Nelson Oliveira, líder da JS/Lousada,
nesta entrevista ao TVS, diz-se empenhado em marcar a agenda política
local e fazer da JS uma das referências no concelho. Defende que esta
estrutura é a única força na qual os jovens não são tratados como mais
um número, para alimentar caciquismos ou projetos pessoais. O líder
rmostra-se, igualmente, preocupado com a atual situação
económico-financeira do país e o crescimento do desemprego jovem
defendendo ser urgente fomentar políticas ativas de criação de emprego
vocacionadas para os mais novos.
O recém-eleito presidente da JS comenta, ainda, temas como o distanciamento entre os políticos e os eleitores, e os temas da política local.
“A abstenção é algo que temos de compreender e advém do descrédito nos políticos”
TVS: Que balanço faz do seu mandato à frente da JS Lousada?
Nelson Oliveira: O mandato ainda está no início mas está a decorrer de forma muito positiva. Com muita seriedade, iniciativas públicas, tomadas de decisão e acima de tudo com um secretariado muito dedicado. Por outro lado, a nível interno, a nossa estrutura está a ter um papel decisivo muito importante, quer a nível concelhio como distrital/nacional.
TVS: Foi-lhe difícil dar continuidade ao trabalho desenvolvido por João Correia, o anterior líder da JS? Que avaliação faz do trabalho desenvolvido pelo seu antecessor?
NO: Não foi difícil porque fazia parte do secretariado e acompanhava de perto todo o seu trabalho. Foi um mandato em que a JS ganhou ainda mais importância em Lousada e conseguiu mostrar a força dos jovens socialistas, nomeadamente na assembleia municipal defendendo muitos pontos de vista importantes para os jovens, sem esquecer as lutas que enfrentamos no país com presidenciais e legislativas.
TVS: O que é que distingue a sua gestão da do anterior líder da JS Lousada?
NO: São momentos diferentes e devo realçar que estou muito agradecido ao João pelo seu trabalho, assim como aos seus antecessores. O João é um elemento muito competente e continua com altas responsabilidades na nossa estrutura. Quanto ao trabalho da JS Lousada, o nosso principal objetivo são as autárquicas e sei que, também os jovens darão resposta positiva nesse campo, ajudando-nos a criar soluções e ajudando também o PS a obter mais uma justa vitória por tudo aquilo que tem feito por Lousada.
TVS: Quais os desafios com que a JS Lousada se vê confrontada presentemente, quer a nível local quer a nível nacional?
NO: A JS Lousada atualmente está concentrada nas autárquicas, única e exclusivamente. Ainda assim, penso que estamos a mostrar que somos a verdadeira força da Juventude Lousadense. Com debates públicos e abertos à população, visitas às freguesias e tomadas de posição junto da CM Lousada assim como do próprio Governo, não só para a melhoria da qualidade de vida dos jovens, mas sim de todos os Lousadenses. Qualquer jovem hoje em dia, deparando-se com tudo o que assistimos no país, só na JS é que encontra um espaço em que a sua opinião conta e não é tratado como mais um para fazer número, para alimentar caciquismos ou projetos pessoais.
TVS: Que relação mantém com as outras estruturas socialistas da região e com o atual executivo?
NO: A relação que temos é excelente, quer com outras estruturas da região, quer com os diferentes órgãos do partido. A JS é uma organização política independente do PS, mas é minha intenção aproximar-nos, hoje, mais do que nunca, do PS Lousada.
TVS: A JS tem crescido em termos de militantes? Considera que tem condições para crescer mais e continuar a rivalizar com a JSD?
NO: No espaço de um ano, dobramos o número de militantes, mas não são os números que nos movem. A JS tem uma carateristica que a distingue das demais estruturas. Os seus militantes são pessoas convictas, defendem e conhecem os ideais da esquerda republicana e aderiram à JS consciente e livremente. Todas as outras estruturas partidárias não nos interessam minimamente porque não vemos a política como o futebol - a nossa preocupação são os interesses dos Lousadenses e não alegadas rivalidades.
TVS: Como encara o facto de haver cada vez mais jovens completamente desacreditados com os políticos?
NO: Nós precisamos de ação e reação. Deparámo-nos com uma situação muito difícil, principalmente a nível profissional e não conseguimos visualizar quem nos apresente soluções. Não precisamos que nos compreendam ou que tenham algum sentimento de compaixão para connosco, precisamos sim, de políticas fortes de emprego e de crescimento, que nos ajudem no lançamento de empresas e projetos, na aquisição de financiamento sem termos que pagar juros usurários aos bancos, no auxílio ao arrendamento jovem, na promoção de benefícios fiscais e na natalidade, o que não tem sido feito pelo atual governo.
