Contas da CM Lousada - Um realidade invejada.



Município de Paços de Ferreira é o quinto pior pagador do país. Lousada é o melhor da região

Quatro Câmaras da região entre as 50 piores pagadoras

A lista da DGAL que elenca, por ordem decrescente, o prazo médio de pagamento registado por município, em Dezembro de 2012, tem por base os dados da aplicação informática SIIAL, de 29 de Abril de 2013, reportados pelos próprios municípios. E o cenário traçado mostra as fragilidades das autarquias da região. Entre os 50 municípios que mais demoram a pagar aos seus fornecedores estão Paços de Ferreira (5.º), Valongo (34.º), Penafiel (38.º) e Paredes (42.º).

A pior situação é mesmo a do município liderado por Pedro Pinto, já que Paços de Ferreira só é ultrapassado por Porto Santo, Portimão, Nordeste e Nazaré na lista dos prazos médios de pagamento mais alargados do país: entre os 2.412 e os 1.284 dias. Na sexta posição do "ranking" divulgado pela DGAL surge a Câmara de Machico, onde os fornecedores recebem, em média, a 648 dias, já quase metade do prazo necessário na autarquia pacense.


Lousada é o município com melhor prazo médio de pagamento: 52 dias


Na região, depois de Paços de Ferreira, a pior pagadora é a Câmara de Valongo, na 34.ª posição. O município liderado por João Paulo Baltazar demora, em média, 332 dias a liquidar uma factura (quase um ano). Ainda assim, a autarquia valonguense demora quase quatro vezes menos tempo que a de Paços de Ferreira a cumprir as suas obrigações com fornecedores.
 
Tendência de aumento dos prazos de pagamento é contrariada por Lousada
Na região, à semelhança do que aconteceu com grande parte dos municípios do país, a tendência foi para, entre 2010 e 2012, ter havido um aumento nos prazos médios de pagamento. O mais flagrante aconteceu, mais uma vez, em Paços de Ferreira, onde o tempo que a Câmara demora a pagar aos fornecedores subiu de 274 dias, em 2010, para 453, em 2011, e 1.284, em 2012. Só no último ano, o prazo médio de liquidação de facturas no município da Capital do Móvel cresceu 831 dias.
Nas restantes autarquias as subidas foram mais ligeiras. No caso de Valongo, o período de pagamento veio dos 236 dias (2010) para os 332 dias (2012). Em Paredes, a subida foi um pouco mais acentuada. A Câmara dirigida por Celso Ferreira demorava 187 dias a pagar, em 2010, e em 2012 esse prazo já tinha aumentado para os 291 dias. Já Penafiel tem andado "no sobe e desce". O município caiu dos 347 dias (em 2010) para os 239 dias (em 2011), mas no último ano voltou a aumentar o prazo que demora a liquidar as facturas para os 307 dias.
Lousada é o único concelho da região que contraria esta tendência. A Câmara liderada por Jorge Magalhães tem vindo a diminuir o seu prazo médio de pagamento a fornecedores que em 2009 era de 109 dias, em 2011 de 94 dias e, em 2012, passou para os 52 dias.
 
Câmara de Lousada ainda quer diminuir mais os prazos de pagamento
A racionalização de meios e o "grande esforço" da Câmara de Lousada em manter uma relação de proximidade com os fornecedores e cumprir "religiosamente com as suas obrigações", já não é novo, garante o presidente da Câmara Municipal de Lousada. "As empresas só podem ter força e manter as portas abertas se formos pagando em dia, senão não têm condições de sobreviver, de criar riqueza e dar emprego, cá e nos concelhos vizinhos", justifica Jorge Magalhães.
Por isso, este é um esforço que a autarquia lousadense promete manter. Segundo o autarca a vontade é mesmo a de, até ao fim do ano, melhorar estes rácios, mesmo com a actual situação do país. "Vamos descer este prazo médio de forma acentuada", adianta o presidente da Câmara.
Para Jorge Magalhães, estes resultados espelham a saúde financeira da Câmara de Lousada. "Apesar do esforço em não aumentar as taxas e tarifas, para não onerar mais os cidadãos, as receitas que a Câmara arrecada permitem que o município esteja bem economicamente", afirma o autarca. "Deixarei como herança o conforto de uma gestão tranquila para o futuro", conclui Jorge Magalhães, que deixa este ano a autarquia, por imposição da lei de limitação de mandatos.