Secretário-geral da JS, não aceita propinas no Ensino Básico e no Ensino Secundário e acusa Governo de «deitar a toalha ao chão»
A Juventude Socialista (JS) encara com perplexidade os planos do atual Governo, no sentido de criar propinas para a frequência dos ensinos básico e secundário. Para a JS, a discussão em torno da reforma das funções sociais do Estado não é sincera.
João Torres, secretário-geral da JS, afirma que “o que preside esta discussão não é uma genuína vontade de refletir sobre os sectores da sociedade em que o Estado deve ter uma presença mais ou menos forte, mas sim a necessidade de se diminuir em 4000 milhões de euros a despesa do Estado, o que advém das políticas erradas que têm vindo a ser adoptadas ao longo do último ano”.
Os jovens socialistas acreditam que o Governo está a “deitar a toalha ao chão”, desistindo da construção de um Estado que garanta aos seus cidadãos proteção social e o acesso a serviços de Saúde e Educação com um carácter universalista. «É chocante perceber que o Primeiro-ministro não tem coragem para defender o seu povo num Conselho Europeu mas, por outro lado, não manifesta qualquer pudor em infligir-lhe mais sacrifícios que só condenam o país ao abismo», defende ainda João Torres.
A JS sublinha que a renegociação da dívida será uma inevitabilidade caso não se inverta este ciclo de políticas por parte do Governo. Atualmente, os encargos com a dívida têm um peso equivalente a todo o investimento que anualmente é feito no Serviço Nacional de Saúde.
«O Orçamento de Estado para 2013 é um documento que desiste do país. Assistimos a uma governação que despreza os jovens e as suas legítimas aspirações emancipatórias», remata João Torres, que foi um dos subscritores da carta-aberta promovida pelo antigo Presidente da República Mário Soares e que tem como destinatário o Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.