A política desacredita-se por culpa própria e essencialmente por parte de certas pessoas com altas responsabilidades, que usam e abusam da sua posição política em benefício próprio sendo que, nada lhes acontece. Não é possível existirem políticos julgados, culpados mediante provas irrefutáveis e verem esses crimes prescritos. Pior ainda, por vezes são aplaudidos e reconduzidos no poder pelo povo, que nesta matéria, por vezes também tem a sua responsabilidade. No entanto, pelo que vejo e ainda bem, há muitas mais pessoas interessadas unicamente com a causa pública do que com a sua promoção pessoal ou até financeira.
“A opinião pública pensa que os “Jotas” são meros lacaios dos partidos ou agitadores de bandeiras”
TVS: Acha que há estigma para com as pessoas que integram as juventudes partidárias?
NO: É notório que existe um certo estigma para com a Jotas. Por vezes a opinião pública pensa que são meros lacaios do partido ou agitadores de bandeiras, mas convém as pessoas esclarecerem-se e informarem-se. Contrariar essa opinião é também um dos nossos objetivos na JS e penso que estamos a conseguir. Dou-lhe apenas um exemplo, o programa Porta 65 (arrendamento jovem) foi uma das grandes vitórias que a JS teve nos últimos anos. Com essa iniciativa, milhares de jovens puderam usufruir desta excelente medida de emancipação jovem. Este é apenas um de vários exemplos que poderia dar, mas é por tudo isto que o melhor, é as pessoas analisarem o percurso de vida de cada um ou de cada estrutura. Sei que nas juventudes partidárias existe de tudo, mas a grande maioria dos jovens estão apenas interessados em melhorar a sua freguesia ou o seu concelho. Isso para mim é o mais importante e estamos a transmitir essa ideia.
TVS: Como explica a ascensão de cada vez mais movimentos independentes na sociedade portuguesa e a opção por estes em detrimento dos partidos políticos?
NO: Existe uma descrença nos atuais governantes e nas suas políticas. Mas é bem mais meritório formarem movimentos independentes, apresentando-se como solução, do que enveredarem no velho discurso: "eu não ligo à política"; "eles são todos iguais", etc. Se não concordamos com algo, só temos que apresentar soluções e alternativas. Passividade é que não pode existir.
TVS: Acha que vivemos numa espécie de ditadura da partidocracia, sem que os eleitores disponham de verdadeiras alternativas?
NO: Os eleitores dispõem sempre de alternativas e podem até começar a optar pelos partidos mais extremistas ou por movimentos independentes. Basta vermos o exemplo da Grécia. Os partidos gregos mais moderados não conseguiram apresentar-se como uma verdadeira solução e os partidos de extrema-esquerda/direita subiram muito, no entanto, é essencial termos muito cuidado com estes sinais de insatisfação da população. Na história mundial, sempre que estas variações drásticas ocorreram, apareceram sempre "salvadores da pátria" que transformaram os países em ditaduras e com resultados devastadores para a humanidade.
TVS: Como é que enquadra as elevadas taxas de abstenção que temos vindo a assistir?
NO: A abstenção é algo que temos de compreender e advém desse descrédito nos políticos, contudo, já há muito tempo, penso que o ato de votar deveria ser obrigatório como é em alguns países. As pessoas não podem deixar de dar a sua opinião acerca do seu próprio futuro, não podem deixar os outros decidir a sua própria vida. Já nas urnas, que decidam se exercem ou não um voto de protesto. O ato eleitoral é das coisas mais importantes em cidadania e ninguém deve prescindir disso.
TVS: O nosso sistema político corre o risco de definhar e de fomentar a mediocridade na classe política em detrimento da excelência?
NO: Infelizmente na política existe de tudo, mas é uma área igual a qualquer outra. Existem bons e maus políticos e por isso mesmo é importante todos os cidadãos estarem envolvidos nas suas escolhas, mas sem dúvida existem assuntos que carecem de alteração urgente, de forma a dar mais credibilidade e transparência. Por exemplo, quanto a mim, é inconcebível existirem deputados que mantêm a sua atividade privada como advogados em paralelo. É eticamente reprovável que possuam acesso privilegiado e influência na aprovação de certas leis na AR e ao mesmo tempo tenham a possibilidade de beneficiar certos clientes com isso.
“Lousada só tem a ganhar se o PS continuar a gerir os seus destinos”
TVS: Que avaliação faz do trabalho que o atual executivo socialista tem realizado em prol do concelho?
NO: Quem viu e vê Lousada observa as melhorias abismais da qualidade de vida dos cidadãos a todos os níveis e de forma sustentada, sem dar um passo maior do que o possível. Temos um dos concelhos mais jovens da Europa, possuímos uma rede de escolas e infantários de excelência, uma taxa de abandono escolar quase nula, instalações de saúde renovadas e espalhadas por todo o concelho, vias rodoviárias importantíssimas, reduzidas taxas de impostos municipais importantíssimas para a fixação populacional, urbanismo regulado e sem exageros, parques industriais para a adequada fixação de empresas, turismo e desporto de referência. Contudo, nunca nos podemos dar como satisfeitos e temos que continuar a apostar forte em Lousada sendo inovadores a cada dia que passa. E sei que é isso que está a ser feito.
