Carlos Moedas, o denominado Vitor Gaspar II não pára de nos surpreender com as suas frases.
Já é mais do que conhecida a celebre frase em que este afirmava que bastariam 6 meses de Governo PSD/CDS para que os juros da dívida começassem logo a baixar. O que se observou? Aumentaram! E muito. Só quase dois anos depois, e dada a intervenção de Draghi é que os juros desceram timidamente.
Agora, Carlos Moedas voltou a dar que falar. Na "Universidade de Verão" do PSD (talvez a universidade onde Relvas tirou o curso) o suprassumo da alta finança entrou em contradição com o que disse em 2010.
Vejamos.
2010 - “No caso da dívida pública e segundo as conclusões do Bank for
International Settlements, se Portugal quisesse voltar aos níveis de
dívida pública de 2007 (63.6% do PIB directa vs. 89% do PIB indirecta)
teria que apresentar um superavit primário das contas públicas (antes de
juros) de 6% ao ano durante 5 anos ou de 3% ao ano durante 10 anos.
Alguém acredita que estes cenários são possíveis no curto ou mesmo no
médio prazo? Eu tenho muitas dúvidas e por isso só nos resta (a nós e
a outros) o possível caminho da reestruturação da dívida. Ou seja, ir
falar com os nossos credores e dizer-lhes que dos 100 que nos
emprestaram já só vão receber 70 ou 80. Este é um caminho árduo e
complicado, a tal parede que tanto se fala, mas que nos permitiria
começar de novo. A austeridade é necessária e urgente, mas se
mantivermos os níveis actuais de dívida, dificilmente conseguiremos
crescer a níveis aceitáveis … e se não crescermos morremos.”
2013 - “As dívidas têm que ser todas pagas, os países têm que pagar as
dívidas e é importantíssimo que isso fique claro, que o esforço que os
portugueses estão a fazer é para termos essa credibilidade”.
Dois anos depois de ter feito a pergunta — Será que a dívida nos vai matar ou nós é que vamos matar a dívida? —, Carlos Moedas diz-nos qual foi a escolha da coligação de direita: “a dívida [é que] nos vai matar”. Se este governo continuar em funções.
in: Câmara Corporativa