Paula Leite |
Em Portugal somos
cerca de 10 milhões de pessoas, mas o número de emigrantes é colossal, pois alguns
milhões de portugueses estão espalhados pelo mundo.
Em consequência
dos acontecimentos atuais, como o EURO 2016 e a aproximação do “mês dos
emigrantes”, ficamos com a noção que o povo português está mesmo espalhado um
pouco por todo o mundo, ora uns por necessidade, ora outros por escolha. A
emigração acarreta para a sociedade várias consequências, como económicas,
demográficas, entre outras.
Para mim, a
consequência demográfica é sem dúvida a mais importante, sem retirar
importância à consequência económica, porque é a economia que faz girar todo um
país. Considero que a demografia seja o setor mais afetado e mais importante,
pelo simples facto de que é o povo que forma o país e é a essência do povo
português que torna Portugal um país de virtudes e com um caracter muito
próprio.
Os nossos idosos
são os mais sábios e possuem os ensinamentos mais genuínos acerca do nosso
Portugal, que deveriam ser incumbidos aos mais novos. Mas se os pais destes
emigrarem, com quem aprenderão estes jovens já que os pais passarão a maior
parte do tempo no trabalho?
Outras questões
se levantam e uma delas é a desfragmentação das famílias. Na maior parte dos
casos, sai de Portugal o patriarca e fica em solo português a mãe e os filhos.
Como crescerão as nossas crianças sem a presença do pai? Como será para os
pequenos cidadãos deste enorme Portugal, só estar com o pai duas ou três vezes
por ano?
Desde já
felicito as mães que, na ausência dos pais, têm as duas funções. Parabéns a
todas! Felicito também os pais que suportam a saudade e se sacrificam muitas
das vezes a residirem num país onde nem sequer dominam o idioma para que nada
falte à sua família. Um muito obrigado pelo vosso esforço!
Quando a
desfragmentação acontece, são todos uns guerreiros por segurarem “o barco” seja
o pai ou a mãe a sair de Portugal.
A desertificação
do interior é um dos temas que também merece ser abordado. Com a saída dos
jovens de Portugal, o interior português é a área mais afetada, na maioria dos
casos porque só la ficam os nossos queridos idosos isolados no meio dos imensos
vales e serras. Muitas vezes nem todas as condições de uma casa estão asseguradas,
alguns deles só têm mesmo a visita da GNR. Os soldados da GNR, por vezes, são
como netos ou filhos para eles. Uns cinco minutos de preocupação são
importantíssimos para a saúde mental dos nossos idosos, daí dar já um imenso
agradecimento aos nossos soldados.
Atualmente, o
povo português está unido para lutar contra o fim da recessão ou pelo menos
atenuar o seu efeito. Juntos lutamos “de sol a sol” para que Portugal um dia
possa voltar a ter um lugarzinho para todos os portugueses que queiram voltar e
para que todos possamos manter um bom nível de vida em Portugal. Para já,
continuemos a ter força porque um dia tudo isto valerá a pena.
Paula
Leite
JS
Lousada
in: TVS