As “bandeiras” de Lousada

Como lousadense jovem que sou causa-me certa preocupação ler opiniões de alguns conterrâneos que ficam consternados com a crescente atividade cultural da nossa terra. Pois que à falta de uma crítica construtiva decidem ficar amuados por Lousada ter muitas “bandeiras”.

Decidiram que agora era tempo de Lousada voltar atrás e ser uma vila amorfa, monótona e comodista, que deve primar pela reduzida atividade cultural e social e centrar-se numa só vertente, numa espécie de caminho único custe o que custar, mesmo que não agrade a toda a camada populacional. 

(Engraçado depois é ver que os mesmos que criticam são os que depois acabam por fazer capa de facebook do Festival das Camélias, tão fortemente criticado.)

Mas voltemos ao essencial.
Felizmente, Lousada, hoje, tem o Rally de Portugal, tem as camélias, tem um tecido empresarial em crescimento, tem as Grandiosas, tem grandes vitórias no desporto, tem forte atividade cultural para todas as idades, tem eventos de cariz ambiental… E poderia continuar. Não entendo o porquê de nos fixarmos num objeto se com diversos eventos se pode chamar não apenas um público-alvo mas abranger diferentes idades, homens, mulheres e crianças, lousadenses e visitantes, que se vão desenvolvendo social e culturalmente de acordo com aquilo que são as suas preferências. 

A crítica para ser válida devia ser fundamentada e construtiva. Poderíamos até pensar em outras cidades e tentar perceber se estamos a passar ao lado de alguma política-maravilha que faz as cidades crescerem exponencialmente apenas com base num único foco turístico. 

Ora bem, foquemo-nos no Porto que foi novamente eleito como melhor destino europeu. Tem o Rally da Boavista, tem a Casa da Música, tem Serralves, tem o F.C.P, tem as caves do Vinho do Porto, tem a francesinha… olhando para o melhor exemplo do turismo já por aqui se vê que “bandeiras” únicas não são sinónimo de assertividade e fórmula mágica de sucesso. 

Convenhamos, meus caros, quem tem saudades de uma vila deserta e com falta de atividade, ou não vive neste século ou não sabe bem para que lado “disparar”.

A mim o que me faz confusão é ver falta de progresso e gente tacanha. 



Eduarda Ferreira