A Sexta-feira negra em que Passos Coelho acabou com os Portugueses

A passada sexta feira ficará para sempre recordada na mente dos Portugueses, pelas piores razões. Uns, já fartos dos desvarios e impreparação notória deste Governo, já suspeitavam para o que vinham. Outros, aqueles que ainda davam uma réstia de esperança ao Primeiro Ministro e PSD, pensavam que iam ouvir um número infinito de medidas relacionadas com o tão badalado corte da despesa, nas PPPs, nas rendas, na tributação séria sobre o capital, sobre as grandes fortunas, etc.

Contudo, nada disto se passou. Foi vergonhoso assistir ao discurso de Passos. Cingiu-se a palavras de circunstância ao fazer uma retrospectiva do último ano e começou logo a "ir ao bolso dos Portugueses" dizendo sempre que não era um aumento de impostos. Pois não. Era um aumento das contribuições, e diminuição atómica do poder de compra dos Portugueses.

A maior brincadeira surge quando afirma que todas as medidas são feitas de forma a combater o desemprego, a estimular a economia e a contratação das empresas (?!?!?!).

Isto sim é o mais grave. Passos Coelho, como economista que alegadamente é, desilude mais uma vez o povo com a sua impreparação. Onde está escrito que a baixa da TSU per si, estimula a contratação?
Ainda para mais num contexto tremendamente recessivo como é aquele que estamos a passar?

As empresas precisam acima de tudo que as pessoas consumam os seus produtos!!! Ainda não perceberam? Precisam que o povo tenha algum poder de compra para "gastar" e fazer rolar as empresas e o mundo. Neste contexto a baixa da TSU só resulta (e em escala muito diminuta, nas grandes empresas exportadoras).

Voltando ao cerne da questão. Passos desiludiu o país e principalmente todos os seus apoiantes (aqueles que ainda conseguem ter algum discernimento e vêm a política como forma de melhorar a vida das pessoas e não com fanatismo - para estes últimos, até podia ter ordenado a penhora de todos os bens aos Portugueses que esses achariam bem e culpavam os antepassados de D Afonso Henriques).

Basta ouvir José Gomes Ferreira. Um dos principais entusiastas deste modelo de governação e o que ele pensa sobre isto. Está atónito!

Na realidade o que se trata aqui é que os privados irão perder dois salários líquidos e a função publica três! Basta ler a análise do Jornal de Negócios

Tudo isto acontece, depois de ser PROMETIDO aos Portugueses que não ia haver aumento de impostos, que os sacrifícios exigidos (depois de Passos ter mentido ao país com as suas promessas eleitorais) seriam suficientes - afinal é mais uma mentira.
 Afinal, havia outra, e outra.

E certamente (infelizmente) com este tipo de políticas caminhamos perigosamente para o caminho grego e para o ano, cá estaremos, a debater mais cortes. Apesar de Passos certamente querer brindar os Portugueses com algum rebuçado para lhes aguçar o apetite para as autárquicas.
Essas autárquicas que ontem, Marcelo Rebelo de Sousa disse - "Já eram"; "Não há modo do PSD ganhar as autárquicas em 2013".

Custa a acreditar agora, naqueles que à força toda, ainda tentam colar o PS a isto. Mais que uma vez referimos que o PS também é responsável pelo estado do país. Mas com certas medidas há uma altura que tem que se dizer BASTA.

Não é por termos assinado o memorando que vamos concordar com todas as medidas estapafurdias emanadas do seio do PSD/CDS em que nem sequer consultam o PS antecipadamente.
Daqui a pouco dizem que a população Portuguesa tem que ser reduzida para metade e querem que o PS assine em branco. NEM PENSEM!

Se querem apoio e concertação, discutam as coisas antes. Mas não o têm feito! Nunca o fizeram!
Porque caso não se recordem, lembramos que as eleições antecipadas, foram provocadas porque o PSD, chamado à mesa das negociações do PEC IV disse que não aceitava mais austeridade!

Sim, o PSD disse ao PS de Sócrates que não apoiava o PEC IV porque não aceitava mais austeridade e forçou a demissão do PM e consequente entrada do FMI.

Será que não se recordam? E agora. Será que o PS tem que assinar de cruz tudo aquilo que querem fazer? Sem o mínimo de validade económica ou coerência. Não! O caminho não é esse e Seguro disse-o.