JS acusa Juventude Popular de "chocante miserabilismo" sobre escolaridade obrigatória

O secretário-geral da JS considerou, este sábado, "chocante, miserabilista" e na lógica de Oliveira Salazar a proposta apresentada pela Juventude Popular ao congresso do CDS no sentido de reduzir a escolaridade obrigatória para o 9.º ano.


"Essa proposta da Juventude Popular é absolutamente chocante, é própria de um miserabilismo indecoroso e está nos antípodas de um ideal para Portugal", declarou João Torres à agência Lusa numa reação à ideia dos jovens do CDS de reduzirem do 12.º para o nono ano a escolaridade obrigatória.

O líder da JS referiu depois que o antigo presidente do Conselho do Estado Novo, António de Oliveira Salazar, "dizia que ler, escrever e contar era suficiente para a maioria dos portugueses".

"Choca-nos que essa gente pense da mesma maneira. Quem pensa assim é inimigo de Portugal como país desenvolvido", sustentou João Torres.

João Torres contrapôs que a JS "sente orgulho por ter sido um Governo do PS a alargar a escolaridade obrigatória" para 12 anos.

"A Juventude Popular justifica a sua proposta com a necessidade de baixar o insucesso e o abandono escolar, mas esses fenómenos poderão estar a ser agravados em resultado das políticas de austeridade e de insensibilidade social deste Governo PSD/CDS. Não se combatem o insucesso e o abandono escolar privando as pessoas do conhecimento, porque assim estaremos a desistir do país", acrescentou o secretário-geral dos jovens socialista.

No 25.º congresso do CDS, que decorre hoje e domingo em Oliveira do Bairro, os jovens populares apresentam uma moção designada 'Libertar Portugal, Conquistar o Futuro', onde defendem recuo da escolaridade obrigatória do 12.º para o nono ano.

"Acreditamos que o prolongamento até ao 12º ano do ensino obrigatório é um erro e que se devia recuar para o 9º ano", justificam os jovens populares, numa moção que conta com o apoio de cinco secretários de Estado do partido.

in: JN