Vamos às listas.
Se estava a espera de uma mão cheia de caras novas, já deve ter percebido que está com azar. É que as escolhas da coligação PSD/CDS para os cabeças de lista, que ontem foram apresentadas, são um verdadeiro déjà-vu. Já para não dizer que no rol dos eleitos de Passos Coelho e Paulo Portas (e Marco António Costa – que vai pelo Porto), os críticos alegam que há aparelho a mais (3 atuais e 2 ex-presidentes de Distritais laranja), muito Governo (11 membros do Executivo) e poucos independentes (apenas 3). Sendo que no conceito de independente cabe o nome de Carlos Abreu Amorim, que embora não tenha cartão de militante, já faz parte da família social-democrata e, tal como há quatro anos, repete o 1º lugar por Viana do Castelo. Enfim…
Diz o PSD que “em 22 cabeças de lista, 15 são novos, que as mulheres passam de duas para sete e que os homens, que eram 20, reduzem para 15.” “Há uma renovação muito grande”, assegura ao Expresso Matos Rosa, o secretário-geral do partido. Mas não é bem assim, como conta este artigo do Expresso Diário: “Há sete cabeças de lista que se repetem. E nos restantes, a renovação é relativa. Por exemplo, Passos Coelho é uma novidade como cabeça de lista em Lisboa, mas já o tinha sido em Vila Real. E, em posições igualmente destacadas já se tinham visto, nas eleições anteriores, vários dos novos protagonistas: Luís Montenegro, Nilza Sena, Adão Silva, Carlos Peixoto, Luís Ramos e Teresa Leal Coelho - todos foram promovidos de nº2 ou 3 a cabeça de lista.
Ou seja, se houvesse um campeonato da renovação, pode dizer-se que a coligação Portugal à Frente entrava a perder. O PS de António Costa, com todos os problemas que teve com as listas, foi de facto mais surpreendente – é claro que precisou de o ser também para se distanciar do PS de Sócrates -, além dos cinco independentes que integram o topo da lista socialista, dos 230 candidatos, só 66 se mantêm.
Poderá dizer o (e)leitor que esta discussão pouco lhe interessa, e que nas eleições o que realmente importa é o candidato a PM e as propostas que apresenta para o país. Pois, mas olhe que os nomes agora escolhidos vão ser oParlamento de amanhã. O que não é irrelevante.
Renovação à parte, deixem-me chamar a atenção para o combate renhido que se antecipa para Lisboa. Na arena vão estar: Pedro Passos Coelho, número um da coligação, seguido de Paulo Portas. António Costa e Ferro Rodrigues, pelo PS. A CDU lança Jerónimo de Sousa. Mariana Mortágua avança pelo BE e Rui Tavares vai pelo Livre.