TVS: Cândida Barreira proferiu, recentemente, numa entrevista ao nosso jornal, a seguinte declaração: "24 anos de poder socialista sempre com as mesmas pessoas e o mesmo partido é tempo a mais". Que comentário lhe apraz fazer a esta afirmação?
NO: É uma opinião de uma pessoa que respeito muito mas quanto a mim, a democracia é algo que preservo incondicionalmente. O povo foi, é e será soberano nas suas decisões e se ao longo de 24 anos decidiu pelo PS Lousada decerto que não foi tempo a mais. Aliás, Lousada só tem a ganhar se o PS continuar a gerir os seus destinos.
“Os lousadenses disseram peremptoriamente que não querem Leonel Vieira”
TVS: Considera que a Coligação Lousada Viva está com sede de poder para reconquistar a autarquia?
NO: Lamentavelmente creio que sim e isso é mau para os lousadenses. Quando vemos certas atitudes, opiniões e falsidades emanadas, temos a certeza disso mesmo. É um sinal preocupante mas as pessoas estão atentas a isso e saberão dar a resposta adequada a esse tipo de política.
TVS: Como é que reage ao facto da mesma coligação criticar a definição de prioridades e o modelo de gestão do atual executivo socialista para o município?
NO: A coligação lá saberá qual é a sua estratégia e nada tenho a ver com isso, mas constatamos que anda completamente perdida. Tudo o que criticam não é sustentado com os factos que todos os cidadãos podem observar.
TVS: E quanto à dívida e ao passivo da câmara? Considera que esta corre o risco de entrar em rutura financeira?
NO: Esse tema já foi rebatido vezes suficientes. A autarquia lousadense apresenta uma gestão económico-financeira exemplar e os relatórios sistemáticos que são apresentados por entidades externas e independentes comprovam-no. Não contem comigo para alimentar mais essa mentira colossal.
“A maioria dos presidentes de Junta da Coligação, na assembleia municipal mostra-se do lado do executivo socialista.
TVS: A Coligação tem igualmente acusado o executivo socialista de falta de solidariedade financeira para com as Juntas de Macieira e Meinedo. Considera que existe uma discriminação no tratamento destas questões em função da ideologia político-partidária de cada um dos respetivos executivos das juntas ou estamos antes perante um catecismo de vitimização?
NO: Se é vitimização não sei, mas já foi mais do que afirmado que as juntas são entidades independentes, com o seu orçamento próprio emanado do Orçamento de Estado mas a câmara ainda assim e bem, contribui de forma clara com apoios financeiros para todas as 25 freguesias de acordo com os protocolos elaborados e tenho a certeza que se pudessem dariam mais e mais apoios. Ao contrário do que dizem, é facilmente comprovado que a autarquia tem feito muitos investimentos, muitas obras e auxiliado todas as freguesias. Para comprovar isso, basta verem o sentido de voto que a maioria dos presidentes de Junta da coligação adota na assembleia Municipal, mostrando-se do lado do executivo socialista.
TVS: Qual dos vereadores do PS tem mais perfil eleitoralista?
NO: O eleitoralismo leva-me para o populismo e esse não é timbre do PS Lousada. Os lousadenses têm que analisar se querem pessoas sérias, competentes e com provas dadas ou não. Se assim for, qualquer um dos vereadores do PS já deu provas mais do que suficientes que são pessoas dedicadas a Lousada e merecedoras de toda a confiança - justiça lhes seja feita.
TVS: Pedro Machado é o vereador que reúne mais condições para protagonizar uma candidatura à Câmara de Lousada?
NO: Pedro Machado é uma excelente e competente solução para Lousada. As pessoas estão atentas ao seu trabalho e reconhecem isso mesmo. Disso não tenho dúvidas.
TVS: É o homem certo para substituir José Santalha à frente da concelhia do PS?
NO: Penso que sim, até porque desde sempre acompanhou o Prof. José Santalha nas atividades partidárias e isso permitiu-lhe arrecadar a experiência e ensinamentos de uma figura vitoriosa e incontornável do PS Lousada.
TVS: Agostinho Gaspar, numa das conferências de imprensa, disse o seguinte: "Pedro Machado não está à altura das funções que desempenha". Que considerações lhe merecem esta afirmação?
