Enquanto cidadãos portugueses e europeus, assistimos nos últimos anos a uma morte lenta da União Europeia, quiçá um dos sonhos/projectos mais empolgantes e excitantes que se desenvolveram ao longo da civilização humana.
A recente crise no Chipre, com o confisco de valores depositados em instituições bancárias, que pode chegar a 60% do valor (por entre o confisco e a imposição de participação num Fundo Mobiliário), a crise no euro e as intervenções em países como a Grécia, Irlanda e Portugal e, para “ajudar”, a situação de algumas das maiores economias do euro (Itália e França), destapou as intenções nacionalistas que agora ensombram o elemento-chave da construção europeia: a solidariedade.
Na minha opinião, a actual crise é de liderança, ou melhor, das lideranças. Tal como acontece em Portugal há largos anos, a política europeia não vive dos seus melhores mas das conveniências políticas do momento e dos “arranjos” que vão sendo feitos.
Hoje em dia, a política não vive da competência e não é estimulante, sob todos os primas (económico, social, hedonista, etc.) a participação na vida da res publica.
Neste momento, é estreito e pedregoso o caminho que a União Europeia e o Euro têm pela frente. A possibilidade de retrocesso e perda do processo de construção europeu ganham forma a cada dia, a cada esticão da economia, a cada desempregado, a cada cidadão que cai nas malhas estreitas e apertadas da pobreza. O sonho europeu geme de agonia a cada golpada, a cada acto hedonista e comezinho de um político ou nação não comprometida.
É certo que poderão dizer que cometemos erros. Que os países do Sul viveram acima das suas possibilidades mas, em último caso, a culpa recai na UE, que estimulou isto, que defendeu o paritário, nunca se preocupou em criar mecanismos de controlo e até deliberou absolver das coimas quem falhava as metas.
Lentamente caminha a União pela rua estreita. Estará a morte ao fundo dessa rua?
João Correia
in: TVS
A recente crise no Chipre, com o confisco de valores depositados em instituições bancárias, que pode chegar a 60% do valor (por entre o confisco e a imposição de participação num Fundo Mobiliário), a crise no euro e as intervenções em países como a Grécia, Irlanda e Portugal e, para “ajudar”, a situação de algumas das maiores economias do euro (Itália e França), destapou as intenções nacionalistas que agora ensombram o elemento-chave da construção europeia: a solidariedade.
Na minha opinião, a actual crise é de liderança, ou melhor, das lideranças. Tal como acontece em Portugal há largos anos, a política europeia não vive dos seus melhores mas das conveniências políticas do momento e dos “arranjos” que vão sendo feitos.
Hoje em dia, a política não vive da competência e não é estimulante, sob todos os primas (económico, social, hedonista, etc.) a participação na vida da res publica.
Neste momento, é estreito e pedregoso o caminho que a União Europeia e o Euro têm pela frente. A possibilidade de retrocesso e perda do processo de construção europeu ganham forma a cada dia, a cada esticão da economia, a cada desempregado, a cada cidadão que cai nas malhas estreitas e apertadas da pobreza. O sonho europeu geme de agonia a cada golpada, a cada acto hedonista e comezinho de um político ou nação não comprometida.
É certo que poderão dizer que cometemos erros. Que os países do Sul viveram acima das suas possibilidades mas, em último caso, a culpa recai na UE, que estimulou isto, que defendeu o paritário, nunca se preocupou em criar mecanismos de controlo e até deliberou absolver das coimas quem falhava as metas.
Lentamente caminha a União pela rua estreita. Estará a morte ao fundo dessa rua?
João Correia
in: TVS