Arrendamento Jovem: Porta 65 com menos apoios


Como é do conhecimento público não só Portugal mas também todos os países desenvolvidos enfrentam problemas relacionados com a independência dos jovens. Estes cada vez mais, dão prioridade à sua formação profissional deixando de parte a questão da constituição de família.

Esta forma de pensar tem as suas vantagens mas causa um problema, os jovens estudam até mais tarde, depois aguardam por encontrar um trabalho estável e ainda condições financeiras para conseguir viver por conta própria, assumindo assim tardiamente a sua independência e outros projectos familiares.

Na tentativa de diminuir este problema, a JS (Juventude Socialista) em 2006 sugeriu e apoiou a criação de um programa de arrendamento jovem em substituição do IAJ, surgindo assim o Porta 65 Jovem que se veio a tornar real com José Sócrates no ano seguinte através do DL 308/2007. O denominado Programa “Porta 65” disponibiliza “incentivos aos jovens arrendatários por um período máximo de três anos, através de um apoio no acesso à habitação, promovendo a dinamização do mercado de arrendamento” (in: portaldahabitação.pt).

Este foi um projecto que desde logo começou a dar resultados onde a meio do ano de 2008 já eram cerca de 4156 as candidaturas aprovadas, em que as zonas do grande Porto e grande Lisboa lideraram no número de candidaturas aprovadas. Em 2010 este programa sofre uma alteração, deixa de ter os trinta anos como idade limite e passa para os trinta e três e neste mesmo ano em Setembro, o número de candidaturas aprovadas foi de 8100 candidaturas.

Em 2011 com a tomada de posse do actual governo e com 10 mil candidaturas submetidas, o Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, que tem a tutela deste programa, revelou ao jornal Sol que “as restrições orçamentais impõem que se seja muito exigente no que respeita à definição das propriedades na afectação dos recursos disponíveis” adiantando também que a dotação financeira para o ano de 2011 é de 20 milhões de euros, o que permite facilmente concluir que este programa irá sofrer cortes, o que em tempo de crise como a que atravessamos, irá fazer com que o problema não só não seja solucionado, mas também irá fazer com que se agrave.

Perante tudo isto, pode-se dizer que em tempo de contenção orçamental, tanto o PS como a JS tem que se mostrar compreensivos com os cortes necessários, não adoptando uma atitude sectária como muitos partidos já tomaram anteriormente, mas mais do que isso é necessário sensibilidade para não acabar com politicas de promoção da emancipação jovem como é o caso deste programa.

É importante que certas vitórias alcançadas pelos jovens do nosso país, não sejam lapidadas sem hesitação.
 
in: TVS
por: Daniel Soares