NO: Noto que a Coligação está muito "preocupada" com o Dr. Pedro Machado e isso revela algum receio. Dizem o que lhes apetece, mas sentem-se ofendidos quando há o legítimo e necessário contraditório, preferindo a vitimização do que a apresentação de soluções viáveis para Lousada. Por outro lado, já referiram até, que não querem acreditar que o Dr. Pedro Machado será candidato pelo PS à CM Lousada. Ora bem…Quanto a isso, eu se tivesse Pedro Machado como adversário também "não quereria acreditar"… é impossível ser melhor que ele. A sua competência e transparência são únicas e inultrapassáveis no atual panorama político Lousadense.
TVS: Na sua ótica, Leonel Vieira tem perfil eleitoralista?
NO: Os Lousadenses nas últimas eleições autárquicas já se expressaram de forma democrata, maioritária, clara e inequívoca que não querem Leonel Vieira para presidente da Câmara.
TVS: Considera que a votação obtida pela Coligação nas últimas eleições autárquicas pode jogar a favor de Leonel Vieira?
NO: Como disse anteriormente. Os Lousadenses disseram peremptoriamente que não querem Leonel Vieira. Acha que uma derrota por maioria absoluta, com mais de 30% de diferença, joga a favor do derrotado? Isso é inconcebível.
TVS: Qual é a sua posição quanto às ex-Scuts?
NO: Sou obviamente contra o pagamento de portagens na A42. Na JS e no PS Lousada, fomos claros nessa posição, seja publicamente, seja dentro do partido, manifestando-nos contra a decisão do governo liderado por José Sócrates. Foi uma decisão totalmente errada e que contribuiu ainda mais para a destruição do tecido empresarial da região do Vale do Sousa e é mais um fator contra a mobilidade dos nossos cidadãos.
“O desemprego é uma chaga social e o pior de todos os males”
TVS: É a favor ou contra as taxas moderadoras? Defende o seu alargamento?
NO: Só o facto de existirem taxas moderadoras já se inscreve num princípio que, na sua génese, é contra a Constituição da República Portuguesa, contudo também temos que ter consciência que é necessário manter o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ainda assim, o SNS deve ser primordial para todos os governos e é arrepiante assistirmos a um aumento de 400% nesta taxa. É inacreditável a postura que este governo mantém com o SNS. A saúde em Portugal não tem que dar prejuízos astronómicos, mas também não pode ser vista como uma área para dar lucro, separando ainda mais as classes de uma sociedade, como é o sonho de alguns. Defendo que a Saúde e Educação são áreas em que o Estado tem obrigação de intervir e proteger totalmente para exclusivo usufruto de toda a população nacional e de forma igual.
“É inacreditável a postura que este governo mantém com o SNS”
TVS: A taxa de desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos aumentou nos primeiros três meses do ano para um novo recorde de 36,2%. Na sua ótica, quem são os responsáveis por esta situação e de que forma é que se pode inverter este fenómeno?
NO: O desemprego é uma chaga social e o pior de todos os males. Os responsáveis são todos aqueles que se resignaram à política vigente a nível mundial. Nos últimos anos, sempre achei que a crise era essencialmente originária na América e depois na Europa face a décadas de um capitalismo desenfreado, por isso, não é por o Governo ser PSD/CDS que vou culpá-los de tudo, como fizeram os mesmos que agora governam face ao governo Socialista. No entanto, o PS também teve as suas culpas e isso refletiu-se nas legislativas. Ainda assim, é notório que o seguimento deste tipo de políticas mostra que o governo desistiu dos jovens, que é constituído por pessoas pouco preparadas e que a solução é emigrarmos para deixarmos de ser mais um problema.
Não me posso resignar quando vejo que em apenas 3 meses, saíram de Portugal 57 mil jovens. A principal solução é mudar as políticas internacionais pró-austeridade e apostar no crescimento económico para que vejamos resultados, mas não deixa de ser engraçado vermos todos aqueles que defendiam a austeridade pura e dura em Portugal, mudarem agora o seu discurso e afinal, parece que o crescimento económico é a solução…
Ainda bem que os povos europeus estão a dar a resposta devida. Os franceses já fizeram a mudança, os alemães estão a caminho e bastaria mais uma vez aprenderem com a história, através de iniciativas como o New Deal ou o Plano Marshall (com as devidas comparações).
E quanto às medidas de apoio aos jovens, que nos interessa lançarem iniciativas avulsas, se depois um jovem não consegue um financiamento decente de acordo com as suas possibilidades para se lançar no mercado?
TVS: É a favor do recurso a mães de aluguer?
NO: Existem questões que temos que ser pragmáticos. Cada vez mais esta situação acontece na ilegalidade, em condições miseráveis, repudiantes e envolvendo ao mesmo tempo cidadãos de vários países num tráfico sem precedentes. Um autêntico mercado negro. Portanto, sou a favor que criem soluções para atenuar o problema legalmente, condignamente, mas também com muita ética.
TVS: É a favor da legalização da droga?
