Demitiu-se toda a estrutura directiva do Hospital de São João no Porto. A demissão envolve todo o conselho de administração e todos os directores clínicos.
A decisão terá sido tomada em protesto contra a política do Governo no sector da saúde. Em concreto, a estrutura directiva do S. João está contra a desclassificação do hospital, a perda de valências nos últimos anos, a proibição de contratação de pessoal – desde há 2 anos –, a não renovação de material e o facto de as unidades hospitalares do Norte receberem valores inferiores aos dos hospitais de Lisboa por acto médico.
in: http://www.porto24.pt/cidade/direccao-hospital-de-s-joao-demite-se-em-peso/
Passado algumas horas:
A administração do Hospital de S. João recuou na decisão de demissão expressa aos colaboradores do hospital esta manhã mas mantém-se o pedido de demissão dos responsáveis pelas oito unidades intermédias de gestão do hospital e de 58 directores de serviços clínicos e não clínicos. Em comunicado, o conselho de administração do hospital diz “concordar com as razões apresentadas” e que está “está solidário com as suas lideranças intermédias.”
Segundo a nota do hospital, as razões invocadas no pedido de demissão em bloco prendem-se com o facto da qualidade da prestação de cuidados de saúde à população estar em risco e com o sentimento de desvalorização do hospital no contexto nacional.
O comunicado refere ainda a “impossibilidade da implementação do desenvolvimento estratégico” da unidade e o impedimentos de gestão por via da “centralização administrativa” que afectam “gravemente” a sua missão e actividade assistencial. Em causa está a centralização de decisões na tutela e na administração regional tanto ao nível das políticas de recursos humanos como na manutenção de equipamentos e compras.
Hoje vários gestores demitiram-se, inclusive o próprio António Ferreira (tendo depois reconsiderado) em conflito com a política cega do Governo PSD/CDS.
Vejamos a lista de queixas:
- Desclassificação do hospital;
- Perda de valências;
- Proibição de contratação de pessoal;
- Não renovação de material;
- Unidades do Norte recebem valores mais baixos por acto médico que os de Lisboa.
A lista de motivos já vai longa...
É este SNS que o Governo quer proteger?