José Artur Coelho |
De momento apenas o politicamente correto se apresenta
aceitável, todos os desabafos que precisam de explodir frouxam como dinamite
molhado.
A frustração parte da reprimenda social que nos restringe a
um pensamento livre que obriga ao cerrar dos lábios. Todas as nossas ações e
interações não são mais que movimentos políticos que orquestramos
atabalhoadamente num desespero constante por uma integração eficiente, por um
enquadramento que nos permita sermos ouvidos.
Ter voz e ser voz são duas realidades que se misturam e
confundem. Ter voz significa ser mais do que um número, significa ser alguém, é
a sensação de proximidade e valor próprio, é a luta pessoal que não se dissipa
por falta de apoio ou compreensão.
Ser Voz é ser mais um, dominar a teoria e ignorar a prática,
agir cegamente por um objetivo, perder a noção vital de que a verdadeira força
está no que precisam as pessoas e não no que objetivam.
Eu quero uma casa, um salário, um carro, filhos em escolas
privadas e férias de luxo, todos queremos, mas não precisamos. Quão facilmente
vos podia persuadir a abdicar destes luxos? Troco casa, salário, carro, escolas
privadas, férias e luxos por Lar, família, conforto e segurança.
Deixem de ser quem são, passem a ser quem eram.
José Artur
Coelho
JS
Lousada
in: TVS