NO: Sou a favor, mas depende do tipo de drogas. O povo Português está a evoluir na sua mentalidade. A custo, mas está. Se este problema existe, se a sua atual penalização não se reflete em nada, porque não devemos aceitar a realidade de uma vez por todas e criar condições para que o problema seja controlado? É uma questão ética mas acima de tudo, de saúde pública.
O recém-eleito presidente da JS comenta, ainda, temas como o distanciamento entre os políticos e os eleitores, e os temas da política local.
Nelson Oliveira |
“A abstenção é algo que temos de compreender e advém do descrédito nos políticos”
TVS: Que balanço faz do seu mandato à frente da JS Lousada?
Nelson Oliveira: O mandato ainda está no início mas está a decorrer de forma muito positiva. Com muita seriedade, iniciativas públicas, tomadas de decisão e acima de tudo com um secretariado muito dedicado. Por outro lado, a nível interno, a nossa estrutura está a ter um papel decisivo muito importante, quer a nível concelhio como distrital/nacional.
TVS: Foi-lhe difícil dar continuidade ao trabalho desenvolvido por João Correia, o anterior líder da JS? Que avaliação faz do trabalho desenvolvido pelo seu antecessor?
NO: Não foi difícil porque fazia parte do secretariado e acompanhava de perto todo o seu trabalho. Foi um mandato em que a JS ganhou ainda mais importância em Lousada e conseguiu mostrar a força dos jovens socialistas, nomeadamente na assembleia municipal defendendo muitos pontos de vista importantes para os jovens, sem esquecer as lutas que enfrentamos no país com presidenciais e legislativas.
TVS: O que é que distingue a sua gestão da do anterior líder da JS Lousada?
NO: São momentos diferentes e devo realçar que estou muito agradecido ao João pelo seu trabalho, assim como aos seus antecessores. O João é um elemento muito competente e continua com altas responsabilidades na nossa estrutura. Quanto ao trabalho da JS Lousada, o nosso principal objetivo são as autárquicas e sei que, também os jovens darão resposta positiva nesse campo, ajudando-nos a criar soluções e ajudando também o PS a obter mais uma justa vitória por tudo aquilo que tem feito por Lousada.
TVS: Quais os desafios com que a JS Lousada se vê confrontada presentemente, quer a nível local quer a nível nacional?
NO: A JS Lousada atualmente está concentrada nas autárquicas, única e exclusivamente. Ainda assim, penso que estamos a mostrar que somos a verdadeira força da Juventude Lousadense. Com debates públicos e abertos à população, visitas às freguesias e tomadas de posição junto da CM Lousada assim como do próprio Governo, não só para a melhoria da qualidade de vida dos jovens, mas sim de todos os Lousadenses. Qualquer jovem hoje em dia, deparando-se com tudo o que assistimos no país, só na JS é que encontra um espaço em que a sua opinião conta e não é tratado como mais um para fazer número, para alimentar caciquismos ou projetos pessoais.
TVS: Que relação mantém com as outras estruturas socialistas da região e com o atual executivo?
NO: A relação que temos é excelente, quer com outras estruturas da região, quer com os diferentes órgãos do partido. A JS é uma organização política independente do PS, mas é minha intenção aproximar-nos, hoje, mais do que nunca, do PS Lousada.
TVS: A JS tem crescido em termos de militantes? Considera que tem condições para crescer mais e continuar a rivalizar com a JSD?
NO: No espaço de um ano, dobramos o número de militantes, mas não são os números que nos movem. A JS tem uma carateristica que a distingue das demais estruturas. Os seus militantes são pessoas convictas, defendem e conhecem os ideais da esquerda republicana e aderiram à JS consciente e livremente. Todas as outras estruturas partidárias não nos interessam minimamente porque não vemos a política como o futebol - a nossa preocupação são os interesses dos Lousadenses e não alegadas rivalidades.
TVS: Como encara o facto de haver cada vez mais jovens completamente desacreditados com os políticos?
NO: Nós precisamos de ação e reação. Deparámo-nos com uma situação muito difícil, principalmente a nível profissional e não conseguimos visualizar quem nos apresente soluções. Não precisamos que nos compreendam ou que tenham algum sentimento de compaixão para connosco, precisamos sim, de políticas fortes de emprego e de crescimento, que nos ajudem no lançamento de empresas e projetos, na aquisição de financiamento sem termos que pagar juros usurários aos bancos, no auxílio ao arrendamento jovem, na promoção de benefícios fiscais e na natalidade, o que não tem sido feito pelo atual governo.
A política desacredita-se por culpa própria e essencialmente por parte de certas pessoas com altas responsabilidades, que usam e abusam da sua posição política em benefício próprio sendo que, nada lhes acontece. Não é possível existirem políticos julgados, culpados mediante provas irrefutáveis e verem esses crimes prescritos. Pior ainda, por vezes são aplaudidos e reconduzidos no poder pelo povo, que nesta matéria, por vezes também tem a sua responsabilidade. No entanto, pelo que vejo e ainda bem, há muitas mais pessoas interessadas unicamente com a causa pública do que com a sua promoção pessoal ou até financeira.
