" Há quatro coisas que não percebi, pelo menos:
1) O que fazia o Ministro dos Negócios Estrangeiros na cerimónia dos "mil milhões de empréstimo da EDP"? Aquilo não são assuntos privados ou, no mínimo, económico-financeiros? Ou foi preciso meter política também, como em outros negócios? Não sabemos.
2) Mas, então, o programa de ajustamento em curso não era para quebrar o ciclo vicioso dos empréstimos externos e equilibrar as contas externas? É que se mil milhões de dinheiros entram, eles por algum lado vão ter de sair, isto é, pelas importações. Ou estou a ver mal a coisa?
3) Como é que uma empresa pede tanto emprestado e dá tanto de dividendos aos seus accionistas? Quase parece um banco, não é?
4) A que contas foram parar os dinheiros da privatização? É que, não esqueçamos, os srs. ministros, ao venderem, abdicaram de 100 ou 150 milhões de dividendos anuais. O dinheiro da venda tinha de ir para abater a dívida pública, com um ganho de juros não pagos de montante equivalente, que deve aparecer no próximo Orçamento. Coisas da vida que não mostram uma grande mudança de paradigma."
Pedro Lains