A proximidade do 25 de abril impunha um artigo de opinião baseado no que foi o ideal da revolução dos cravos, onde uma ditadura que promovia o analfabetismo, a pobreza, a ignorância de um povo e castigava os seus cidadãos por exprimirem a sua opinião, foi substituída por um sistema democrático que, por muitas falhas que possa ter, é infinitivamente superior ao que Oliveira Salazar e Marcello Caetano impunham ao povo Português.
Contudo, no dia 9 de abril, o Primeiro-ministro de Portugal referiu numa conferência sobre investimento em Portugal realizada na Fundação Champalimaud que “a única reforma que ficou por fazer foi reduzir os custos laborais”.
Com esta declaração é um facto que Passos Coelho quer continuar a transformar Portugal num novo Bangladesh. Passos Coelho conseguiu baixar pensões, aumentar a pobreza, o desemprego, a dívida, privatizar empresas lucrativas e caminhar no sentido de também privatizar o Serviço Nacional de Saúde como comprova Leal da Costa – Secretário de Estado da Saúde, com o seu tradicional sentido de oportunidade, referindo que apesar do recuo da oferta pública, não há desinvestimento do Estado na saúde, porque o crescimento da saúde privada é financiado pelo Orçamento do Estado.
Tudo isto numa semana em que a TVI reporta o caos nas urgências em Portugal (fora dos picos de afluência) e constata as condições degradantes e terceiro mundistas do SNS, apesar de Leal da Costa gozar com os Portugueses, principalmente com todos os que recorrem aos Hospitais Públicos, referindo que o que viu foram “pessoas bem sentadas e com proteções para não caírem das macas”.
Em 2014 Portugal sofreu a maior queda de salários da União Europeia e tem atualmente menos de metade dos custos de trabalho da zona euro. Perante estes dados, inclusive reportados pelo Eurostat o que pretende Passos Coelho para Portugal? Empobrecimento seletivo de franjas da sociedade? Da classe trabalhadora? Não deveria um Primeiro-Ministro pugnar, isso sim, pelo aumento da produtividade, crescimento empresarial, melhoria da qualidade e finalmente, aumento dos salários? O que pensam os trabalhadores das palavras do seu mais alto representante governativo que defende uma economia de baixos salários para o seu país?
Podemos aceitar a luta partidária. A troca de argumentos. As conferências de imprensa cirurgicamente preparadas para assinalar que o país está uma autêntica maravilha, mesmo quando temos um dos maiores níveis de emigração de sempre.
Aceitamos tudo. Mas não podemos aceitar que um Primeiro Ministro queira que os seus cidadãos sejam apenas uns meros lacaios ao serviço de uma exploração empresarial, onde se cava um fosso cada vez maior entre classes e assente em baixos vencimentos.
Um Primeiro Ministro que pretende uma economia de baixos salários para Portugal e assume-o sem reservas, deve desde logo ter uma resposta democrática de repúdio.
Também foi por ideias como estas que o 25 de abril surgiu.
Contudo, no dia 9 de abril, o Primeiro-ministro de Portugal referiu numa conferência sobre investimento em Portugal realizada na Fundação Champalimaud que “a única reforma que ficou por fazer foi reduzir os custos laborais”.
Com esta declaração é um facto que Passos Coelho quer continuar a transformar Portugal num novo Bangladesh. Passos Coelho conseguiu baixar pensões, aumentar a pobreza, o desemprego, a dívida, privatizar empresas lucrativas e caminhar no sentido de também privatizar o Serviço Nacional de Saúde como comprova Leal da Costa – Secretário de Estado da Saúde, com o seu tradicional sentido de oportunidade, referindo que apesar do recuo da oferta pública, não há desinvestimento do Estado na saúde, porque o crescimento da saúde privada é financiado pelo Orçamento do Estado.
Tudo isto numa semana em que a TVI reporta o caos nas urgências em Portugal (fora dos picos de afluência) e constata as condições degradantes e terceiro mundistas do SNS, apesar de Leal da Costa gozar com os Portugueses, principalmente com todos os que recorrem aos Hospitais Públicos, referindo que o que viu foram “pessoas bem sentadas e com proteções para não caírem das macas”.
Em 2014 Portugal sofreu a maior queda de salários da União Europeia e tem atualmente menos de metade dos custos de trabalho da zona euro. Perante estes dados, inclusive reportados pelo Eurostat o que pretende Passos Coelho para Portugal? Empobrecimento seletivo de franjas da sociedade? Da classe trabalhadora? Não deveria um Primeiro-Ministro pugnar, isso sim, pelo aumento da produtividade, crescimento empresarial, melhoria da qualidade e finalmente, aumento dos salários? O que pensam os trabalhadores das palavras do seu mais alto representante governativo que defende uma economia de baixos salários para o seu país?
Podemos aceitar a luta partidária. A troca de argumentos. As conferências de imprensa cirurgicamente preparadas para assinalar que o país está uma autêntica maravilha, mesmo quando temos um dos maiores níveis de emigração de sempre.
Aceitamos tudo. Mas não podemos aceitar que um Primeiro Ministro queira que os seus cidadãos sejam apenas uns meros lacaios ao serviço de uma exploração empresarial, onde se cava um fosso cada vez maior entre classes e assente em baixos vencimentos.
Um Primeiro Ministro que pretende uma economia de baixos salários para Portugal e assume-o sem reservas, deve desde logo ter uma resposta democrática de repúdio.
Também foi por ideias como estas que o 25 de abril surgiu.
in: Verdadeiro Olhar