Impulso Jovem abrange apenas 8% dos desempregados

Programa tutelado pelo antigo ministro Miguel Relvas continua muito longe das metas traçadas pelo Governo.



Até ao final de abril, o programa Impulso Jovem abrangeu apenas 7500 jovens desempregados, muito longe dos mais de 45 mil que Passos Coelho anunciou que queria ver envolvidos nesta iniciativa até ao verão.
Estes dados foram divulgados hoje pela Comissão Europeia, num balanço sobre as medidas ao nível da União Europeia para combater o desemprego juvenil, que reitera a meta do Governo português de envolver 90 mil jovens desempregados neste programa até ao fim de 2015.
O Impulso Jovem foi lançado pelo Governo em agosto de 2012 para responder ao aumento do desemprego, sobretudo entre os jovens, onde, de acordo com as estatísticas europeias relativas a março, este flagelo atinge 38,3% dos jovens com menos de 25 anos.
Perante o fracasso registado nos primeiros meses, com apenas 1400 jovens envolvidos até ao início de fevereiro, o Governo alterou as regras das candidaturas a um programa que assenta sobretudo em estágios remunerados e no apoio à criação de empresas, com o financiamento de fundos europeus.

Resultados aquém do desejado


O programa foi alargado a outras zonas do país, a idade dos jovens passíveis de se candidatar foi aumentada para os 30 anos e também se abandonou a obrigatoriedade de estarem inscritos pelo menos há quatro meses nos centros de emprego.
O salto na apresentação de candidaturas registado nessa altura levou Passos Coelho, em março, no final de uma reunião em Bruxelas, a reconhecer o desempenho "bastante deficiente" do programa na sua fase inicial. Mas o primeiro-ministro considerou que, com as mudanças introduzidas, o programa "disparou", o que o levou a manifestar a convicção de que seria possível cumprir até ao verão "mais de metade" do objetivo de envolver 90 mil jovens.
O Impulso Jovem era tutelado por Miguel Relvas, antigo ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e a aposta na divulgação pública deste programa foi uma das suas derradeiras ações antes de se demitir do Governo.
Numa altura em que o combate ao desemprego entre os jovens volta a estar no topo da agenda europeia, os dados agora tornados públicos revelam que, a este ritmo, dificilmente o Governo conseguirá atingir as metas estabelecidas.