“A opinião pública pensa que os “Jotas” são meros lacaios dos partidos ou agitadores de bandeiras”
TVS: Acha que há estigma para com as pessoas que integram as juventudes partidárias?
NO: É notório que existe um certo estigma para com a Jotas. Por vezes a opinião pública pensa que são meros lacaios do partido ou agitadores de bandeiras, mas convém as pessoas esclarecerem-se e informarem-se. Contrariar essa opinião é também um dos nossos objetivos na JS e penso que estamos a conseguir. Dou-lhe apenas um exemplo, o programa Porta 65 (arrendamento jovem) foi uma das grandes vitórias que a JS teve nos últimos anos. Com essa iniciativa, milhares de jovens puderam usufruir desta excelente medida de emancipação jovem. Este é apenas um de vários exemplos que poderia dar, mas é por tudo isto que o melhor, é as pessoas analisarem o percurso de vida de cada um ou de cada estrutura. Sei que nas juventudes partidárias existe de tudo, mas a grande maioria dos jovens estão apenas interessados em melhorar a sua freguesia ou o seu concelho. Isso para mim é o mais importante e estamos a transmitir essa ideia.
TVS: Como explica a ascensão de cada vez mais movimentos independentes na sociedade portuguesa e a opção por estes em detrimento dos partidos políticos?
NO: Existe uma descrença nos atuais governantes e nas suas políticas. Mas é bem mais meritório formarem movimentos independentes, apresentando-se como solução, do que enveredarem no velho discurso: "eu não ligo à política"; "eles são todos iguais", etc. Se não concordamos com algo, só temos que apresentar soluções e alternativas. Passividade é que não pode existir.
TVS: Acha que vivemos numa espécie de ditadura da partidocracia, sem que os eleitores disponham de verdadeiras alternativas?
NO: Os eleitores dispõem sempre de alternativas e podem até começar a optar pelos partidos mais extremistas ou por movimentos independentes. Basta vermos o exemplo da Grécia. Os partidos gregos mais moderados não conseguiram apresentar-se como uma verdadeira solução e os partidos de extrema-esquerda/direita subiram muito, no entanto, é essencial termos muito cuidado com estes sinais de insatisfação da população. Na história mundial, sempre que estas variações drásticas ocorreram, apareceram sempre "salvadores da pátria" que transformaram os países em ditaduras e com resultados devastadores para a humanidade.
TVS: Como é que enquadra as elevadas taxas de abstenção que temos vindo a assistir?
NO: A abstenção é algo que temos de compreender e advém desse descrédito nos políticos, contudo, já há muito tempo, penso que o ato de votar deveria ser obrigatório como é em alguns países. As pessoas não podem deixar de dar a sua opinião acerca do seu próprio futuro, não podem deixar os outros decidir a sua própria vida. Já nas urnas, que decidam se exercem ou não um voto de protesto. O ato eleitoral é das coisas mais importantes em cidadania e ninguém deve prescindir disso.
TVS: O nosso sistema político corre o risco de definhar e de fomentar a mediocridade na classe política em detrimento da excelência?
NO: Infelizmente na política existe de tudo, mas é uma área igual a qualquer outra. Existem bons e maus políticos e por isso mesmo é importante todos os cidadãos estarem envolvidos nas suas escolhas, mas sem dúvida existem assuntos que carecem de alteração urgente, de forma a dar mais credibilidade e transparência. Por exemplo, quanto a mim, é inconcebível existirem deputados que mantêm a sua atividade privada como advogados em paralelo. É eticamente reprovável que possuam acesso privilegiado e influência na aprovação de certas leis na AR e ao mesmo tempo tenham a possibilidade de beneficiar certos clientes com isso.
“Lousada só tem a ganhar se o PS continuar a gerir os seus destinos”
TVS: Que avaliação faz do trabalho que o atual executivo socialista tem realizado em prol do concelho?
NO: Quem viu e vê Lousada observa as melhorias abismais da qualidade de vida dos cidadãos a todos os níveis e de forma sustentada, sem dar um passo maior do que o possível. Temos um dos concelhos mais jovens da Europa, possuímos uma rede de escolas e infantários de excelência, uma taxa de abandono escolar quase nula, instalações de saúde renovadas e espalhadas por todo o concelho, vias rodoviárias importantíssimas, reduzidas taxas de impostos municipais importantíssimas para a fixação populacional, urbanismo regulado e sem exageros, parques industriais para a adequada fixação de empresas, turismo e desporto de referência. Contudo, nunca nos podemos dar como satisfeitos e temos que continuar a apostar forte em Lousada sendo inovadores a cada dia que passa. E sei que é isso que está a ser feito.
