"As agências de notas
de crédito ou mais conhecidas por agências de rating, tem como objectivo
atribuir notas de risco a países, mas também a municípios,
empresas
ou bancos.
O objectivo da classificação é mostrar a capacidade de pagamento de dívidas
(valor total e juros) no prazo prometido - ou seja, mostrar a capacidade de o emissor
cumprir o seu contrato no prazo prometido, para que assim quando um país, uma
empresa ou um município tente ir ao mercado económico pedir dinheiro aos
investidores estes possam avaliar o risco de emprestarem o seu dinheiro aos
países ou empresas.
Investidores de todo o
Mundo usam estas agências de rating para avaliar o risco que têm ao emprestar
dinheiro a determinados países ou empresas. Esta agências já existem há bastantes anos,
mas devido a um número excessivo destas agências em 1975, nos EUA, ficou
decidido que apenas as agências como as “famosas” agências Moody’s , a Fitch e
a Standard&Poor’s poderiam ser utilizadas oficialmente para avaliar ou
atribuir as notas de risco (são notas representadas sob letras das
avaliações, dadas a um país ou empresa, sobre a possibilidade de este país saldar
suas dívidas). A nível europeu não existe nenhuma agência de rating, o que leva
a estas agências americanas conseguirem controlar todo este monopólio que
envolve centenas de milhares de milhões de euros.
Já muito se tem especulado para a
criação duma agência de rating europeia para contrariar este controlo das
agências americanas, o que seria bastante benéfico para a economia europeia,
mas até ao momento os nossos líderes europeus parece não ter chegado a um
consenso sobre este tema. Sabe-se apenas que estão a estudar essa mesma criação
há largos anos, mas nada em concreto se vê.
A par disto, a China já criou a
sua própria agência e é curioso que o rating atribuído aos mais variados
organismos, é bem mais certeiro que as Americanas. Porque será? Terá tudo a ver
com as revelações a conta-gotas que ouvimos nos jornais e que basicamente
dizem-nos o que todos sabemos? Tudo está a ser controlado ao pormenor face a
uma série de interesses instalados.
Todos temos noção que as agências
de rating e demais instituições financeiras de renome, estão pouco importadas
com o Euro, com os países em dificuldades e com a melhoria do sistema
económico. Esta crise é ouro para os
investidores mais hábeis. Fazem dinheiro como nunca, à custa da austeridade
aplicada aos povos.
A corroborar isto, surgiu a entrevista de um corretor independente
(Alessio Rastani) à BBC. Num acto de sinceridade diz com todas as letras que os
Governos não controlam o mundo mas sim a Goldman Sachs. Uns dizem que é um
impostor à procura de protagonismo, um “Yes men”, mas outros admitem que aquela
é a verdade pura e dura.
Os tempos que aí vêm não serão fáceis e ninguém sabe onde iremos parar.
Basta vermos que não há coerência nem concordância no discurso dos próprios
economistas. Mas apesar de tudo isto, a única solução é a não retracção. Temos
que apostar em nós, temos que conseguir, temos que ter confiança e não ficarmos
à espera de um Deus Salvador!"
David Cunha
JS Lousada