FEDERAÇÃO DISTRITAL DO PORTO DA JS ACUSA GOVERNO DE TER MENTIDO AO PAÍS E DE INSULTAR NOVAMENTE O NORTE
O Governo anunciou o arranque das obras do TGV entre Lisboa e Madrid, causando a mais profunda estupefacção em todo o país. Ainda em 2011, quando estavam na oposição, os partidos da direita fizeram uma campanha sem tréguas contra o investimento público proposto pelo então Governo do PS e classificavam o projecto de alta velocidade como «megalómano e faraónico», incluindo as linhas de TGV que serviam não apenas Lisboa, mas todo o país.
Após ter criado uma crise política artificial que empurrou o país para a troika e de ter aumentado a dívida pública para um valor superior a 120%, o Governo PSD-CDS entende que estamos em condições de avançar com aquilo que sempre recusou, para mais em bitola ibérica.
Percebemos que agora que a crítica ao TGV, nos moldes em que estava previsto, não passou de uma máscara para privilegiar Sines em detrimento de outras opções, em particular no Norte. Ora, o Norte é a região mais exportadora do país e é para aqui que devem ser direccionados fundos que promovam a competitividade das suas infra-estruturas, nomedamente nas ligações de transportes de mercadorias do Porto de Leixões, o porto mais lucrativo do país e o campeão das exportações que desempenhou um fundamental durante a recente greve dos estivadores.
Para Tiago Barbosa Ribeiro, presidente da Federação Distrital do Porto da JS, «o anúncio do arranque desta obra e a reafectação de fundos públicos é um insulto para o Norte. É uma loucura quando assistimos ao desmantelamento da ferrovia em todo o resto do país, forçando mais centralismo e desigualdades regionais. Defendemos investimento público reprodutivo para combater a crise agravada por este Governo, mas isto não passa de centralismo de Estado».
Assim, fortalecendo todo o país, a Federação Distrital do Porto da JS defende a prioriedade de um pacote de investimentos para o Norte e para o distrito do Porto, incluindo a reconversão da ligação ferroviária Porto-Vigo que actualmente demora mais de 3 horas, a extensão do Metro do Porto até à Trofa, a requalificação da linha do Douro e a electrificação do troço de Caíde ao Marco de Canaveses, num projecto que concluirá a cobertura regional de um transporte sustentável e amigo do ambiente.