TVS: Cândida Barreira proferiu, recentemente, numa entrevista ao nosso jornal, a seguinte declaração: "24 anos de poder socialista sempre com as mesmas pessoas e o mesmo partido é tempo a mais". Que comentário lhe apraz fazer a esta afirmação?
NO: É uma opinião de uma pessoa que respeito muito mas quanto a mim, a democracia é algo que preservo incondicionalmente. O povo foi, é e será soberano nas suas decisões e se ao longo de 24 anos decidiu pelo PS Lousada decerto que não foi tempo a mais. Aliás, Lousada só tem a ganhar se o PS continuar a gerir os seus destinos.
“Os lousadenses disseram peremptoriamente que não querem Leonel Vieira”
TVS: Considera que a Coligação Lousada Viva está com sede de poder para reconquistar a autarquia?
NO: Lamentavelmente creio que sim e isso é mau para os lousadenses. Quando vemos certas atitudes, opiniões e falsidades emanadas, temos a certeza disso mesmo. É um sinal preocupante mas as pessoas estão atentas a isso e saberão dar a resposta adequada a esse tipo de política.
TVS: Como é que reage ao facto da mesma coligação criticar a definição de prioridades e o modelo de gestão do atual executivo socialista para o município?
NO: A coligação lá saberá qual é a sua estratégia e nada tenho a ver com isso, mas constatamos que anda completamente perdida. Tudo o que criticam não é sustentado com os factos que todos os cidadãos podem observar.
TVS: E quanto à dívida e ao passivo da câmara? Considera que esta corre o risco de entrar em rutura financeira?
NO: Esse tema já foi rebatido vezes suficientes. A autarquia lousadense apresenta uma gestão económico-financeira exemplar e os relatórios sistemáticos que são apresentados por entidades externas e independentes comprovam-no. Não contem comigo para alimentar mais essa mentira colossal.
“A maioria dos presidentes de Junta da Coligação, na assembleia municipal mostra-se do lado do executivo socialista.
TVS: A Coligação tem igualmente acusado o executivo socialista de falta de solidariedade financeira para com as Juntas de Macieira e Meinedo. Considera que existe uma discriminação no tratamento destas questões em função da ideologia político-partidária de cada um dos respetivos executivos das juntas ou estamos antes perante um catecismo de vitimização?
NO: Se é vitimização não sei, mas já foi mais do que afirmado que as juntas são entidades independentes, com o seu orçamento próprio emanado do Orçamento de Estado mas a câmara ainda assim e bem, contribui de forma clara com apoios financeiros para todas as 25 freguesias de acordo com os protocolos elaborados e tenho a certeza que se pudessem dariam mais e mais apoios. Ao contrário do que dizem, é facilmente comprovado que a autarquia tem feito muitos investimentos, muitas obras e auxiliado todas as freguesias. Para comprovar isso, basta verem o sentido de voto que a maioria dos presidentes de Junta da coligação adota na assembleia Municipal, mostrando-se do lado do executivo socialista.
TVS: Qual dos vereadores do PS tem mais perfil eleitoralista?
NO: O eleitoralismo leva-me para o populismo e esse não é timbre do PS Lousada. Os lousadenses têm que analisar se querem pessoas sérias, competentes e com provas dadas ou não. Se assim for, qualquer um dos vereadores do PS já deu provas mais do que suficientes que são pessoas dedicadas a Lousada e merecedoras de toda a confiança - justiça lhes seja feita.
TVS: Pedro Machado é o vereador que reúne mais condições para protagonizar uma candidatura à Câmara de Lousada?
NO: Pedro Machado é uma excelente e competente solução para Lousada. As pessoas estão atentas ao seu trabalho e reconhecem isso mesmo. Disso não tenho dúvidas.
TVS: É o homem certo para substituir José Santalha à frente da concelhia do PS?
NO: Penso que sim, até porque desde sempre acompanhou o Prof. José Santalha nas atividades partidárias e isso permitiu-lhe arrecadar a experiência e ensinamentos de uma figura vitoriosa e incontornável do PS Lousada.
TVS: Agostinho Gaspar, numa das conferências de imprensa, disse o seguinte: "Pedro Machado não está à altura das funções que desempenha". Que considerações lhe merecem esta afirmação?
NO: Noto que a Coligação está muito "preocupada" com o Dr. Pedro Machado e isso revela algum receio. Dizem o que lhes apetece, mas sentem-se ofendidos quando há o legítimo e necessário contraditório, preferindo a vitimização do que a apresentação de soluções viáveis para Lousada. Por outro lado, já referiram até, que não querem acreditar que o Dr. Pedro Machado será candidato pelo PS à CM Lousada. Ora bem…Quanto a isso, eu se tivesse Pedro Machado como adversário também "não quereria acreditar"… é impossível ser melhor que ele. A sua competência e transparência são únicas e inultrapassáveis no atual panorama político Lousadense.
