Que fazer?

Desenganem-se os utópicos: não é do Estado e muito menos da Administração Autónoma deste (Autarquias, por exemplo), que vai sair a solução para o desemprego e para o incremento económico de que o nosso país precisa. É por esse motivo que, quando a oposição em Lousada diz que a Câmara Municipal tem de combater o desemprego, cumpre questionar, para além do que já faz, das excelentes condições que cria a nível de infra estruturas, vias de acesso, impostos diminutos ou inexistentes, se também tem de criar empresas… 

Para haver emprego, temos de ter mais empresas e, estas, têm de ter projectos de futuro, que sejam sustentáveis e gerem valor acrescentado para a economia local e nacional. 

Emília Chamusca (candidata a vereadora elegível?) referia, recentemente, que achava que Lousada deveria apostar no têxtil e na confecção. A minha opinião tem um “plus” relativamente aquela. 

A área do têxtil e da confecção teria o condão de gerar valor acrescentado se, concomitantemente, em Lousada, essa mesma confecção fosse direccionada para áreas tecnologicamente avançadas. Se queremos ser bons numa área, temos de ser inovadores e temos de ser os melhores. Temos de criar e manter sinergias e apostar no desenvolvimento estruturado de um conjunto de ideias que permitam juntar esforços no sentido do desenvolvimento de um têxtil com valor acrescentado (e não mais fábricas a produzir peças em concorrência com a China...). 

Da minha parte, não me parece que a aposta dos empresários e empreendedores que se estabeleçam em Lousada se deva apenas quedar pelo têxtil… Penso que deveríamos cativar e a apostar em áreas de elevada componente tecnológica, não só no têxtil mas também no agro-alimentar, maquinaria e farmacêutica, aproveitando a melhor investigação nacional e o actual “boom” das nano tecnologias. 

Sinceramente, espero que os jovens Lousadenses pensem redireccionar a sua carreira para estas áreas de trabalho e intervenção. Estou certo que serão eles a investir, posteriormente, na sua terra e no seu país, pois hão-de ter conhecido o mundo, sem medo das críticas mesquinhas daqueles “bairristas incompreendidos” que nunca souberam o que é a “aldeia global”. 

João Correia
in: Jornal de Lousada