Passado, Presente e Futuro

No sábado passado decorreram as Jornadas de História Local, sendo possível, entre outras temáticas, conhecer uma decisão de um antigo executivo camarário de Lousada, tomada há muitas décadas, de recusar a construção de escolas primárias no âmbito do projecto do Conde Ferreira. Sendo, embora, uma deliberação bem intencionada, teve, porém, consequências dramáticas para o concelho, durante várias gerações.

Na verdade, se na altura, as questões financeiras falaram mais alto, por os autarcas da época entenderem que a adesão ao programa seria mais dispendioso para erário público do que a construção de edifícios mais modestos, a verdade é que o concelho nem desfrutou dos benefícios da proposta, nem encontrou alternativas válidas para uma cobertura escolar satisfatória. Resultado: os índices de analfabetismo e, posteriormente, de insucesso e de abandono escolar lançaram o concelho para estatísticas devastadoras no panorama nacional.

O interesse da História não é desenterrar mortos, mas aprender com os acontecimentos. E já em pleno século XXI, a construção dos centros escolares remete-nos, com surpreendente actualidade, para a mesma questão que desafiou os responsáveis municipais há mais de um século. Entre equipamentos preparados para os desafios do futuro, com importante financiamento pela União Europeia, e ficarmos excluídos do plano de modernização dos estabelecimentos de ensino e da qualidade da instrução pública, a nossa resposta foi peremptória. 

As vozes discordantes, naturalmente aceitáveis e supostamente também bem intencionadas, correm o risco de repetir o mesmo erro, olhando apenas o presente, enquanto nós acreditamos no futuro.
O exposto em relação à educação é extensível ao desporto e à cultura, áreas de importância estratégica para o desenvolvimento local. Afortunadamente, fiquei responsável por esses pelouros, permitindo-me uma grande realização pessoal, mas, muito mais importante, a possibilidade de consumar um conjunto alargado de políticas que originaram transformações radicais no concelho.

A construção de pavilhões polidesportivos insere-se nesta prioridade. Quando a oposição defendia no manifesto eleitoral 1 pavilhão por 5 mil habitantes (e não 1 por 5 freguesias, como agora veio rectificar) e nós conseguimos 1 por cada 2 freguesias, confirma-se, afinal, a nossa capacidade de rendibilizar recursos, colocando os equipamentos ao serviço das escolas, das associações e da população em geral, como os exemplos recentes de Santo Estêvão, Nogueira, Aparecida e Lustosa vêm confirmar. 

Aliás, tudo executado, como as notícias ultimamente vindas a público igualmente certificam, numa grande disciplina financeira, que permite apontar a Câmara de Lousada como a mais cumpridora da região.

Sobre a Cultura, o reconhecimento público incentiva-nos a prosseguir o mesmo caminho. Quem considera os espectáculos de gosto duvidoso, estará, afinal, a desvalorizar o sacrifício do trabalho associativo, pois a larga maioria dos eventos tem por base os grupos locais.