A Pastelaria Governativa

Ultimamente, a comunicação social tem sido “inundada” por intervenções atípicas sobre pastelaria, por parte dos elementos do governo. Depois da polémica do bolo de chocolate, surge agora a polémica dos pastéis de nata. "O normal é polémico porque o aberrante tornou-se banal" afirma João César das Neves. Pessoalmente, acho que depois das ultimas intervenções sobre “matérias” a exportar (vulgo os recém licenciados), já não sei se classifico esta matéria como normal ou aberrante, mas pelo menos polémica é (ou deveria de o ser). 

Muito recentemente o nosso ministro da economia sugeriu que se criasse uma franchising para os pastéis de nata! Mas que bela medida para ajudar no desenvolvimento da economia nacional! Vamos criar a patente dos pasteis, e ver sob franchising a outras empresas pelo globo e com isso vamos ganhar muito dinheiro para impulsionar a nossa economia estagnada e, actualmente, em recessão! Júbilo! Perante a actual conjuntura o ministro diz que “é importantíssimo encontrar caminhos”, mas será que não há outros caminhos pelos quais se deva enveredar com maior celeridade que exportar as iguarias de Portugal? Será que exportar bens agrários, como leite e vegetais, ou bens têxteis como roupas, felpos, calçados não será mais viável e com maiores contrapartidas? Bem, dada a condição de emigrante no Canadá, é provável que Álvaro Santos Pereira tenha saudades da sua nação, e esta sugestão seja para minorar este sentimento. 

Depois desta intervenção, vem o Primeiro Ministro juntar mais farinha à massa do pastel e afirma: “Eu espero que os pastéis de nata possam ter uma grande internacionalização. Eu adoro pastéis de nata”. Provavelmente o nosso PM quando está em visitas oficiais sente falta da iguaria de Belém… 

Se isto for para a frente, não me admiro nada que haja uma Revolta dos Pasteis de Nata. 


Marcos Gomes / JS
in: TVS