- ‘Com
a ida do jornalista Licínio Lima para a Direcção-Geral de Reinserção e
Serviços Prisionais, elevam-se para 10 - convém repetir este número: dez
- os jornalistas que transitaram da redacção do Diário de Notícias para
cargos de nomeação directa do Governo de Pedro Passos Coelho. Por ordem
alfabética: Carla Aguiar é assessora do ministro da Administração
Interna, Eva Cabral é assessora do primeiro-ministro, Francisco Almeida
Leite é vogal da administração do Instituto Camões, João Baptista é
assessor do ministro da Economia, Licínio Lima foi nomeado para
director-geral adjunto de Reinserção, Luís Naves é assessor de Miguel
Relvas, Maria de Lurdes Vale é administradora do Turismo de Portugal,
Paula Cordeiro é assessora do ministro das Finanças, Pedro Correia é
assessor de Miguel Relvas e Rudolfo Rebelo é assessor de Pedro Passos
Coelho. Espero não me estar a esquecer de ninguém.
(…)
Enquanto os portugueses são espremidos de segunda a domingo, e Pedro Passos Coelho utiliza discursos comoventes sobre a necessidade de modificar a mentalidade da pátria, o que se vê nas estruturas do Estado é o mesmo de sempre - ou até um bocadinho pior, porque saltarem dez jornalistas de uma única redacção deve ser algo inédito na história da democracia portuguesa. Pela boca morre o peixe, e pela boca há-de morrer este Governo, que é incapaz de manter a elevação ética necessária para impor os níveis gigantescos de sacrifícios que os portugueses estão a suportar. Promulgam-se novas leis laborais, exige-se a perda de velhos hábitos, tudo se quer flexibilizar, mas o círculo dos protegidos, esse continua ao abrigo de todas as tempestades.’