A verdade inconveniente sobre acumulação de pensões vitalícias.

Está hoje em discussão o fim da acumulação de pensões vitalícias pelo exercício de cargos políticos com vencimentos privados.

É necessário repor a verdade dos factos para que agora não venham os falsos moralistas, numa atitude de virgens ofendidas eivadas de populismo tentar reescrever a história ou como tudo tivesse começado hoje.

Não, a verdade é que foi um Governo do Partido Socialista liderado por JOSÉ SÓCRATES que em 2005 acabou não só com estas pensões vitalícias, como também com o subsídio de reintegração. E foi o mesmo Governo que pôs fim às acumulações destas com vencimentos públicos, faltou apenas estender ao sector privado o mesmo regime.

Vem agora o Dr. Louçã com o seu ar de moralista dizer que já se devia ter acabado há muito tempo com esta situação. Pergunto, que fez o Dr. Louçã enquanto deputado quando tudo isto se discutiu na AR? Apresentou alguma proposta? Não, ficou caladinho à espera de conseguir no futuro usufruir do regime vigente.

E Governo do PSD/CDS o que propuseram nesta matéria no OE para 2012? Esqueceram-se de retirar a estas pensões vitalícias o 13º e 14º mês e apenas e só quando o assunto foi levantado publicamente é que o Ministro Victor Gaspar veio dizer que ia estudar o assunto e tomar medidas.

Como o Governo já não pode alterar o OE para 2012, fez uma encomenda aos Grupos Parlamentares da maioria PSD/CDS para apresentarem uma proposta neste sentido. Agora os GP’s do PSD/CDS para limpar a sua consciência que deve estar muito pesado, apresentarem-se como os arautos da ética política.

François La Rochefoucauld disse; “O nosso arrependimento não é um remorso do mal que cometemos, mas um temor daquilo que nos pode acontecer”.

O Dr. Louçã, o Governo e a maioria PSD/CDS que o sustenta, têm temor pelo julgamento dos Portugueses a quem estão a ser pedidos exagerados sacrifícios e não arrependidos por não terem encontrado uma solução justa de repartição dos sacrifícios.

Começam a fazer caminho e reconhecidas as medidas tomadas pelos Governos do PS e por JOSÉ SÓCRATES

por: Renato Sampaio (deputado e Presidente da Federação do Porto do PS)