TVS: Na sua ótica, Leonel Vieira tem perfil eleitoralista?
NO: Os Lousadenses nas últimas eleições autárquicas já se expressaram de forma democrata, maioritária, clara e inequívoca que não querem Leonel Vieira para presidente da Câmara.
TVS: Considera que a votação obtida pela Coligação nas últimas eleições autárquicas pode jogar a favor de Leonel Vieira?
NO: Como disse anteriormente. Os Lousadenses disseram peremptoriamente que não querem Leonel Vieira. Acha que uma derrota por maioria absoluta, com mais de 30% de diferença, joga a favor do derrotado? Isso é inconcebível.
TVS: Qual é a sua posição quanto às ex-Scuts?
NO: Sou obviamente contra o pagamento de portagens na A42. Na JS e no PS Lousada, fomos claros nessa posição, seja publicamente, seja dentro do partido, manifestando-nos contra a decisão do governo liderado por José Sócrates. Foi uma decisão totalmente errada e que contribuiu ainda mais para a destruição do tecido empresarial da região do Vale do Sousa e é mais um fator contra a mobilidade dos nossos cidadãos.
“O desemprego é uma chaga social e o pior de todos os males”
TVS: É a favor ou contra as taxas moderadoras? Defende o seu alargamento?
NO: Só o facto de existirem taxas moderadoras já se inscreve num princípio que, na sua génese, é contra a Constituição da República Portuguesa, contudo também temos que ter consciência que é necessário manter o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ainda assim, o SNS deve ser primordial para todos os governos e é arrepiante assistirmos a um aumento de 400% nesta taxa. É inacreditável a postura que este governo mantém com o SNS. A saúde em Portugal não tem que dar prejuízos astronómicos, mas também não pode ser vista como uma área para dar lucro, separando ainda mais as classes de uma sociedade, como é o sonho de alguns. Defendo que a Saúde e Educação são áreas em que o Estado tem obrigação de intervir e proteger totalmente para exclusivo usufruto de toda a população nacional e de forma igual.
“É inacreditável a postura que este governo mantém com o SNS”
TVS: A taxa de desemprego dos jovens entre 15 e 24 anos aumentou nos primeiros três meses do ano para um novo recorde de 36,2%. Na sua ótica, quem são os responsáveis por esta situação e de que forma é que se pode inverter este fenómeno?
NO: O desemprego é uma chaga social e o pior de todos os males. Os responsáveis são todos aqueles que se resignaram à política vigente a nível mundial. Nos últimos anos, sempre achei que a crise era essencialmente originária na América e depois na Europa face a décadas de um capitalismo desenfreado, por isso, não é por o Governo ser PSD/CDS que vou culpá-los de tudo, como fizeram os mesmos que agora governam face ao governo Socialista. No entanto, o PS também teve as suas culpas e isso refletiu-se nas legislativas. Ainda assim, é notório que o seguimento deste tipo de políticas mostra que o governo desistiu dos jovens, que é constituído por pessoas pouco preparadas e que a solução é emigrarmos para deixarmos de ser mais um problema.
Não me posso resignar quando vejo que em apenas 3 meses, saíram de Portugal 57 mil jovens. A principal solução é mudar as políticas internacionais pró-austeridade e apostar no crescimento económico para que vejamos resultados, mas não deixa de ser engraçado vermos todos aqueles que defendiam a austeridade pura e dura em Portugal, mudarem agora o seu discurso e afinal, parece que o crescimento económico é a solução…
Ainda bem que os povos europeus estão a dar a resposta devida. Os franceses já fizeram a mudança, os alemães estão a caminho e bastaria mais uma vez aprenderem com a história, através de iniciativas como o New Deal ou o Plano Marshall (com as devidas comparações).
E quanto às medidas de apoio aos jovens, que nos interessa lançarem iniciativas avulsas, se depois um jovem não consegue um financiamento decente de acordo com as suas possibilidades para se lançar no mercado?
TVS: É a favor do recurso a mães de aluguer?
NO: Existem questões que temos que ser pragmáticos. Cada vez mais esta situação acontece na ilegalidade, em condições miseráveis, repudiantes e envolvendo ao mesmo tempo cidadãos de vários países num tráfico sem precedentes. Um autêntico mercado negro. Portanto, sou a favor que criem soluções para atenuar o problema legalmente, condignamente, mas também com muita ética.
TVS: É a favor da legalização da droga?
NO: Sou a favor, mas depende do tipo de drogas. O povo Português está a evoluir na sua mentalidade. A custo, mas está. Se este problema existe, se a sua atual penalização não se reflete em nada, porque não devemos aceitar a realidade de uma vez por todas e criar condições para que o problema seja controlado? É uma questão ética mas acima de tudo, de saúde pública.
Autor: Miguel Ângelo