Relacionando a actual crise económico-financeira com os jovens e formação
A sociedade actual mergulhou nos últimos anos naquela que é considerada uma das maiores crises económico-financeiras, sendo mesmo equiparável ao “Crash de Wallstreet” de 1929. Os mercados mostram-se instáveis e inconstantes requerendo uma flexibilidade de elevado grau por parte dos jovens que hoje entram ou tentam entrar no mercado de trabalho.
Para responder às necessidades do mercado, foi crucial criar uma rede de trabalhos e formação direccionada aos jovens no ensino secundário que mais tarde farão a transição para o ensino superior.
Os jovens são hoje confrontados com este mesmo mercado de inconstâncias, obrigados a decidir cedo o seu futuro e a fazer uma previsão impossível do que necessitará o mercado nos anos vindouros. Para os ajudar nesta escolha precoce houve uma aposta circunstancial em três pontos essenciais: psicologia de orientação escolar e vocacional (que se insurge na ajuda de tomada de decisões e preparação de um plano vocacional e profissional flexível), cursos profissionais (apostando no combate ao abandono escolar e saídas profissionais variadas, necessárias e qualificadas), assim como em novos cursos superiores que pretendem dar resposta às necessidades do mundo económico-financeiro e social.
Podemos ter duas perspectivas face a formação superior ou não superior, ou seja, se por um lado é vantajoso a aposta na saída de jovens com cursos de graduação elevada, pois os seus conhecimentos académicos permitem-lhes alcançar patamares impossíveis para os não tão qualificados, não menos vantajosa será a aposta nos jovens que seguem a via de curso profissional que embora menos qualificada academicamente tem a vantagem de fazer uma forte aposta na vertente de experiência e contacto directo com o mundo do trabalho real o que permite uma visão coerente das medidas e acções que deverão ser tomadas no mercado de trabalho actual. Pondo assim em confronto a velha questão Prática vs Teoria. Esta questão deve ser resolvida não por via do confronto das duas realidades mas sim por uma sincronização das vantagens que ambas possuem, ao juntarmos a prática dos cursos profissionais as qualificações académicas de um curso superior conseguimos empresas e equipas de trabalho mais eficazes e mais ambiciosas que serão capazes de produzir um desenvolvimento rápido da economia facilitando, assim a saída da actual crise económico-financeira.
Se a aposta dos governos na formação e orientação dos jovens fosse inexistente ou fraca, apenas conduziria a um cenário de desemprego, incapacidade de reposta às necessidades do mercado com a consequente banca rota mundial. Pois, um mercado que não e capaz de responder as suas necessidades é inegavelmente um mercado morto e sem esperança de recuperação.
Com os números do abandono escolar a descer, com as vagas do ensino superior cada vez mais disputadas e com a proliferação de apoios e incentivos as famílias com menores estudantes, é facilmente percebível que a receptividade dos jovens ao ensino aumentou. No entanto, os números estão longe do desejável mas também é uma consequência da crise social pela qual passamos, menos possibilidades financeiras, mais necessidade de trabalho precoce. Para conseguir alcançar os números desejáveis e necessários, é urgente o aumento dos apoios e incentivos. Só assim conseguiremos dar resposta a todas as necessidades do mercado e consequentemente obter jovens formados e capazes de ajudarem a ultrapassar rapidamente a crise mundial.
João Henrique Fernandes
Lousada