no campo politico, da Maçonaria, 
entidade que sempre combati. 
Já me desvinculei do PSD, de que já não sou
 militante, e não desejo voltar a ter qualquer colaboração com esta 
instituição, que nada tem a ver com a que, a partir de Maio de 1974, 
ajudei a desenvolver e a afirmar-se. 
Dado que não consigo falar com 
Senhor Secretario de Estado, com quem só me avistei duas vezes, desde 1 
de Julho de 2011, recorro a V. Exa., para que lhe seja transmitido o 
teor desta carta. Os problemas que o Governo tem com a substituição dos 
Directores-Gerais são fruto da sua própria politica, da sua 
descredibilização e da sua inépcia, pelo que não me devo sujeitar aos 
resultados das suas acções e omissões, quando sou clara e frontalmente 
oposição ao mesmo. 
Enquanto Director-Geral, não boicoto a sua actividade
 nem deixo de cumprir as minhas obrigações, fazendo tudo o melhor que 
consigo e sei, mas contrariado. Com os roubos sucessivos que tenho sido 
alvo, nada me move para auxiliar aqueles que, paulatinamente, arruínam 
Portugal. Peço pois, uma vez mais, para ser libertado deste fardo que é 
demasiadamente pesado para mim e que não mereço suportar; é castigo por 
crime que não cometi. Apresento a V. Exa. os meus mais respeitosos 
cumprimentos 
Coimbra, 11 de Setembro de 2012."
 
