O PCP enviou condolências ao povo norte-coreano pela morte de Kim Jong-il.
Apesar de nunca festejar a morte de ninguém, nunca me ocorreria dirigir
condolências, mesmo que apenas diplomáticas, pela morte de um ditador
lunático que recebeu o seu lugar por ordem dinástica à sua principal
vítima: o povo que ele oprimiu.
Terá sido uma mera formalidade. Mas não deixa de ser extraordinário que os comunistas portugueses continuem a manter relações de amizade com um partido unifamiliar e monárquico que dirige uma das mais desvairadas ditaduras do Mundo.
Também daqui envio as minhas condolências ao sofrido povo norte-coreano, que conhece a miséria e o isolamento como poucos. Soube que o lugar de ditador já está reservado para o filho de Kim Jong-il e neto de Kim Il-sung, o jovem Kim Jong-un, sobre o qual pouco se sabe (nem a idade) a não ser que é adepto dos Chicago Bulls. Sabendo que esta dinastia sofre de uma loucura degenerativa, que tende a piorar de geração para geração, serão mais umas décadas de trevas para aquele povo. Com a bênção do PCP.
No estado em que Portugal está, a esquerda precisava de uma regeneração urgente. Podíamos começar por estas idiossincrasias mais absurdas e pitorescas. Para passarmos depois para as que realmente nos interessam. É que já nem os mais ortodoxos dos militantes comunistas podem deixar de se sentir incomodados com tão arrepiantes amizades.